Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
Por Gaúcho/Gabriela em sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008
Mesmo procurando se afastar de qualquer participação direta na luta pela libertação de presos políticos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o Brasil é uma das nações pelas quais os guerrilheiros colombianos transitam livremente, transportando reféns, e de onde também recebem provisões.
O ex-congressista Luis Eladio Pérez, libertado quarta-feira, revelou ontem que, durante os mais de seis anos que permaneceu em cativeiro, os rebeldes se movimentaram pelas divisas do país e chegaram a usar desodorantes e remédios brasileiros.
O comando do Exército na Amazônia alegou que é impossível controlar a movimentação devido à extensão do território. O Itamaraty negou que o governo tenha doado suprimentos para a guerrilha. Em entrevista por telefone à Caracol Radio de Bogotá, Pérez disse que, em poder das Farc, esteve nas fronteiras do Brasil, Peru, Venezuela e Equador - nesta última, dormiu quando a guerrilha o transferiu das montanhas do Sul até as florestas do interior colombiano, para levá-lo para junto de outro grupo de seqüestrados.
- Usávamos botas de marca equatoriana, foram usados explosivos, munição equatoriana, desodorantes e alguns remédios brasileiros, cremes dentais e sabões venezuelanos - contou Pérez.
CONTROLE
À frente do Comando Militar da Amazônia (CMA), responsável pelas fronteiras do Brasil com a Colômbia, o general Augusto Heleno Pereira afirmou que a fronteira possui 11 mil quilômetros, o que torna impossível controlar a passagem dos guerrilheiros.
O general cogita a hipótese dos produtos serem comprados na própria Colômbia, exportados por via legal, porém revela que a cidade mais próxima da fronteira, São Gabriel da Cachoeira, com cerca de 50 mil habitantes, é "sabidamente" fonte de abastecimento para as Farc.
- Os guerrilheiros não atravessam a fronteira como guerrilheiros, e os postos na fronteira são temporários, como se fossem uma blitz - ressalta, dizendo desconfiar de que alguns colombianos à procura de atendimento médico na região sejam rebeldes - Uma vez na cidade, contudo, se misturam à população local, formada também por indígenas, colombianos, peruanos.
O comandante do CMA conta que revelou a presença de rebeldes em palestra aos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Casa Civil, Dilma Roussef.
A declaração de Pérez ocorre um dia depois das Farc ameaçarem iniciar uma campanha de seqüestros e ataques ao Panamá caso o governo do país não liberte até o dia 1° de março seis combatentes do grupo capturados no fim de semana passado. O general descarta a possibilidade do mesmo acontecer com brasileiros.
- O último confronto ocorreu por incidente, em 1991, quando deram de cara com o Exército na mata - lembra Heleno. - Tudo que acontece a gente fica sabendo, e não é de interesse deles abrir outra frente, criar outro problema. JB Online
COMENTÁRIO
A matéria economiza no detalhe sobre: o “Itamaraty negou que o governo enviou suprimentos à guerrilha”, mas a menção merece nossa atenção, porque sinaliza que pode ter ocorrido alguma acusação nesse sentido. Possibilidade da qual não se pode duvidar de jeito nenhum. Afinal, as FARC são membro do Foro de São Paulo, parceiros do Lula/PT – os apoiadores dos crimes que os terroristas cometem em nome da "Revolução Bolivariana" de Chávez.
Lula se comporta exatamente como o Chávez. Os dois mentirosos rezam na mesma cartilha da ignorância, ao querer criticar outros países e instituições para desviar a atenção sobre as próprias incompetências.
O Chávez, por exemplo, ao invés de cuidar do povo venezuelano que está passando fome, ele fica envolvido nessa história sem fim de resgatar reféns, como se não tivesse um país em agonia nas mãos. E, diga-se de passagem, uma agonia totalmente produzida por sua incompetência. O jornal "El Nacional" classificou em seu editorial o governo de Hugo Chávez de esquizofrênico, pois "se compromete com a libertação de reféns colombianos e, por outro lado, abre a fronteira a guerrilheiros, para que ataquem camponeses e produtores rurais que trabalham a terra em nosso território".
A imprensa internacional, nesse momento, só fala do estado lamentável de saúde de Ingrid Bittencourt. Os áulicos do esquizofrênico Chávez querem promover o martírio da Senadora Ingrid Bittencourt, para que ele possa posar diante do mundo como um homem decente e humano. Só que ele é uma besta humana tentando faturar em cima da dor alheia, ao invés de ir tratar dos assuntos internos de seu próprio país, onde falta até mesmo papel higiênico.
