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quinta-feira, 13 de março de 2008

Cadê o dinheiro, Dilma/Stella?

Do blog ALERTA TOTAL
Por Jorge Serrão, Domingo, 09 de março de 2008

O chefão Lula fez gracinha e proclamou que a “Dilma é a Mãe do PAC”. Acontece que a “dama de ferro” do Palácio do Planalto é muito mais que isso. Dilma é uma versão tupiniquim da Margareth Thatcher. Mistura o “simpático” estilo inglês de comandar com seu velho estilo brizolista. A mãe manda. E aí de quem não obedecer. Dilma é a atual presidente executiva do Brasil. José Dirceu é o presidente às escondidas (dirige o País falando o tempo todo com Lula no telefone via satélite). Lula da Silva é o presidente Denorex. Parece, mas não é. Apenas encena o espetáculo do pretenso poder. Na maioria das vezes, com toques de ator canastrão. O filme queimado de nossa história mal escrita aceita qualquer um.

Ontem, a versão mal atualizada do “pai” dos pobres soltou mais uma pérola. Constatou que existe corrupção no Brasil. Não só na Polícia – conforme reconheceu ao lançar seu demagógico Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), no Rio de Janeiro. O sempre genial Lula batraqueou que a corrupção está também em outros setores da vida nacional. “Em todos os segmentos da sociedade há corrupção, mas temos que separar o joio do trigo”. E acrescentou: “Na polícia tem corrupção. E na política não tem? No empresariado não tem? No Judiciário não tem? Em todos os setores têm”. Novamente travestido psicologicamente de sociólogo amador, Lula reclamou que a omissão do governo nos últimos 30 anos é responsável pela atual situação. E concluiu: “O Estado foi conivente com a degradação da sociedade brasileira”.

Nosso presidente é um belo filho da mãe! Mas Lula também é “filhote da dita-dura” (como diria Leonel Brizola, que já foi muso-inspirador da Dilma). Por isso, vale a imprecação: Quem pariu o molusco que o embale! Alguém já soltou esta praga bíblica. Mas não teve efeito, porque o cara que criou o monstro faz parte do mundo dos seres invisíveis há muito tempo. Que o céu lhe seja bem leve, Golbery do Couto e Silva. O “Deus da Raça” de Glauber Rocha fabricou o líder metalúrgico Luiz Inácio, no final da década de 70, para barrar politicamente e ocupar os espaços de outras lideranças mais perigosas ao regime como Brizola e Miguel Arraes, no retorno ao Brasil após a conveniente (para todos) “anistia ampla, geral e irrestrita”. Lula está aí agora. Não pode continuar após 2010. Mas já pensa em voltar em 2014.

Lula sabe que a maneira mais segura para seu sonho virar realidade é apostar na vitória de um pretenso candidato de oposição em 2010. Na estratégia mental lulista, o cara ideal para sucedê-lo é o mineirinho Aécio Neves. O PMDB também acha isso, e tenta seduzir o neto de Tancredo a abandonar o ninho tucano. Aécio é ave esperta, e só fará isso se for obrigado pelas circunstâncias políticas. Na visão pragmática de Lula, Aécio seria o mais conveniente. Mas não o ideal. A vontade real de Lula era um terceiro mandato. O candidato de Lula é ele mesmo. Como não há condições para isso, joga suas fichas nos planos A e B.

A “Mãe do PAC” é o plano B. Lula pensa igualzinho a seu guru José Dirceu. Candidato ideal a presidente só existe um: ele mesmo. Ele quem? Ele, sô! Na falta do ideal, ele joga na alternativa Dilma. Os marketeiros do Palácio do Planalto, mobilizados pelo Bolcheviquepropagandaminister Franklin, farão de tudo para viabilizar o nome dela. Na atual conjuntura, Dilma tem toda chance. Ainda não decola nas pesquisas. Mas a máquina é toda a favor dela. Os programas assistencialistas do desgoverno são sucesso garantido de votos. As mega-obras do PAC – alegria para comunidades carentes e felicidade para os cofres de empreiteiros sempre carentes de verbas oficiais – devem abrir os caminhos para a pré-candidata.

Dilma Vana Rousseff Linhares está com tudo. Comanda o governo dos guerrilheiros aposentados: José Dirceu, Franklin Martins e ela mesma. Dilma seria um belo exemplo para os idiotas-iludidos narcoguerrilheiros das FARC. Pelo menos há 39 anos ela escolheu um caminho e hoje colhe os frutos de sua decisão. A história não contada do Brasil revela que, nos anos 60, depois de fazer parte do grupo dos 11 de Leonel Brizola, Dilma se transformou em uma das principais dirigentes e cérebros do movimento guerrilheiro Vanguarda Popular Revolucionária. Em 1969, durante um famoso encontro da VAR-Palmares, em setembro de 1969, em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, a já poderosa Dilma (na época companheira Stella) travou uma decisiva polêmica com o capitão (desertor do EB) Carlos Lamarca - um dos maiores ícones da esquerda nacional naquela época.

Naquela época, Lamarca queria intensificar as ações de guerrilha rural. Dilma defendia que as ações de guerrilha deveriam ser abrandadas. Ela preferia uma grande mobilização das massas nas grandes cidades (exatamente o que ocorreria anos mais tarde, com o movimento dos metalúrgicos, que criou o PT, na genial invenção do maquiavélico Golbery). Naquela reunião da VAR-Palmares, Dilma conseguiu produzir um racha. Dos 37 presentes, apenas sete acompanharam Lamarca. Os demais ficaram do Dilma. Perderam apenas a metade da fortuna encontrada no cofre do ex-governador Adhemar de Barros, e ficaram sem boa parte das armas da guerrilha.



Também registra a história que Dilma, quando foi presa em janeiro de 1970, tinha fama de poderosa e grande líder. O promotor militar que preparou a acusação contra ela a classificou de “Joana D´Arc da Guerrilha” e “Papisa da Subversão”. A guerrilheira Stella acabou condenada em três processos. Dilma passou três anos presa em São Paulo. A lenda conta que foi submetida aos suplícios da tortura. Teria sido “barbaramente torturada por 22 dias” – conforme relato do grupo “Tortura Nunca Mais”. O número de dias de suplício já lhe renderia uma menção no Guiness Book of the records. Por milagre divino, ao sair da cadeia, Dilma não tinha seqüelas das supostas torturas brutais.

Hoje, na posição privilegiada de ministra-chefe da Casa Civil e na presidência do Conselho de Administração da Petrobrás, Dilma está pronta para ser a líder do processo de sucessão de Lula. Deve se preparar para o fogo amigo dentro do próprio PT. Também para o chumbo grosso da pretensa oposição, que vai marcá-la ainda mais em cima de agora em diante. Se conseguir trilhar o nada fácil caminho para sentar na cadeira do chefão, Dilma se sentirá ainda mais vitoriosa. Se não conseguir, paciência, pois já terá firmado seu poder e aparelhado a máquina estratégica do Estado – o que vai obrigar o sucessor de Lula (se não for ela mesmo, como deseja) a negociar com a Dilma.

Enfim, a guerrilheira Stella está mais viva que nunca e pronta para o combate na selva da política brasileira. As FARC deviam aprender com ela... Antigamente, a Vovó Stella levava quem tinha grana para a Disney. E agora, para onde nos levará a mamãe Stella? Pergunta enigmática. Só se sabe ao certo que Stella é a Mãe! E os brasileiros que votarem nela serão bons filhos... Com certeza...

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