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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Marx e o Foro de São Paulo

Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Wellington Moraes em 14 de dezembro de 2007

Em 2005, no XII Encontro do Foro de São Paulo (FSP), o presidente Lula, que fundou o FSP junto com Fidel Castro, afirmou que “graças a uma ação política de companheiros”, eles puderam “atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política".

Marx e Engels recomendavam na "Mensagem do Comitê Central à Liga dos Comunistas (Mensagem)" uma organização "ao mesmo tempo legal e secreta" dos comunistas justamente para que eles pudessem "conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política". Nas palavras de Marx e Engels, estas organizações serviriam para que "os interesses do proletariado possam ser discutidos independentemente das influências burguesas."

Marx disse numa carta a Engels (13 julho, 1851), que essa Mensagem era "no fundo nada mais que um plano de guerra contra a democracia".

Uma nota na página 674 do Volume 10 (1978) do Marx-Engels Collected Works diz que a Mensagem “continha as proposições fundamentais do programa e táticas Marxistas".

"Embora pouco conhecido e raramente estudada," diz o historiador inglês Robert Payne (Marx, Londres, 1968, p.239), a Mensagem é "um dos documentos mais importantes e seminais do século XIX", ela "agiu como uma bomba com um fusível atrasado, explodindo só no século XX".

Já o autor americano Hal Draper (marxista) afirma, no Volume II de sua obra Karl Marx's Theory Of Revolution, 1978, que “a Mensagem” é "uma expressão das visões de Marx e Engels que, mutatis mutandum, continuaram refletindo seus pensamentos políticos até o fim". (As citações são do dos livros Karl Marx and the Critical Examination of His Works I e II).

Na tradição comunista sempre existiram organizações "legais e secretas". A Liga Comunista controlada por Marx e Engels foi a primeira. Tempos depois tivemos o Kommitern. Aqui na América Latina tivemos a Tricontinental e a Organização de Solidariedade Latino-Americana (OLAS) na década de 1960 sob comando de Fidel Castro.

O Foro de São Paulo, que foi fundado em 1990, é a continuação desta tradição. A diferença é que depois da desativação do Kommitern na década de 1940 eles passaram a utilizar denominações eufemísticas para tentar camuflar as organizações comunistas. Mais: como nos informa as FARC em seu site, o FSP foi "uma tábua de salvação e a esperança que tudo não foi perdido" para os comunistas após a queda do Muro de Berlim, o que confirma a tese de que é um grande engano pensar que o comunismo está morto. (v. Conselho Europeu condena o comunismo e Marxismo: A Máquina Assassina).

Ora, na prática, despido de todo o seu pretenso ideal de justiça social, o marxismo significa violações maciças dos direitos do homem, assassinatos e execuções individuais ou coletivas, terrorismo sanguinário, expurgos mortais, seqüestros, campos letais de prisioneiros e trabalhos forçados assassinos, deportações fatais, fomes provocadas por homens, execuções extrajudiciais e julgamentos “teatrais”, descarado genocídio e perseguições por motivos étnicos ou religiosos. (O próprio Engels considera "um passo adiante" o "desaparecimento da face da terra não somente das classes e das dinastias reacionárias, mas também de todas as nações reacionárias" em The Magyar Struggle; ele também defende a utilização de uma "uma luta de vida-e-morte inexorável [...] uma batalha de aniquilação e terrorismo cruel [...] nos interesses da Revolução" em Democratic Pan-Slavism).

São membros do Foro de São Paulo: Partido Comunista de Cuba, Partido Comunista do Brasil, Partido Comunista Colombiano, Partido Comunista da Argentina, Partido Comunista da Bolívia, Partido Comunista do Chile, Partido Comunista Paraguaio, Partido Comunista Peruano, Partido Comunista do Uruguai, Partido Comunista da Venezuela.

E mais: Partido dos Trabalhadores (Brasil), Movimento de Esquerda Revolucionária (Colômbia), Exército de Libertação Nacional (Colômbia), Forças Armadas Revolucionarias de Colômbia (FARC), Movimento Clement Payne (Barbados), Partido Socialista do Chile, Partido Popular Costa-Riquenho, Partido Trabalhista de Dominica, Partido de Libertação Dominicano, Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (El Salvador), União Revolucionária Nacional da Guatemala, Aliança do Povo Trabalhador (Guiana), Partido do Trabalho (México), Partido Socialista Popular (México), Partido da Revolução Democrática (México), Frente Sandinista de Libertação Nacional (Nicarágua), Partido Pátria Livre (Paraguai), Partido Socialista do Peru, Partido Nacionalista Porto-riquenho, Frente Socialista (Porto Rico), Movimento de Independência Nacional Hostosiano (Porto Rico), Federação Universitária Pró-Independência de Porto Rico, Frente Ampla (Uruguai), Partido Socialista do Uruguai, Tupamaros (Uruguai).

Não é por acaso que o engenheiro venezuelano Alejandro Peña Esclusa considera o FSP como um perigo para o hemisfério.

Num discurso na Associação Comercial do Rio de Janeiro em 8 de março de 1919, não muito tempo depois da Revolução Russa, Rui Barbosa, em tom profético, afirmava: “O Comunismo não é a fraternidade: é a invasão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador”.

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