Lula, por sua vez, não fica atrás. Ao invés de cuidar dos assuntos de relevância para o País, como a questão da segurança nacional das nossas fronteiras - que estão tomadas por hordas de terroristas narcotraficantes assassinos - ele prefere subir em palanques para se queixar que não consegue governar, por causa dos outros.
Lula e Chávez são duas aberrações que desafiam a “liturgia do cargo” São os parasitas da imoralidade no Poder, esculhambando com a vida do povo, porque eles acreditam que seus umbigos são importantes demais!
Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto. Assim, você estará em paz com Deus e contigo.
Material essencial
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sábado, 1 de março de 2008
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Gallup: 61% dos brasileiros estão ‘insatisfeitos’
Do blog JOSIAS DE SOUZA
Escrito por Josias de Souza em 29 de fevereiro de 2008 às 03h50
Citado na autobiografia de Mark Twain, Disraeli (1804-1881) ensinou que há três tipos de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas.” As pesquisas de opinião, por científicas, produzem estatísticas nas quais se pode confiar até certo ponto. O ponto de interrogação.
Há duas semanas, o instituto Sensus foi às ruas e informou que a aprovação de Lula roça o céu: 69,9%. Há na rede uma outra pesquisa, realizada pelo norte-americano Gallup com resultado contrastante. Realizada em julho e agosto de 2007, mostra um brasileiro de humor azedado.
Em vez de perguntar ao entrevistado se aprova o presidente ou sua administração, o Gallup quis saber se o brasileiro está satisfeito com os esforços do governo para atenuar os problemas da população mais pobre.
Nada menos que 61% das pessoas ouvidas disseram que não estão satisfeitas com a maneira que o país trata os seus pobres. Mais: 69% acham que o fosso entre pobres e ricos está aumentando no Brasil. A sensação captada pelo Gallup não coincide com os fatos. Órgãos nacionais, como o Ipea, e internacionais, como a ONU e o Banco Mundial, atestam que as desigualdades sociais e de renda vêm se estreitando no país.
Parte dos dados da pesquisa foi exposta em texto redigido a propósito da descoberta, pela Petrobras, da megareserva de óleo, no campo de Tupi -aqui, em inglês, no sítio do Gallup. Ouviram-se 1.038 brasileiros acima de 15 anos. A margem de erro, segundo o instituto é de três pontos percentuais. Abaixo há um vídeo com a apresentação dos dados. Foi obtido pelo repórter no blog TV Política. Infelizmente, a locutora fala em língua inglesa.
Fica uma sólida impressão: em se tratando da captação do humor das pessoas, o resultado das pesquisas depende enormemente da formulação das perguntas. Que venha logo um Datafolha!
Curiosidade: o escândalo dos cartões de crédito, a kriptonita do momento, chegou ao conhecimento de 64,1% dos ouvidos. Nesse universo, a maioria desaprova o uso –e o abuso— de cartões (83,1%), acredita que o malfeito afeta a imagem do presidente (74,9%) e pensa que ministros e servidores pilhados devem perder o cargo e devolver o dinheiro (70,2%).
Escrito por Josias de Souza em 29 de fevereiro de 2008 às 03h50
Citado na autobiografia de Mark Twain, Disraeli (1804-1881) ensinou que há três tipos de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas.” As pesquisas de opinião, por científicas, produzem estatísticas nas quais se pode confiar até certo ponto. O ponto de interrogação.
Há duas semanas, o instituto Sensus foi às ruas e informou que a aprovação de Lula roça o céu: 69,9%. Há na rede uma outra pesquisa, realizada pelo norte-americano Gallup com resultado contrastante. Realizada em julho e agosto de 2007, mostra um brasileiro de humor azedado.
Em vez de perguntar ao entrevistado se aprova o presidente ou sua administração, o Gallup quis saber se o brasileiro está satisfeito com os esforços do governo para atenuar os problemas da população mais pobre.
Nada menos que 61% das pessoas ouvidas disseram que não estão satisfeitas com a maneira que o país trata os seus pobres. Mais: 69% acham que o fosso entre pobres e ricos está aumentando no Brasil. A sensação captada pelo Gallup não coincide com os fatos. Órgãos nacionais, como o Ipea, e internacionais, como a ONU e o Banco Mundial, atestam que as desigualdades sociais e de renda vêm se estreitando no país.
