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sábado, 5 de novembro de 2011

Entrevista Renato Opice Blum, advogado especializado em direito digital: ‘O conceito de privacidade está mudando. Talvez esteja acabando’

AUGUSTO NUNES
04/11/2011 às 19:21



Fernanda Nascimento
Há 14 anos, o advogado Renato Opice Blum, especializado em direito eletrônico e digital, defende vítimas de crimes que tenham por cenário a telinha de um computador. Ele informa que, ao contrário do que sugerem trunfos aparentes como o anonimato, nenhum envolvido em delitos na rede deve acreditar na impunidade. “É importante saber que existe legislação e que as pessoas são responsabilizadas por suas atitudes na internet”, avisa. Coordenador do curso de direito digital da Fundação Getúlio Vargas, Opice Blum recebe a cada dia, em média, a visita de cinco clientes potenciais ─ vítimas de fraude, estelionato, ofensas e distintas formas de invasão de privacidade. E acha que esse universo tente a crescer verticalmente. Veja os principais trechos da entrevista:
A sensação de que a internet é uma terra sem lei confere com a realidade?
A sensação é real, mas não é verdadeira. Temos a percepção de que podemos fazer tudo na rede, mas existem as limitações normais da legislação e da jurisprudência.
Já existe uma legislação específica para a internet?
Aplicamos a legislação em vigor. Em poucas áreas, como a pornografia infantil, temos uma legislação que, além de específica, é muito boa.  Mas o que temos de melhor é o numero de decisões judiciais aqui no Brasil. Chega a 50 mil, índice que supera até o registrado em países europeus.
Faltam leis?
Temos 95% de cobertura. Se alguém invade o seu computador, por exemplo, qual crime pratica? Nenhum. Isso é um absurdo. A criação e disseminação de um vírus também não é crime, apesar do enorme potencial lesivo. Da parcela coberta por lei, apenas 60 ou 70% estão à altura do potencial da internet. O vazamento de informações sigilosas é um bom exemplo do que precisa melhorar na legislação. Vamos supor que um sujeito obtém uma fórmula secreta e a distribui por email entre centenas de pessoas. A pena máxima é de um ano. Na prática, isso significa pagar o valor de uma cesta básica. A pena é desproporcional ao prejuízo causado e pode acabar até estimulando a prática do crime.
A legislação brasileira está muito atrasada em relação a outros países?
Temos mais lacunas, mas a jurisprudência civil está muito avançada. Ocorreu no Brasil a primeira decisão judicial contra o Twitter, para a obtenção de dados de um usuário que praticou um ato ilícito. Nosso país também é o que mais notifica e processa o Google.
O que é necessário para cobrir essas lacunas na legislação? É mais eficaz elaborar projetos de lei específicos ou tentar projetos mais abrangentes como o Marco Civil ou a Lei Azeredo?
Aprovar projetos de lei específicos para cada conduta é mais eficaz, como ocorreu com a pornografia infantil. Tecnicamente, seria perfeito resolver tudo de uma vez com grandes projetos. Mas, politicamente, é muito complicado. Temos pedacinhos de lei que foram aprovados e resolveram questões importantes. Foram tipificados dessa forma o uso da certificação digital, a pornografia infantil e o peculato eletrônico. Por exemplo, se um funcionário público altera um dado do sistema para privilegiar alguém, pode pegar até 12 anos de prisão. Essa decisão teve origem naquele caso do painel do Senado. São projetos de lei esparsos, mas que funcionam.
Quais são os casos mais frequentes?
O mais sensível é a ofensa, o crime contra a honra – calúnia, injúria ou difamação. Na internet, recorre-se muito ao anonimato. É necessário deixar claro que nossa Constituição garante a liberdade de expressão, mas veda o anonimato. Os juízes podem decretar as chamadas quebras de sigilo, obrigando os provedores a identificar seu usuário quando há alguma prática ilícita.
O que mudou nos últimos dez anos?
A questão da privacidade ganhou mais destaque. As redes sociais surgiram com muita força e a sociedade não estava preparada para isso.
Quem usa a internet está muito vulnerável?
Está, mas poderia não estar. Ninguém lê com atenção os termos de uso, por exemplo. O problema é usar os serviços sem saber exatamente quais são os recursos disponíveis. Hoje um dos pontos que tratamos com mais frequência são as informações divulgadas voluntariamente pelos usuários, que criam perfis gigantescos no Facebook ou no Orkut, contam onde estão o tempo todo ou dão acesso a quem não é amigo.
Como preservar a privacidade?
É possível diminuir os riscos. Mas sempre digo que o conceito de privacidade ao qual nos habituanos está mudando. Talvez esteja até acabando. Mais cedo ou mais tarde os dados vão escapar ao nosso controle. Só não sabemos quando ou como isso vai ocorrer. Todos serão monitorados, os que fazem a coisa errada e os que agem corretamente. Quem não estiver fazendo nada de errado não precisa preocupar-se com isso. Qual é o problema? “Ah, mas é minha privacidade, eu tenho o direito de não ser identificado”, diz muita gente. Daqui para a frente, não será possível conseguir isso usando apenas a lei.


