Do portal TERNUMA - TERRORISMO NUNCA MAIS
Ternuma Regional Brasília
Pelo General de Divisão Ref Agnaldo Del Nero Augusto
Pretendia escrever mais um artigo sobre o assunto, complementando o artigo anterior que escrevi para o TERNUMA, apenas para oferecer informação mais detalhada sobre a Junta de Coordenação Revolucionária – JCR, baseado em dados contidos em artigo do historiador Azambuja, publicado no site MSN em 2003.
A minha preocupação sempre foi, como continua sendo, exclusivamente, esclarecer, principalmente os mais jovens, em especial os militares, sobre a permanente deturpação ideológica dos fatos, distorcendo a atuação das Forças Armadas, na luta a que foram levadas a travar para a manutenção da Democracia, aspiração tantas vezes demonstrada pela população brasileira.
Hoje, fui surpreendido com reportagem no O Estado de São Paulo. Surpreendido com o teor das informações, onde alhos são misturados com bugalhos. Informações que obteve, não sei aonde, são colocadas, de forma ambígua, como se tivessem sido prestadas por mim. O jornalista que a produziu leu meu artigo, provavelmente acessando o site do Ternuma. Queria confirmá-lo. Ora, eu não tinha motivo nenhum para rever o que escrevi.
Idiota, conversei descontraidamente com o repórter, falando em tese. Se as organizações subversivas comunistas haviam se organizado internacionalmente para continuar a luta terrorista, para a implantação do regime comunista, absurdo seria que as forças opostas não se organizassem para a troca de informações.
Enfatizei esse aspecto, citando o especialista no assunto, o norte-americano John Dinges, autor do mais exaustivo estudo sobre a repressão da esquerda no Cone Sul. Dinges, segundo tomei conhecimento pela Internet, afirmou em palestra realizada na Universidade de São Paulo - USP, que a participação do Brasil na operação se limitou a fornecer informações e a treinar agentes estrangeiros. Compreende-se que o repórter precise de matéria para preencher o espaço que lhe é atribuído. Os detalhes da referida palestra seriam esclarecedores e acredito que assunto suficiente para que cumprisse sua tarefa semanal. Gostaria de conhecê-los, assim como, acredito, todos os companheiros cujo objetivo seja conhecer a VERDADE. A USP fica ai próximo ao Estadão, um as margens do Tiete, a outra as margens do Pinheiros. Mas esse dado, importante foi omitido.
O general é o “dono, o gerente da guerra no Mercosul”. Teria orgulho se tivesse sido. Sei que meus amigos sabem que não são minhas as informações que quiseram colar-me nesse patamar.
Não fui chefe da Secção de Informações do Estado-Maior do 2o Exército, nunca servi na Seção de Operações do Centro de Informações do Exército, em conseqüência, não poderia tornar-me seu chefe.
Não tenho dupla personalidade e esse desabafo serve mais para minha família, abismada com essa loucura. Para meus filhos e particularmente minha mulher, muito mais inteligente do que eu e que sempre ficava preocupada, quando por educação, atendia a algum jornalista.
Vejamos, porém, mais um caso.
O jornalista mostrava-se muito mais informado do que eu a propósito da tal Operação. Perguntou-me a respeito de dois “italianos” que teriam sido presos no Brasil. Tomei conhecimento do caso pelos jornais desses dias e lhe respondi em tese.
O que pretendiam os “italianos”, membros da organização subversiva comunista Montoneros, ao ingressarem ilegalmente no País?
Sabe-se lá se estavam de passagem, ou viriam realizar seus atos de terror no país.
Entrando ilegalmente no país eram presos. Pertencentes a uma organização terrorista argentina eram devolvidos àquele país. Que crime há em tê-los prendido ou devolvido-os a sua origem?
O Brasil não enviou há pouco para Cuba os atletas participantes do PAN que, ao que consta não eram terroristas, nem se podia prever que pudessem realizar alguma ação prejudicial ao país, embora fossem “violentos” boxeadores?