Parte dos dados da pesquisa foi exposta em texto redigido a propósito da descoberta, pela Petrobras, da megareserva de óleo, no campo de Tupi -aqui, em inglês, no sítio do Gallup. Ouviram-se 1.038 brasileiros acima de 15 anos. A margem de erro, segundo o instituto é de três pontos percentuais. Abaixo há um vídeo com a apresentação dos dados. Foi obtido pelo repórter no blog TV Política. Infelizmente, a locutora fala em língua inglesa.
Fica uma sólida impressão: em se tratando da captação do humor das pessoas, o resultado das pesquisas depende enormemente da formulação das perguntas. Que venha logo um Datafolha!
Curiosidade: o escândalo dos cartões de crédito, a kriptonita do momento, chegou ao conhecimento de 64,1% dos ouvidos. Nesse universo, a maioria desaprova o uso –e o abuso— de cartões (83,1%), acredita que o malfeito afeta a imagem do presidente (74,9%) e pensa que ministros e servidores pilhados devem perder o cargo e devolver o dinheiro (70,2%).
A VIDA PRECISA SER PRESERVADA
Do portal FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Por Ubiratan Iorio Economista, Presidente-Executivo do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP), Pesquisador do IBMEC. Fundador do FDR
Leia matéria logo abaixo do teor da petição.
ASSINE A PETIÇÃO AO STF:
http://www.petitiononline.com/vidasim/
Teor da petição:
EMBRIÃO HUMANO: PESSOA OU COISA?
_______________________________
O Supremo Tribunal Federal decidirá a questão em 05 de março de 2008.
(julgamento da ADI 3510, contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite a destruição de embriões humanos)
(assinaturas iniciam em 28 de fevereiro e terminam na véspera da sentença final)
Em março de 2005 foi publicada a Lei de Biossegurança (Lei 11.105 de 24 de março de 2005), que no art. 5°, permite a destruição de embriões humanos para serem usados em pesquisa. Trata-se de uma lei que regula o uso de organismos genticamente modificados, e o ser humano na fase embrionária foi nela misturado à soja e ao milho transgênicos.
No dia 30 de maio de 2005, o então Procurador Geral da República Dr. Cláudio Fontelles ajuizou a Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 3510 (ADI 3510) contra o art. 5° da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) que protege o direito à vida e indica a igualdade de todos perante a lei.
No dia 20 de abril de 2007, o Supremo Tribunal Federal, pela primeira vez na história, abriu suas portas para uma audiência pública. O objetivo era instruir os Ministros sobre "quando começa a vida humana". A discussão se dividiu entre os que afirmaram o óbvio (qualquer aluno da 7ª. Série sabe que a vida começa na concepção) e aqueles que tentaram negar o óbvio.
Nenhum dos oradores favoráveis à destruição de embriões ousou dizer que eles não eram indivíduos humanos. Quando muito, disseram que "não sabiam". De um modo geral, tentaram dizer que essa questão não tem importância, diante da perspectiva de cura de doenças degenerativas mediante o uso de células-tronco embrionárias.
Como, porém, estavam debatendo com cientistas pró-vida de alto gabarito, não puderam fazer no Supremo a propaganda enganosa que fizeram na Câmara e no Senado. Foram constrangidos a admitir que até hoje ninguém foi curado com transplante de células-tronco embrionárias, ao passo que a pesquisa com células-tronco adultas (que não requerem a destruição de embriões) tem tido grande sucesso terapêutico.
Não queremos que ocorra no Brasil uma tragédia semelhante à ocorrida nos Estados Unidos em 1857, quando a Suprema Corte decidiu que os negros não eram pessoas (caso Dred Scott versus Sandford) ou em 1973, quando a mesma Corte decidiu que os nascituros não são pessoas (caso Roe versus Wade).
Queremos que a ciência respeite a vida do embrião humano, pois:
- o embrião é pessoa humana, tem dignidade e merece respeito.
- o embrião não pode ser manipulado, congelado ou destruído.
- o embrião não pode ser instrumentalizado para pesquisas ou terapias como se fosse mero material biológico.
Assinamos este manifesto em defesa da vida e da dignidade do ser humano, desde o seu primeiro momento na concepção até o seu termo natural.