A sensação de impunidade é maior entre os jovens?
Por ser muito interativo, o jovem ainda tem a sensação de que a internet é brincadeira. Também é importante introduzir a educação digital no ensino médio e fundamental. É uma das  formas de diminuir o aumento dos crimes na internet. É na escola que começa o cyberbullying. Antes da internet, o bullying isso ficava contido na sala de aula, no território da escola. Hoje, se um adolescente grava uma imagem íntima e passa para os colegas, a vítima tem de mudar de cidade. A humilhação e o constrangimento são muito intensos. A educação não vai impedir que isso aconteça, mas reduz a dimensão do problema. Todos precisam ter consciência de que existe legislação e que as pessoas são responsabilizadas pelo que fazem na internet.
Como impedir que as provas sejam apagadas a qualquer momento?
Tenho algumas sugestões simples. Por exemplo: chamar duas ou três pessoas para presenciar o que ocorreu. É a chamada prova testemunhal. Outra providência aconselhável é imprimir o texto, ou usar o print screen, aquele comando no teclado que produz uma fotografia da tela. Para que se tenha a prova ideal, no entanto, é necessário ir a um cartório de notas e pedir ao tabelião que faça um documento chamado ata notarial. O tabelião, com a sua fé publica, estará confirmando que, em determinado dia e hora, viu a prova do crime.
As delegacias especializadas são eficientes?
Essas delegacias conhecem melhor esse universo, mas o volume de reclamações é muito grande e não há pessoal suficiente. Defendo uma especialização das polícias, do Ministério Público e do Judiciário. O direito digital precisa ser tratado como um caso à parte, porque avança cada vez com maior rapidez e é irreversível. Atualmente, chegam ao escritório cinco ou seis casos novos por dia.

EXTORSÃO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO, COMANDADO POR CARLOS LUPI: TABELA DA ROUBALHEIRA PARA O PDT VARIA DE 5% A 15%

REINALDO AZEVEDO
05/11/2011 às 7:27

CT: enquanto isto as esquerdas falam que a corrupção é do capitalismo e não da corja política de seus amigos em armas... Evidentemente mais uma piada demoníaca destes satanistas.

Assessores do ministro Carlos Lupi, todos eles ligados ao PDT, são acusados de cobrar propina para liberar pagamentos a ONGs suspeitas de irregularidades. Leiam o que informam Paulo Celso Pereira, Gustavo Ribeiro e Hugo Marques, na VEJA desta semana:

Há pouco mais de um mês, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, deixou seu gabinete no 8° piso do edifício-sede da pasta, na Esplanada dos Ministérios, desceu três andares e se reuniu com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que despacha no mesmo prédio. Garibaldi agendou o encontro a pedido de um dirigente do Instituto Êpa, uma organização não governamental sediada no Rio Grande do Norte, seu estado de origem. A ONG recorrera a Garibaldi numa tentativa de fazer com que o Ministério do Trabalho voltasse a repassar verbas para um programa de qualificação profissional firmado com a entidade. Em vão. Na reunião entre os ministros, representantes do Trabalho elencaram uma série de irregularidades na prestação de contas do instituto e disseram que, em razão disso, as transferências não poderiam ser retomadas. Garibaldi e os dirigentes da ONG foram embora sem ver o problema resolvido. Atitude correta, republicana? Só na aparência.

Antes de procurarem Garibaldi Alves, os representantes da ONG tentaram resolver as pendências no lugar apropriado: as instâncias administrativas do Ministério do Trabalho. Esbarraram, porém, em um esquema de extorsão montado por dirigentes da pasta filiados ao PDT, partido do qual Carlos Lupi é presidente licenciado. O esquema funciona assim: o ministério contrata as ONGs para dar cursos de capacitação profissional. A exemplo do que ocorreu nas pastas do Turismo e, mais recentemente, do Esporte, muitos dos convênios servem apenas como fachada para desviar o dinheiro. Na hora de prestar contas, essas ONGs apresentam comprovantes de despesas inexistentes e listam alunos que nunca freqüentaram aula alguma. No caso do Turismo e do Esporte, a fiscalização corria frouxa para permitir que os recursos chegassem rapidamente ao caixa dos partidos. No Trabalho, desde o fim do ano passado, partiu-se para o achaque direto. O ministério suspendeu repasses de dinheiro ao mesmo tempo em que os dirigentes avisaram às ONGs que era preciso “normalizar as pendências” existentes - procedimento correto em caso de contratos micados. O problema é que, para “normalizar as pendências”, apareciam os mesmos assessores de Lupi responsáveis por “criar as pendências”.

Em dezembro de 2010, o Instituto Êpa recebeu a segunda parcela de um convênio para qualificação de trabalhadores em construção civil no Vale do Açu (RN). O ministério determinou três fiscalizações na organização, levantando indícios de irregularidades. Imediatamente, ordenou que não fosse feito mais nenhum repasse. Sem dinheiro para manter os alunos em sala de aula, os dirigentes da ONG procuraram o ministério para tentar resolver o problema. Lá, foram avisados de que as irregularidades poderiam ser encaminhadas à Controladoria-Geral da União, órgão que tem o poder de declarar a inidoneidade de parceiros do poder público e, assim, impedi-los de receber recursos. Os diretores do Instituto Êpa receberam também um recado: a situação poderia ser resolvida rapidamente. Como? Pagando propina, conforme uma planilha de extorsão do PDT, que varia de 5% a 15% do valor do contrato. A quem? O contato deveria ser feito com Weverton Rocha, então assessor especial do ministro, ou Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de qualificação. Os dois respondiam ao então chefe de gabinete do ministro, Marcelo Panella, homem de confiança do ministro Lupi e também tesoureiro nacional do PDT. Foi para escapar do achaque que a ONG pediu a ajuda de Garibaldi Alves.