Alguém, se importou em saber se estão vivos, ou com o que pode acontecer com eles?
Se desaparecem, ou não mais puderem exercer suas atividades, seus meios de sustento, o generoso governo esquerdista vai indenizar suas famílias, como indenizou as “italianas”, ou a dos terroristas que atuaram no país, assassinando inocentes, assaltando, seqüestrando?
O Sr Ministro da Justiça vai ser considerado co-participante de seus desaparecimentos ou da supressão de seus meios de vida?
Essa parte do meu artigo e da conversa não foi aventada.
Naturalmente essa nossa interferência ocorre, por nos sentirmos ofendidos, quando vemos jovens jornalistas, nem por questão ideológica, mas por mera ignorância, emitir opiniões desbaratadas, vilipendiando,destratando,desqualificando oficiais generais, que exerceram os mais importantes cargos no Exército e no País e o Exército se fazendo de surdo e mudo, ou pelo menos não informando que providências pretende tomar.
Uma questão final. Desejo explicar o sentido em que foi empregado o termo idiota utilizado no início desse artigo, em razão da mudança de seu significado ao longo do tempo. Ali ele pode ser substituído por tolo ou simplório, como queiram. Idiota, na Grécia antiga era empregado para classificar pessoas não integradas na Polis, que não se interessavam ou participavam dos assuntos públicos, de grande importância naquela época e só se ocupavam de si próprios. Idiota, na acepção atual é o individuo pouco inteligente, estúpido, imbecil.
Nesse sentido, alerto aos companheiros, coisa sabida, mas o idiota só aprende apanhando, não pense que poderá esclarecer os fatos, restabelecer a verdade, por intermédio de colunistas, de jornalistas de plantão. Não seja educado. Simplesmente não os atenda. Eu lhes garanto que aprendi e arrependo-me de não ter ouvido os sábios conselhos de minha mulher que, graças à Deus, nunca foi idiota.
Por outro lado, na acepção antiga, sempre achei, que mais ainda, precisávamos deixar de ser idiotas e nesse sentido não me sinto idiota. Precisamos participar, naturalmente escolhendo com inteligência os poucos meios e formas que nos restam. Precisamos “denunciar insistentemente a vigarice, a mentira intelectual, a impostura" para restabelecer a verdade. E esse esforço precisa ser feito, simplesmente porque não temos do que nos penitenciar, do que nos envergonhar.
Se amanhã, a nova Junta de Coordenação Revolucionária, que ganhou o inocente nome de Foro de São Paulo, criar as condições para impor o seu lema, de recuperar na América Latina o que perdeu no Leste europeu, isto é, os regimes comunistas, a população brasileira acordara e amante da liberdade e da democracia, de que já deu inúmeras e incontestes demonstrações, apelará para as Forças Armadas.
Seus chefes devem estar cientes do ensinamento de Carlyle: “O homem que quer proceder conscientemente sempre deve crer firmemente”. Para crer é preciso ter por certo, ter confiança. Os militares somente serão eficientes se acreditarem nas qualidades superiores da democracia, orgulharem-se de sua força e de seu País e tiverem respeito e admiração pelos chefes que os precederam. Com essa permanente deturpação da memória nacional e o constante vilipêndio das Forças Armadas, os mais jovens crêem firmemente? Estão preparados para defender esses valores até com o sacrifício da própria vida?
Mas a Democracia é isso mesmo. Seu paradoxo é que as próprias qualidades que a tornam tão vulnerável são as mesmas qualidades que a tornam superior a outros sistemas e que tanto vale preservar.
As Forças Armadas, tão vilipendiadas, precisam ter em mente o ensinamento de Carlyle: O homem que quer proceder conscienciosamente sempre deve crer firmemente. Mas para crer é preciso ter por certo, ter confiança e só a verdade permite ter por certo.
Simplesmente porque não temos do que nos penitenciar, do que nos envergonhar.
AGNALDO DEL NERO AUGUSTO
General de Divisão Reformado
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