Você, caro leitor, tem noção da importância, da riqueza e do mistério extraordinário que é o dom da vida? Tem idéia do valor da preservação da dignidade humana? Acredito que sim, mas, infelizmente, muita gente não tem...
Não se vive apenas de pão e de circo. A imensa maioria dos seres humanos somente encontra paz de consciência quando acredita que suas atividades econômicas, políticas e sociais revestem-se de significado moral. O trabalho duro, a perseverança nas dificuldades da vida, a frugalidade e o próprio sentimento da esperança só fazem sentido, como possibilidades de gerarem bem-estar material - que é também parte integrante da dignidade humana -, quando fundados na força perene dos valores morais que deve reger as sociedades.
Na vida econômica - como de resto na vida humana - a primazia da moral é uma lei demonstrável e essencial para a prosperidade integral, é um princípio filosófico e empírico, que não pode ser violado. Quando isso ocorre, surgem os vícios tão conhecidos, como a preguiça, a desonestidade, a corrupção, a demagogia, a coerção, a avareza e tantos outros que, como traças, carcomem pouco a pouco a economia, a política e a cultura e, portanto, a sociedade. “A revolução” - como afirmou o poeta Charles Péguy - “deve ser moral ou não será revolução”.
Embora isto seja óbvio para a maioria das pessoas, precisa ser ressaltado, porque os princípios morais vêm sendo sistematicamente atacados mediante sofismas e subterfúgios que, se não forem corajosamente combatidos, terminarão transformando nossa vida em um imenso supermercado, onde o certo e o errado poderão ser escolhidos à vontade de cada freguês e de acordo com o seu “preço”.
Estamos todos fartos de ouvir que o Brasil é o país de um futuro que parece nunca chegar. Nossas instituições políticas, econômicas e morais precisam servir de apoio para que nosso amanhã comece a ser feito a partir de hoje, para que ele não se desvaneça no advérbio dos vencidos. Precisamos de instituições que favoreçam e garantam a economia de mercado, a democracia política com representatividade e a valorização do trabalho e da parcimônia, ao amparo de normas legais de conduta fundadas na boa moral, justas, iguais para todos e que resguardem a dignidade humana.
No dia 5 de março – escrevo estas linhas em 27 de fevereiro - deverá ser julgada no Supremo uma ação que argüi a inconstitucionalidade da destruição de embriões humanos. Para os que se arvoram defensores da “ciência”, recordemos que a Constituição Federal assegura como cláusula imutável a inviolabilidade do direito à vida.
Ora, o embrião também é uma pessoa, um ser humano, pois a ciência já demonstrou que, a partir da concepção, o DNA paterno se une ao materno e surge um novo indivíduo, uma nova vida, dotada das mesmas condições de dignidade daquelas que todos aceitam como existentes pós-parto. As legislações infra-constitucionais devem estar em consonância com os direitos à vida, à identidade genética, a nascer em uma família, a não ser clonado, a não ser transformado em cobaia de laboratório e a não ser abortado.
Congelamento, seleções pré-implante, aborto seletivo, experimentos destrutivos... Seremos cobaias? Para se obter Células Tronco de Embriões Humanos (CTEH) é necessário assassinar o concebido quando este possui apenas 100 células. Para fazer o tratamento de uma única cardiopatia é necessário 1 milhão de células por ml e, sendo indispensáveis 40 ml para injetar em paciente com 40 milhões de células, isto exigiria o sacrifício de 400.000 embriões por paciente. É louvável salvar uma vida, mas não em detrimento da matança de 400 milhares de outras!
Os procedimentos com células tronco adultas (CTA), além de não matarem seres indefesos e apresentarem maior facilidade de coleta, apresentam inúmeras vantagens. Eis algumas: (a) Dr. David A. Prentice, da Universidade de Georgetown, USA, obteve 72 aplicações com sucesso em medicina regenerativa com CTA, sendo que os resultados obtidos com CTEH foram tumores embrionários provenientes de aplicações em roedores; (b) o Dr. Marcelo Paulo Vaccari Mazzetti, vice-presidente do Instituto de Pesquisas de Células Tronco no Brasil, mostrou o exemplo de três crianças curadas com o uso de CTA na Audiência Pública do dia 20/04/2007, no STF, sobre o Art. 5º da Lei de Biossegurança, enquanto nenhuma cura, até hoje, foi conseguida com CTEH; (c) o Dr. Yamanaka, da Universidade de Kioko, no Japão, conseguiu transformar células adultas da pele em células com características embrionárias, provando não haver necessidade de matar embriões para se conseguir uma linhagem celular com as mesmas características das CTEH. O que dirão disso os cientistas que afirmam que células de embriões possuem potencialidades maiores que as CTA?