Nas últimas semanas, VEJA conversou com diretores de ONGs, parlamentares e servidores públicos sobre como os caciques do PDT comandados por Carlos Lupi transformaram os órgãos de controle interno do Trabalho em um instrumento de extorsão.

Leia na revista os detalhes de mais essa história sórdida.

Por Reinaldo Azevedo

Imposição mundial do homossexualismo?

IPCO
4, novembro, 2011

CT: resta saber como vão se comportaros muçulmanos na Inglaterra. Será que vão ficar chateadinhos ou só mexem a bunda para pedir mais "direitos"?

Alberto Távora

Não sou em nada simpático à “teoria da conspiração” em seu sentido pejorativo. Apesar disso, estou cada vez mais convencido de que a imposição do homossexualismo faz parte de um movimento internacional organizado.

Por exemplo, segundo notícia de O Estado de S. Paulo (31/10), o primeiro ministro britânico David Cameron ”ameaçou suspender a ajuda econômica a países que não revoguem leis que proíbem e condenam a homossexualidade“. Uganda, por exemplo, seria um dos atingidos – o único país africano que, por sua política moralizante, conseguiu reduzir drasticamente as infecções por AIDS…

Enquanto isso, no Brasil multiplicam-se os projetos de lei e sobretudo as decisões judiciais que favorecem a causa homossexual.

Tudo isso ao mesmo tempo. Estranho, não?



O primeiro ministro britânico "conservador" 
ameaça suspender ajuda econômica a países 
que proíbem e condenam o homossexualismo. 
Ao mesmo tempo, no Brasil...

Alfonso Cano, chefe máximo das FARC, está morto!

MÍDIA SEM MÁSCARA

Alfonso-Cano.jpgNotalatina informa em edição extraordinária para anunciar uma notícia que acabou de ser confirmada há poucos minutos pelo Ministério da Defesa colombiana: Alfonso Cano, chefe máximo das FARC, está morto!
No princípio da noite as notícias davam conta de que numa operação conjunta do Exército, da Polícia e da Força Aérea num bombardeio entre os municípios de Suárez, Jambaló y Toribio (Cauca), foram capturados Edgar López, cognome “Pacho Chino”, lugar-tenente de “Sargento Pascua”, comandante da Frente 6 das FARC e mais dois elementos de cognomes “el Indio Efraín” e “el Zorro”. Foi dado baixa em dois guerrilheiros, um homem e uma mulher, que presume-se seja a companheira de Alfonso Cano, enquanto o homem seria seu chefe de comunicações.
“Pacho Chino” é um dos chefes das FARC mais próximos de Cano e foi um dos responsáveis pelo assassinato dos 12 deputados do Valle del Cauca. Ainda segundo as notícias do início da noite, os militares teriam seguido um rastro depois do bombardeio e pelas feições do corpo encontrado, acreditavam que se tratava de Alfonso Cano. Entretanto, ainda aguardavam o processo de identificação.


Busquei mais informações nas páginas oficiais do Governo mas a notícia ainda não se encontra. Entretanto, não creio que o jornal “El Tiempo”, que pertence à família do presidente Juan Manuel Santos fosse dar uma notícia de tamanha gravidade e importância se não tivesse confirmado antes de publicá-la. Nesse momento assisto o informativo (ao vivo) do canal de tv Cable Noticias e tão logo tenha mais informações e mesmo vídeo, o Notalatina faz outra edição dando todos os detalhes.
Já especula-se quem seria o substituto de Cano e aventuro dizer que seria um dos comandantes do Estado-Maior Central das FARC, “Timochenko”. Mas prefiro aguardar mais informações.
Esse é um momento muito auspicioso para a Colômbia, produto do excepcional trabalho das Forças Militares e ainda das sementes que plantou o presidente Uribe. Oxalá esses heróis não sejam mais tarde condenados como “assassinos”, como tem sido a prática corrente na Justiça colombiana atualmente! Solidarizo-me com as Forças Militares e com todos os colombianos por momento tão importante, depois da depressão havida com as últimas eleições onde os bogotanos elegeram para prefeito da capital o terrorista do M-19 Gustavo Petro.

Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários: Graça Salgueiro

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Convenção Americana de Direitos Humanos (1969). Ou Pacto de San José da Costa Rica.

Pacto de San José da Costa Rica

Aquecimento Global e Governo Mundial. Entrevista excelente e imperdível com Lord Monckton.




Uploaded by  on Apr 28, 2011
15/10/2010-Lord Christopher Monckton, 3º Visconde Monckton de Brenchley, é um político britânico, palestrante, consultor de negócios, conselheiro político, escritor, colunista, inventor e crítico ardente do fictício consenso científico sobre Mudanças Climáticas.

Al Gore, o guru do cambalacho e da enganação, tem se negado por anos a aceitar o repetido desafio de Monckton para um debate público sobre Aquecimento Global.

Monckton é um franco crítico da teoria de mudanças climáticas antropogênicas. Ele acredita que Al Gore e os fraudadores dos dados sobre Mudanças Climáticas da Universidade de East Anglia têm de ser seriamente incriminados.

Monckton explica como o Tratado sobre Mudanças Climáticas, proposto pelas Nações Unidas em Copenhague e assinado pelos líderes mundiais, levará à perda da soberania das nações e à instituição de um Governo Mundial não democrático.

