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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A Segurança dos Narcoguerrilheiros

Do portal do MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Denis Rosenfield, em 04 de janeiro de 2008

Dentre as inúmeras bobagens ditas durante as (não)negociações, que levaram ao fracasso da suposta operação venezuelana de resgate dos reféns das FARCS, encontra-se uma declaração do enviado presidencial brasileiro à selva colombiana, na verdade uma cidade que reuniu alguns péssimos atores políticos latino-americanos. O enviado em questão, assessor presidencial, chegou a afirmar que a operação não teria prosseguido num determinado momento porque essa organização não teria tido "segurança" para libertar essas pessoas. O vocabulário perdeu completamente o sentido, salvo na ótica dessa esquerda "politicamente correta", que se utiliza das palavras com o objetivo de mascarar os seus propósitos autoritários e, mesmo, totalitários.

Primeiro, as FARCS são uma organização de tipo totalitário, formada nos moldes da concepção socialista, que propugnava pela servidão dos povos via a conquista violenta do poder. Acostumando-se com a máxima marxista de que os fins justificam os meios, fez uso corriqueiro de seqüestros e do tráfico de drogas. Afetada essencialmente por esses meios, tornou-se um bando de criminosos que procura simplesmente se reproduzir fisicamente, mantendo o seu objetivo de derrubar o Estado colombiano, erigindo-se em um "Estado" dentro do Estado. Logo, dizer que as FARCS precisam de "segurança" significa dizer que os seqüestradores e narcotraficantes precisam de segurança! Interessante não essa defesa da criminalidade?

Segundo, equiparar, no mesmo nível, um governo constituído como o de Uribe, aos seqüestradores é um sinal inequívoco de debilidade mental, produto da miopia ideológica. Para setores da esquerda brasileira, é como se o presidente colombiano não fosse objeto de confiança, sendo ele o responsável da existência dos seqüestrados. Um jornalista muito conhecido do centro do país chegou a escrever que o fracasso das negociações se deveu ao fato de Uribe não ter mantido a palavra e ter estado imbuído do propósito de sabotar a ação dita humanitária. Ou seja, os seqüestradores e narcoguerrilheiros seriam, então, pessoas confiáveis que manteriam a sua palavra! Vejam o que fizeram com o governo colombiano anterior, que lhes outorgou uma imensa área com o propósito de encetar uma negociação definitiva para o fim da guerra de guerrilha. O que fizeram os narcoguerrilheiros? Implodiram o processo e levaram o anterior presidente ao ridículo. Na verdade, aproveitaram a ocasião para aumentar a sua capacidade de força militar, sem nenhuma preocupação com o fim do confronto. Ganharam tempo, meios e recursos.

Terceiro. Segundo essa lógica, o governo colombiano seria responsável dos seqüestros e não os seqüestradores. Opera-se aqui, graças a essa ideologia, uma inversão completa de posições. Os criminosos se tornam bons sujeitos com preocupações humanitárias e os responsáveis por combater a violência indivíduos sem palavra, sem anseios civilizatórios. O fato dos seqüestros serem, inclusive, anteriores ao governo Uribe não entra nem em linha de consideração. A cegueira ideológica parece não conhecer mais limites.

Quarto. O ditador Chávez pretendeu aproveitar a ocasião para posar de grande representante de causas humanitárias, como se tivesse um pingo de respeito para com o outro. Fez uma grande encenação para a qual convidou atores medíocres, ou melhor, à altura do bufão que ele é. O próprio ex-presidente argentino fez parte da comitiva, junto com representantes do Brasil, França, Equador, Bolívia, Cuba e outros. Chega a dar dó uma reunião deste tipo, onde os participantes só buscam os holofotes. O ápice da peça consiste em ver pessoas, que pisam e massacram os direitos humanos como os representantes do regime castrista, dizendo-se ansiosos pela libertação dos reféns. Por que os irmãos Castro não libertam o seu povo da tirania por eles exercida? Ora, não esqueçamos que a esquerda petista gosta de beijar a mão do ditador cubano! É tocante!

Quinto. Há uma longa história de colaboração do PT com as FARCS. Recentemente, no congresso petista, foi reconhecida essa íntima ligação na criação e no desenvolvimento do Foro de São Paulo. Lula, quando o candidato, há cinco anos, negou peremptoriamente essa vinculação, atribuindo tudo a um tresloucado cubano, que ousara divergir de seu amigo Fidel. Agora, as coisas ficaram claras pela boca do próprio presidente. O compromisso com a verdade parece não existir. Não esqueçamos tampouco que as FARCS foram recepcionadas no Palácio Piratini pelo ex-governador [do RS] Olívio Dutra. Não espanta, pois, essa colaboração diplomática que tem sólidas bases partidárias, baseadas num comum apreço pelo autoritarismo e pelo totalitarismo.

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