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, há no Brasil 58 clínicas filiadas à Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, para prover a Fecundação Artificial In Vitro. As tentativas custam de R$12 mil a R$20mil, com “sucesso” de gestações entre 10 e 30% dos casos. Ou seja, a cada 100 casais que pagam, juntos, de 1,2 milhão a 2 milhões de reais, apenas de 10 a 30 mulheres desenvolvem a gestação, embora os donos das clínicas ganhem sobre o total despendido pelos 100 casais.
Deveria ser patente para todos que a ciência precisa caminhar ao encontro da vida e, portanto, submeter-se a normas éticas. Se os defensores do aborto e do uso de embriões em experiências de laboratório tiverem algum respeito à coerência, não devem ser contrários, por exemplo, aos experimentos nazistas que, em nome da “ciência”, foram feitos com milhões de judeus.
Precisamos combater as experiências com embriões humanos, exprimindo repúdio ao artigo da Lei de Biossegurança que os ameaça, sob um disfarce pseudo-científico; temos que defendê-los também contra qualquer tentativa de legalizar o crime do aborto, descerrando com argumentos lógicos as diversas máscaras usadas para justificar esse atentado à vida.
A escolha das pessoas de bem, ontem, hoje e sempre, deve ser pela vida. Um ser humano – apenas um! – possui valor econômico potencial, em termos de fluxos esperados de rendimentos, superior ao de dezenas, ou centenas, ou mesmo milhares de empresas. Deixe-mo-lo, pois, nascer; permitamos que tenha acesso a boa saúde e educação; dotemo-lo de liberdade de consciência e de princípios morais; respeitemos a sua dignidade. A vida em abundância precisa ser preservada!
Por Ubiratan Iorio Economista, Presidente-Executivo do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP), Pesquisador do IBMEC. Fundador do FDR
Leia matéria logo abaixo do teor da petição.
ASSINE A PETIÇÃO AO STF:
http://www.petitiononline.com/vidasim/
Teor da petição:
EMBRIÃO HUMANO: PESSOA OU COISA?
_______________________________
O Supremo Tribunal Federal decidirá a questão em 05 de março de 2008.
(julgamento da ADI 3510, contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite a destruição de embriões humanos)
(assinaturas iniciam em 28 de fevereiro e terminam na véspera da sentença final)
Em março de 2005 foi publicada a Lei de Biossegurança (Lei 11.105 de 24 de março de 2005), que no art. 5°, permite a destruição de embriões humanos para serem usados em pesquisa. Trata-se de uma lei que regula o uso de organismos genticamente modificados, e o ser humano na fase embrionária foi nela misturado à soja e ao milho transgênicos.
No dia 30 de maio de 2005, o então Procurador Geral da República Dr. Cláudio Fontelles ajuizou a Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 3510 (ADI 3510) contra o art. 5° da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) que protege o direito à vida e indica a igualdade de todos perante a lei.
No dia 20 de abril de 2007, o Supremo Tribunal Federal, pela primeira vez na história, abriu suas portas para uma audiência pública. O objetivo era instruir os Ministros sobre "quando começa a vida humana". A discussão se dividiu entre os que afirmaram o óbvio (qualquer aluno da 7ª. Série sabe que a vida começa na concepção) e aqueles que tentaram negar o óbvio.
Nenhum dos oradores favoráveis à destruição de embriões ousou dizer que eles não eram indivíduos humanos. Quando muito, disseram que "não sabiam". De um modo geral, tentaram dizer que essa questão não tem importância, diante da perspectiva de cura de doenças degenerativas mediante o uso de células-tronco embrionárias.
Como, porém, estavam debatendo com cientistas pró-vida de alto gabarito, não puderam fazer no Supremo a propaganda enganosa que fizeram na Câmara e no Senado. Foram constrangidos a admitir que até hoje ninguém foi curado com transplante de células-tronco embrionárias, ao passo que a pesquisa com células-tronco adultas (que não requerem a destruição de embriões) tem tido grande sucesso terapêutico.