Alex welcomes back to the show British politician, journalist, and outspoken critic of the theory of anthropogenic hoax arrange climate change, Lord Christopher Monckton. Monckton believes Al Gore and the climate change fraudsters at the University of East Anglia should be criminally charged.

http://scienceandpublicpolicy.org/

Recebido e compartilhado: curso "A música do apocalipse: Thomas Mann e a lenda do Dr. Fausto" do Prof. José Nivaldo Cordeiro.


Olá,


Gostaríamos de anunciar que no dia 17 de Novembro, iniciará o curso "A música do apocalipse: Thomas Mann e a lenda do Dr. Fausto" do Prof. José Nivaldo Cordeiro.
O curso será ministrado em quatro aulas noturnas (20:30 às 21:30) nos dias 17 e 24 de Setembro e 01 e 08 de Dezembro.

A inscrição é de R$ 100,00 que pode ser dividida em até 4 vezes sem juros no cartão de crédito.



Confira a ementa completa no site que hospedará o evento: www.cedetonline.com.br. Um pequeno resumo:

Ninguém melhor que Thomas Mann fez a crônica e interpretou melhor o fenômeno do totalitarismo. Discípulo e continuador da obra de Goethe, Mann conseguiu no livro Doutor Fausto juntar as partes do quebra-cabeça: o mito do Fausto, a filosofia da rebelião contra Deus, fundada no Iluminismo, o satanismo militante e o niilismo tão bem retratado na filosofia de Nietzsche. Tudo costurado numa trama que relata a ascensão e a queda do nazismo.
Doutor Fausto é também uma obra autobiográfica, que relata a ruptura espiritual de Thomas Mann com esse caldo de cultura satânico da modernidade. Mann terá sido o primeiro exilado, o alemão exemplar, que jamais se iludiu com o populismo nazista. O anti-Goethe e, ao mesmo tempo, o maior dos seus discípulos. Ele sempre soube que Hitler, mais que um fenômeno político, encarnava um problema espiritual. Dentro dos meios civis foi Thomas Mann aquele que impôs a mais severa oposição ao nazismo, o que mais agiu e o que mais sofreu sofreu as consequências de um exilado.

Gratos pela atenção,
Equipe da Livraria do Seminário de Filosofia

Rua Angelo Vicentim, 70 - Campinas - SP - 13084060

Filme “180″ tenta mudar a opinião de todos sobre o aborto

NOTÍCIAS GOSPEL
3 / novembro / 2011 - 11:37

Oito pessoas pró-aborto são convencidas com argumentos válidos e se tornam pró-vida



Filme “180″ tenta mudar a opinião de todos sobre o aborto
Um filme de apenas 33 minutos tem tentando mudar a forma como os americanos enxergam o aborto, com o título de “180″ o filme faz os espectadores repensarem sobre o assunto, pois o produtor, o ministro cristão Ray Comfort, chega a comparar o aborto com o Holocausto dos judeus na Alemanha.
O documentário foi produzido pelo ministério Living Waters e além do aborto também apresenta outras questões bíblicas. Conversas com jovens são mostradas fazendo com que eles mudem suas opiniões a respeito desses temas, principalmente sobre o aborto.
O filme fez grande sucesso no YouTube e só no primeiro mês teve 1,2 milhão de acessos e foi considerado como “o melhor filme da internet”. Agora ele também está sendo distribuído nas universidades, 200 mil cópias foram entregues às cem melhores universidades dos Estados Unidos.
“As pessoas estão mudando a mente sobre a polêmica questão do aborto. Não apenas assistem on-line, mas compram para dar de presente. Já vendemos mais de 150 mil cópias em questão de semanas. Uma pequena igreja comprou 16,8 mil DVDs. Mas essa doação da universidade foi muito especial, porque agora o DVD está nas mãos dos jovens da América, e de muitos engajados no diálogo saudável”, disse Ray Comfort.
Recentemente uma igreja americana protestou contra o aborto fixando 4.000 cruzes brancas na frente do templo, esse número representa a quantidade diária de abortos que são realizados no país. “Não vou descansar enquanto o horror do assassinato de crianças for uma realidade jurídica em nossa nação. Mas, a mudança política só virá se aqueles que se preocupam com os não-nascidos falarem”, disse o produtor do vídeo.
O filme pode ser acessado também pelo site oficial que é o www.180movie.com, mas para os brasileiros que desejam conhecer essa produção é possível assistir o filme legendado em português no YouTube.

Por trás das palavras

OLAVO DE CARVALHO
Diário do Comércio, 8 de fevereiro de 2010

Por que os direitistas brasileiros se denominam “liberais” em vez de “conservadores”? A escolha das palavras revela uma diferença específica que, bem examinada, basta para explicar a debilidade e o fracasso da direita nacional.

O termo “conservador” denota a adesão a princípios e valores atemporais que devem ser conservados a despeito de toda mudança histórica, quando mais não seja porque somente neles e por eles a História adquire uma forma inteligível. Por exemplo, a noção de uma ordem divina do cosmos ou a de uma natureza humana universal e permanente. Fora do quadro delimitado por essas noções, a “História da humanidade” dissolve-se numa poeira de processos temporais heterogêneos, descompassados, inconexos, não raro incomunicáveis e mutuamente incompreensíveis. Só resta então aceitar a completa irracionalidade da existência histórica ou, não podendo suportar essa idéia, fabricar uma unidade postiça, baseada na “luta de classes”, na “luta das raças”, na “evolução animal”, na dialética hegeliana, no determinismo geográfico ou em qualquer outro pseudoprincípio, que pode ser obtido seja pela ampliação hiperbólica de algum fenômeno empírico limitado, seja, nos casos mais graves, pela invencionice pura e simples. Uma vez estabelecido esse pseudoprincípio, pode-se deduzir dele um “sentido” unilinear da História e, deste, um programa político que se torna automaticamente obrigatório para todos os seres humanos, atirando-se à guilhotina ou aos campos de concentração os discordes e recalcitrantes. Tal é precisamente o trabalho da mentalidade revolucionária. Se as revoluções invariavelmente resultam na implantação de regimes totalitários, não é nunca por algum desvio de seus belos ideais de origem, mas pelo simples fato de que, transfigurada em ação política, a certeza de conhecer o sentido total da História não pode, por definição, admitir que alguém permaneça alheio ao dever de realizá-lo. A mera indiferença política basta então para fazer do cidadão um inimigo da espécie humana.

O conservadorismo, em contrapartida, funda-se na admissão de que a ordem divina não pode nem ser conhecida na sua totalidade nem muito menos realizada sobre a Terra. A eternidade jamais pode ser espremida dentro da ordem temporal, tal como o infinito não cabe dentro do finito. Por isso, em toda política genuinamente conservadora que se observa ao longo dos tempos, a ordem divina nunca é um princípio positivo a ser “realizado”, mas apenas um limite que não deve ser transposto, um critério negativo de controle e moderação das presunções humanas. O conservadorismo é, em essência, um freio às ambições prometéicas do movimento revolucionário e, mais genericamente, de todos os governantes. A modéstia e a prudência, a rejeição de toda mudança radical que não possa ser revertida em caso de necessidade, a recusa de elaborar grandes projetos de futuro que impliquem um controle do processo histórico, a concentração nos problemas mais imediatos e nas iniciativas de curto prazo, tais são os caracteres permanentes da política conservadora. Encarnações eminentes do pensamento conservador ao longo dos tempos são Lao-Tsé, Aristóteles, os profetas hebraicos, Cícero, Sto. Tomás, Richard Hooker, Shakespeare, Goethe, Disraeli, Jacob Burckhardt, Winston Churchill e Ronald Reagan. Malgrado as diferenças de épocas e mentalidades, todos exibem um sacrossanto horror à hübris revolucionária, um sentimento agudo de que em política nada é melhor que a moderação e a prudência.

Que não haja nem possa haver um conservadorismo perfeito, é algo que decorre da definição mesma do conservadorismo. Quando o amor à ordem divina se inflama ao ponto de fazer esquecer a impossibilidade humana de realizá-la no mundo histórico, ou quando a resistência a um projeto revolucionário específico se cristaliza na ambição de invertê-lo materialmente, elementos do discurso conservador são absorvidos e integrados num discurso revolucionário substitutivo que, travestido de conservadorismo, pode seduzir parcelas imensas da população, inclusive as mais tradicionalistas e reacionárias, usando-as como bucha de canhão em aventuras políticas suicidas.

Revolução é, em essência, todo projeto de mudança social e política profunda a ser realizado mediante a concentração de poder. O conservadorismo expressa a resistência natural, geral e espontânea da alma humana a deixar-se usar como instrumento a serviço de promessas irrealizáveis sob o guiamento de líderes pretensamente iluminados. Quando a contra-revolução, em vez de contentar-se em ser apenas uma medida de emergência contra uma situação de fato, se enche de sonhos de glória e cria seu próprio projeto de mudança social profunda, ela própria se torna um movimento revolucionário. Eis por que o conservadorismo é a mais forte linha de resistência contra todas as revoluções "de esquerda" e "de direita". Os exemplos de Dolfuss e Churchill na década de 30 bastam para ilustrar o que estou dizendo.

O liberalismo, em contraste, é a resistência a uma modalidade específica de projeto revolucionário, o socialismo. Ambos nasceram no século XIX e se definem um ao outro como irmãos inimigos. Ao socialismo a proposta liberal opõe a defesa da economia de mercado e das liberdades políticas no quadro do moderno Estado laico. A todos os componentes do movimento revolucionário que escapem da definição formal de socialismo, que portanto não ataquem diretamente esses dois pilares da ideologia liberal, o liberalismo não pode oferecer nenhuma oposição eficaz. Nada, no discurso liberal, oferece fundamento sólido para a rejeição do abortismo, do feminismo radical, da liberação de drogas, do gayzismo, do multiculturalismo, da guerra assimétrica, da abolição das soberanias nacionais ou da destruição de todos os pilares culturais e religiosos milenares em que se assenta a possibilidade de existência do próprio liberalismo. Quando essas bandeiras se tornam as principais armas de propaganda do movimento socialista, só resta ao liberalismo opor-lhes uma resistência muito fraca, fundada em argumentos de legalidade formal, ou então aderir a elas, na esperança louca de parasitar a força retórica do discurso socialista para fins de imediatismo eleitoral. Nesta última hipótese, cada miúdo triunfo eleitoral dos liberais torna-se mais uma vitória ideológica de seus adversários.