Não queremos que ocorra no Brasil uma tragédia semelhante à ocorrida nos Estados Unidos em 1857, quando a Suprema Corte decidiu que os negros não eram pessoas (caso Dred Scott versus Sandford) ou em 1973, quando a mesma Corte decidiu que os nascituros não são pessoas (caso Roe versus Wade).
Queremos que a ciência respeite a vida do embrião humano, pois:
- o embrião é pessoa humana, tem dignidade e merece respeito.
- o embrião não pode ser manipulado, congelado ou destruído.
- o embrião não pode ser instrumentalizado para pesquisas ou terapias como se fosse mero material biológico.
Assinamos este manifesto em defesa da vida e da dignidade do ser humano, desde o seu primeiro momento na concepção até o seu termo natural.
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Você, caro leitor, tem noção da importância, da riqueza e do mistério extraordinário que é o dom da vida? Tem idéia do valor da preservação da dignidade humana? Acredito que sim, mas, infelizmente, muita gente não tem...
Não se vive apenas de pão e de circo. A imensa maioria dos seres humanos somente encontra paz de consciência quando acredita que suas atividades econômicas, políticas e sociais revestem-se de significado moral. O trabalho duro, a perseverança nas dificuldades da vida, a frugalidade e o próprio sentimento da esperança só fazem sentido, como possibilidades de gerarem bem-estar material - que é também parte integrante da dignidade humana -, quando fundados na força perene dos valores morais que deve reger as sociedades.
Na vida econômica - como de resto na vida humana - a primazia da moral é uma lei demonstrável e essencial para a prosperidade integral, é um princípio filosófico e empírico, que não pode ser violado. Quando isso ocorre, surgem os vícios tão conhecidos, como a preguiça, a desonestidade, a corrupção, a demagogia, a coerção, a avareza e tantos outros que, como traças, carcomem pouco a pouco a economia, a política e a cultura e, portanto, a sociedade. “A revolução” - como afirmou o poeta Charles Péguy - “deve ser moral ou não será revolução”.
Embora isto seja óbvio para a maioria das pessoas, precisa ser ressaltado, porque os princípios morais vêm sendo sistematicamente atacados mediante sofismas e subterfúgios que, se não forem corajosamente combatidos, terminarão transformando nossa vida em um imenso supermercado, onde o certo e o errado poderão ser escolhidos à vontade de cada freguês e de acordo com o seu “preço”.
Estamos todos fartos de ouvir que o Brasil é o país de um futuro que parece nunca chegar. Nossas instituições políticas, econômicas e morais precisam servir de apoio para que nosso amanhã comece a ser feito a partir de hoje, para que ele não se desvaneça no advérbio dos vencidos. Precisamos de instituições que favoreçam e garantam a economia de mercado, a democracia política com representatividade e a valorização do trabalho e da parcimônia, ao amparo de normas legais de conduta fundadas na boa moral, justas, iguais para todos e que resguardem a dignidade humana.
No dia 5 de março – escrevo estas linhas em 27 de fevereiro - deverá ser julgada no Supremo uma ação que argüi a inconstitucionalidade da destruição de embriões humanos. Para os que se arvoram defensores da “ciência”, recordemos que a Constituição Federal assegura como cláusula imutável a inviolabilidade do direito à vida.
Ora, o embrião também é uma pessoa, um ser humano, pois a ciência já demonstrou que, a partir da concepção, o DNA paterno se une ao materno e surge um novo indivíduo, uma nova vida, dotada das mesmas condições de dignidade daquelas que todos aceitam como existentes pós-parto. As legislações infra-constitucionais devem estar em consonância com os direitos à vida, à identidade genética, a nascer em uma família, a não ser clonado, a não ser transformado em cobaia de laboratório e a não ser abortado.
Congelamento, seleções pré-implante, aborto seletivo, experimentos destrutivos... Seremos cobaias? Para se obter Células Tronco de Embriões Humanos (CTEH) é necessário assassinar o concebido quando este possui apenas 100 células. Para fazer o tratamento de uma única cardiopatia é necessário 1 milhão de células por ml e, sendo indispensáveis 40 ml para injetar em paciente com 40 milhões de células, isto exigiria o sacrifício de 400.000 embriões por paciente. É louvável salvar uma vida, mas não em detrimento da matança de 400 milhares de outras!