Experimentos em Psicologia - A unanimidade burra de Solomon Asch

NÃO POSSO EVITAR... MINHAS OPINIÕES SÃO MAIS FORTES QUE MEU JUÍZO
19/06/2009





O próximo pesquisador apresentado por Lauren Slater (em Opening Skinner's Box: Great Psychological Experiments of the Twentieth Century) é Stanley Milgram, que realizou um dos mais perturbadores Experimentos em Psicologia de que se tem notícia. Enquanto cursava Ciências Políticas no Queens College, Nova Iorque, ele participou como assistente de Solomon Asch em algumas de suas pesquisas. Da admiração pelo seu mentor, Milgram decidiu mudar de área. E do mais famoso estudo de Asch - o efeito da pressão social na conformidade- buscou o tema central do seu próprio experimento. Vejamos, então, que extraordinárias teorias o teriam levado a tomar tais decisões.
Solomon Asch nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 14 de setembro de 1907 e mudou-se para os EUA com sua família em 1920. Completou seu Doutorado em 1932 na Universidade de Colúmbia e na década de 1950 começou a elaborar suas pesquisas acerca da pressão social exercida pelos grupos. A pergunta que ele pretendia respoder era: como e até que ponto as forças sociais moldam as opiniões e atitudes das pessoas? Era uma época em que as telecomunicações experimentavam crescentes avanços e, desde então, já havia a preocupação do poder de influência que a mídia poderia exercer na população.Asch_experiment
* * * * * * * * * *
Imagine a leitora numa sala com mais sete outros estudantes, cuja tarefa no experimento sobre acuracidade visual, para o qual se ofereceram como voluntários, era olhar a linha vertical da figura mais à esquerda e encontrar sua correspondente dentre as três linhas da outra figura. Moleza!, você pensa. E todos respondem letra "C". No próximo par de figuras, nenhum problema e todos respondem a mesma óbvia opção.
Quando a leitora já começava a se arrepender de estar ali - pois tudo indicava uma tediosa atividade para identificar aspirantes a cego - o primeiro colega da sala a responder claramente cometia um erro. "Como ele pôde? Uma linha é visivelmente maior do que a outra!", você pensa inconformada. Mas aí o seguinte comete o mesmo erro. E também o terceiro e todos os demais. Você é a última e responde diferente dos demais. Todos olham para você. Que coisa estranha!
No par de figuras seguinte, aquele idiota da primeira cadeira erra novamente. E todos vão atrás. Você tem certeza que eles estão errados. Mas como podem todos estarem errados e você estar certa? Você responde de maneira diferente novamente.
Na próxima rodada você já não tem tanta certeza se está certa. Sua insegurança começa a dar lugar à angústia. Será que você não está enxergando direito? Que constrangimento responder de maneira diferente de todos! Ah, quer saber? posso até errar, mas acho melhor responder igual aos outros. Não estou me sentindo bem discordando de todo mundo, divergindo dessa estranha unanimidade.
No fim do experimento você descobre, porém, que o único voluntário de verdade era você. Os outros sete ali presentes eram atores que faziam parte da pesquisa. Todos foram orientados para dar as respostas erradaspara ver até que ponto você resistiria sendo a única dissidente da sala. Pouco, muito pouco. Você não agüentou ser a única respondendo diferente e passou a acompanhar o grupo, mesmo tendo certeza (ao menos no início) de que estava dando a resposta errada.
Asch_group
Mas espere um pouco! Como reagiram os outros voluntários? Quantos deles teriam capitulado ante à pressão do grupo e passado a dar respostas erradas também? Curiosamente, os resultados do experimento haveriam de lhe trazer algum conforto...
* * * * * * * * * *
No total, 123 voluntários (reais) participaram da pesquisa e eles sempre eram os últimos ou penúltimos a responder. Nos dois primeiros testes os assistentes respondiam de forma correta, para deixar o voluntário à vontade, confiante. Mas nos quatorze seguintes eles deveriam errar doze, de modo que o voluntário não desconfiasse de alguma armação - o que ocorreu em poucas ocasiões e os resultados foram desconsiderados no cômputo final. Além disso, eles erravam juntos, apontando a mesma linha. Considerando que a estimativa de respostas erradas nesse tipo de teste é de menos de 1 em 35 (menos de 3%), os resultados foram assombrosos:
75% dos participantes escolheram a alternativa errada ao menos uma vez;
37% dos voluntários erraram a maioria das respostas;
5% deles acompanharam a opção incorreta todas as vezes.
Asch e seus colegas ficaram intrigados com o efeito opressor que um grupo poderia exercer sobre seus indivíduos e resolveu investigar mais a fundo os fatores que mais determinavam esse tipo de influência. As posteriores variações do experimento verificaram que:
.: O tamanho do grupo influi negativamente de forma diretamente proporcional e até um certo limite. Quando confrontado com apenas um outro participante, o indivíduo praticamente não mudava de opinião. Contra dois assistentes, o voluntário aceitava a resposta errada em 13,6% das vezes. Se fossem três adversários, o erro subia para 31,8% e permanecia estável. Isto é: a partir de três oponentes o tamanho da unanimidade já não fazia mais tanta diferença.
BurrosNa prática, isso parece sugerir que trabalhar com grupos muito grandes pode ser contraproducente, na medida em que algumas opiniões dissidentes podem se perder no caminho, em virtude da pressão da maioria. Por esse motivo os especialistas recomendam que o ideal é formar pequenos conjuntos de até três ou quatro indivíduos.
.: Um aliado aumenta a resistência, pois quando o inocente voluntário tinha o apoio de outro indivíduo na sua discordância, as chances de ele mudar de opinião em favor da maioria caíam em 75%. O interessante era que o aliado nem precisava escolher a resposta certa. Bastava que ele divergisse da maioria. No caso ilustrado anteriormente, por exemplo, se todos escolhessem "A" e o aliado escolhesse "B", já era suficiente para que o voluntário se sentisse mais à vontade para apontar a correta resposta "C".
Mas a importância desse aliado está em sua convicção, não em sua presença física. Se após discordar da maioria nas primeiras respostas o aliado mudasse de lado e passasse a errar junto com os demais, o voluntário perdia sua coragem. Após a deserção do seu aliado, os índices de erro passavam a ser iguais ao do experimento original. Por outro lado, se o aliado fosse retirado da sala no momento em que ainda dava respostas corretas, o voluntário mantinha-se independente, respondendo diferente da maioria.
Particularmente considero essa variação uma das mais intrigantes, pois ela ilustra como somos sensíveis à opinião de estranhos quando nos encontramos numa situação de desvantagem ou de informações insuficientes. Este é, basicamente, o formato mais comum dos chamados Contos-do-Vigário, onde um desconhecido oferece ajuda, convencendo a vítima a confiar no golpista que lhe aborda.
Ela sustenta, também, a importância da heterogeneidade dos grupos, como destaca James Surowiecki em The Wisdom of Crowds. Surowiecki lembra que a diferença não só contribui trazendo novas perspectivas para o ambiente, mas também ajuda os integrantes a expressarem mais livremente suas opiniões - sejam elas divergentes ou não (pp. 38-39).
Mas a mais pitoresca de todas as adaptações do estudo de Asch foi realizada por Vernon Allen. (Infelizmente não encontrei a fonte original nem a referência do artigo/livro e, assim, baseio-me na descrição de Ori e Rom Brafman em Sway: The Irresistible Pull of Irrational Behavior.) Antes de iniciar os supostos experimentos de acuracidade visual, os voluntários tinham que preencher um formulário qualquer isolados numa sala. Assim que iniciavam essa tarefa, um dos pesquisadores alegava falta de salas e introduzia um segundo "voluntário" na sala.
Fundo de garrafaEste era, na verdade, mais um ator com uma característica muito peculiar: ele usava óculos de lentes grossíssimas, denunciando uma acentuada dificuldade visual. Reforçando essa característica, ator e pesquisador encenavam um diálogo, onde o primeiro perguntava se a tarefa incluía algo em que fosse necessário enxergar de longe. O segundo respondia que sim e pede que o ator leia um cartaz pregado na parede, no que ele, previsível e propositadamente, falha. O pesquisador diz, então, que precisam terminar o estudo de qualquer forma (estão atrasados, com falta de pessoal, blá, blá, blá...) e sugere que ele responda às perguntas de qualquer maneira, prometendo não computar suas respostas.
O resultado mostrou que os voluntários reais reduziam sua conformidade em 30%, ou seja, aproximadamente um terço deles sentiam-se mais à vontade para discordar da maioria, ainda que fossem amparados por um aliado visivelmente (que beleza de trocadilho!) incompetente.
.: A discrepância do erro não influi no resultado, apesar de a intuição sugerir o contrário. Ainda que as figuras fossem exageradamente diferentes umas das outras, isso não diminuía a incidência de respostas erradas do voluntário.
Isso significa que, independentemente do absurdo da situação, a cega imitação das atitudes de um grupo pode nos levar a comportamentos que sequer cogitaríamos individualmente.
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Nas entrevistas posteriores ao experimento, os 25% que se mantiveram firmes em suas decisões em todos os testes mostraram uma grande capacidade de se recuperar das dúvidas que experimentaram ao confiar em seus julgamentos. E, diga-se de passagem, sentiram-se aliviados ao saber que o estudo continha uma pequena farsa...
Já dentre os que mais se conformavam com o grupo, suas principais características eram a baixa auto-estima ("devo estar errado") e o desejo de não comprometer o estudo discordando nas respostas. O mais intrigante, porém, era o fato de eles não se considerarem conformistas.
Em seu brilhante Iconoclast: A Neuroscientist Reveals How to Think Differently*, o neurologista americanoGregory Berns chega a questionar a influência do grupo sobre a percepção das pessoas. Apesar de os voluntários garantirem terem dado a resposta incorreta (mesmo sabendo a verdadeira), eles honestamente questionavam suas convicções. Alguns duvidavam daquilo que estavam vendo. Aparentemente as percepções permaneciam intactas, mas a fé das pessoas nos seus sentidos, esta sim, parece irremediavelmente abalada pela influência externa alterando, aí sim, as decisões tomadas. E, no fim do dia, o que importa mesmo são as decisões.
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O estudo de conformidade de Solomon Asch dá indícios sobre o poder de influência que os grupos exercem sobre os indivíduos. Mostra que o simples desejo de pertencer a um ambiente homogêneo faz com que as pessoas abram mão de suas opiniões, convicções e individualidades.
Adolecentes fumandoImagine crianças e adolescentes que são forçados a permanecer longos períodos de tempo convivendo em grupos a que eles não escolheram pertencer, como a classe da escola, por exemplo. Em ambientes onde o diferente acaba marginalizado ou ridicularizado, a pressão por seguir o grupo pode ser irresistível a um jovem com pouca maturidade ou personalidade. E, assim, muitos começam a fumar, beber e usar drogas.
Mas nem só em ambientes mais inocentes encontramos indivíduos sucumbindo à multidão. A tendência de seguir a opinião dos outros comumente é chamada de efeito manada em finanças, identificando um movimento onde os investidores seguem determinada direção, polarizando a tendência do mercado. Atitudes semelhantes podem ser observadas, também, em algumas religiões, agremiações políticas, moda e diversos outros grupos de indivíduos cujas preferências mudam com o tempo. Ou seja, todos.
Ainda que a vida em sociedade dependa de consensos, eles só serão produtivos na medida em que os indivíduos contribuirem com suas experiências pessoais e considerações particulares. Quando o consenso é produto da dominação ou da conformidade, o processo social é corrompido e os valores individuais são deixados de lado.
Fato é que, de maneira consciente ou não, estamos todos sujeitos às pressões do ambiente, seja ele físico ou psicológico. Há várias situações em que nossas atitudes são fortemente influenciadas por essas pressões e muitas formas de explorar tal comportamento - para o bem e para o mal. O que precisamos é estar atentos a essas armadilhas e identificar - de forma sincera, humilde e desprendida - que tipo de decisões tomamos por nossa própria e independente vontade e quais as que visam a paz de espírito de não ir contra a multidão.
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O experimento de Asch mostra uma forma de tomar decisões inocentes quando sob efeito da influência do comportamento do grupo. Mas o que acontece quando as decisões não são assim tão inocentes? Como reagem as pessoas que são instigadas a inflingir dor e sofrimento a um desconhecido? A seguir, os perturbadores estudos de Stanley Milgram.
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Leia a Introdução sobre esta série a respeito de famosos Experimentos em Psicologia, além de uma relação dos outros textos já disponíveis.
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* Lançado no Brasil pela Editora Best Business (Record) com o título "O Iconoclasta".

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Futura beata viu Lutero no inferno.

FRATRES IN UNUM

Irmã Serafina Micheli e a visão de Lutero no inferno


Fonte: Pontifex
Tradução: Fratres in Unum.com
Em 1883, a Irmã Maria Serafina Micheli (1849-1911), que será beatificada em Faicchio, na província de Benevent, diocese de Cerreto Sannita (Itália), em 28 maio de 2011, fundadora das Irmãs dos Anjos, estava passando por Eisleben, na Sassonia, cidade natal de Lutero. Naquele dia se festejava o quarto centenário do nascimento do grande herege (10 de novembro de 1483), que dividiu em duas a Europa e a Igreja, deste modo as ruas estavam lotadas, as varandas enfeitadas com bandeiras. Entre as numerosas autoridades presentes aguardava-se, a qualquer momento, a chegada do empreendedor Guglielmo I, que presidiria a celebração solene. A futura beata, embora notasse o grande tumulto, não estava interessada em saber a razão para aquele entusiasmo inusitado, seu único desejo era procurar uma igreja e rezar para poder fazer uma visita a Jesus Sacramentado. Depois de caminhar por algum tempo, finalmente, encontrou uma, mas as portas…
… estavam fechadas. De todo modo, ela se ajoelhou na escadaria de acesso para fazer as suas orações. Sendo noite, não havia percebido que não era uma igreja católica, mas protestante. Enquanto rezava, o Anjo da Guarda lhe apareceu e disse: “Levanta-te, pois esta é uma igreja protestante”. E acrescentou: “Mas eu quero fazer-te ver o local onde Martinho Lutero foi condenado e a pena que sofreu em castigo do seu orgulho”.
Depois destas palavras, ela viu um terrível abismo de fogo, no qual eram cruelmente atormentadas um incalculável número de almas. No fundo deste precipício havia um homem, Martinho Lutero, que se distinguia dos demais: estava cercado por demônios que o obrigavam a se ajoelhar e todos, munidos de martelos, se esforçavam, em vão, em fincar em sua cabeça um grande prego. A Irmã pensou: se o povo em festa visse esta cena dramática, certamente, não tributariam honra, recordações, comemorações e festejos para um tal personagem. Em seguida, quando se apresentou a ocasião, recordou às suas irmãs que vivessem na humildade e no recolhimento. Estava convencida de que Martinho Lutero fora punido no inferno, sobretudo, por conta do primeiro pecado capital, o orgulho.
O orgulho o fez cair em pecado capital, conduziu-o à rebelião aberta contra a Igreja Católica Romana. A sua conduta, sua postura para com a Igreja e a sua pregação foram determinantes para enganar e levar muitas almas superficiais e incautas à ruína eterna. Se quisermos evitar o inferno, vivamos na humildade. Aceitemos não ser considerados, valorizados e estimados por aqueles que nos conhecem. Não nos queixemos quando formos desprezados ou deixados por último por outros que pensamos ser menos dignos que nós. Jamais critiquemos, por qualquer razão, as ações daqueles que nos rodeiam. Se julgarmos os outros, nem sequer somos cristãos. Se julgarmos os outros, não somos sequer nós mesmos.
Confiemos sempre na graça de Deus e não em nós mesmos. Não nos preocupemos excessivamente com nossa fragilidade, mas com nosso orgulho e presunção. Digamos freqüentemente com o salmista: “Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se levanta arrogante. Não procuro grandezas, nem coisas superiores a mim.” (Salmo 130). Ofereçamos a Deus nosso “nada”: a incapacidade, a dificuldade, os desânimos, as desilusões, as incompreensões, as tentações, as quedas e as amarguras de cada dia. Reconheçamo-nos pecadores, necessitados de sua misericórdia. Jesus, justamente porque somos pecadores, só nos pede que abramos nosso coração e nos deixemos ser amados por Ele. Esta é a experiência de São Paulo: “porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo “(2 Cor. 12,9). Não impeçamos o amor de Deus para conosco com o pecado ou com a indiferença. Demos sempre a Ele mais espaço em nossa vida, para viver em plena comunhão com Ele no tempo e na eternidade.
Pe. Marcello Stanzione