Os procedimentos com células tronco adultas (CTA), além de não matarem seres indefesos e apresentarem maior facilidade de coleta, apresentam inúmeras vantagens. Eis algumas: (a) Dr. David A. Prentice, da Universidade de Georgetown, USA, obteve 72 aplicações com sucesso em medicina regenerativa com CTA, sendo que os resultados obtidos com CTEH foram tumores embrionários provenientes de aplicações em roedores; (b) o Dr. Marcelo Paulo Vaccari Mazzetti, vice-presidente do Instituto de Pesquisas de Células Tronco no Brasil, mostrou o exemplo de três crianças curadas com o uso de CTA na Audiência Pública do dia 20/04/2007, no STF, sobre o Art. 5º da Lei de Biossegurança, enquanto nenhuma cura, até hoje, foi conseguida com CTEH; (c) o Dr. Yamanaka, da Universidade de Kioko, no Japão, conseguiu transformar células adultas da pele em células com características embrionárias, provando não haver necessidade de matar embriões para se conseguir uma linhagem celular com as mesmas características das CTEH. O que dirão disso os cientistas que afirmam que células de embriões possuem potencialidades maiores que as CTA?
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, há no Brasil 58 clínicas filiadas à Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, para prover a Fecundação Artificial In Vitro. As tentativas custam de R$12 mil a R$20mil, com “sucesso” de gestações entre 10 e 30% dos casos. Ou seja, a cada 100 casais que pagam, juntos, de 1,2 milhão a 2 milhões de reais, apenas de 10 a 30 mulheres desenvolvem a gestação, embora os donos das clínicas ganhem sobre o total despendido pelos 100 casais.
Deveria ser patente para todos que a ciência precisa caminhar ao encontro da vida e, portanto, submeter-se a normas éticas. Se os defensores do aborto e do uso de embriões em experiências de laboratório tiverem algum respeito à coerência, não devem ser contrários, por exemplo, aos experimentos nazistas que, em nome da “ciência”, foram feitos com milhões de judeus.
Precisamos combater as experiências com embriões humanos, exprimindo repúdio ao artigo da Lei de Biossegurança que os ameaça, sob um disfarce pseudo-científico; temos que defendê-los também contra qualquer tentativa de legalizar o crime do aborto, descerrando com argumentos lógicos as diversas máscaras usadas para justificar esse atentado à vida.
A escolha das pessoas de bem, ontem, hoje e sempre, deve ser pela vida. Um ser humano – apenas um! – possui valor econômico potencial, em termos de fluxos esperados de rendimentos, superior ao de dezenas, ou centenas, ou mesmo milhares de empresas. Deixe-mo-lo, pois, nascer; permitamos que tenha acesso a boa saúde e educação; dotemo-lo de liberdade de consciência e de princípios morais; respeitemos a sua dignidade. A vida em abundância precisa ser preservada!
Monstros
Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Olavo de Carvalho em 28 de fevereiro de 2008
Escrito por Olavo de Carvalho em 28 de fevereiro de 2008
Para os comunistas e seus bajuladores, a morte de uns 400 terroristas, durante o regime militar brasileiro, foi algo de incomparavelmente mais grave, mais revoltante, mais intolerável do que a matança de 75 milhões de civis chineses pela ditadura de Mao Dzedong, de 20 milhões de russos pelo governo soviético ou de 3 milhões de cambojanos pela quadrilha de Pol-Pot. Claro, os comunistas são diferentes de nós. Segundo Che Guevara, são "o primeiro escalão da espécie humana". Se você mata um deles, mesmo em defesa própria, é crime hediondo. Se ele mata 100 mil de nós, desarmados e amarrados, torna-se um herói, que é como o senhor Mino Carta define Fidel Castro.
Protestando contra a comparação quantitativa entre a ditadura brasileira e a cubana, que o colunista Reinaldo Azevedo faz na última Veja, Gerald Thomas vocifera seu sacrossanto horror à contagem de cadáveres e em seguida se põe a contá-los por sua vez, acusando os militares brasileiros pela "perda da vida de milhares, digo, milhares de vidas inocentes". Primeiro, não eram inocentes: eram guerrilheiros armados, que só começaram a morrer depois de estourar com bombas dezenas de civis (estes sim, inocentes). Segundo: não foram milhares, foram quatro centenas na mais hiperbólica das hipóteses, jamais submetida a revisão crítica. Para Gerald Thomas, números são um expediente retórico desonesto quando verdadeiros: só os falsos são argumentos honrados.
Sinceramente, já estou velho demais para continuar fingindo que indivíduos capazes de julgar seus semelhantes com um critério tão desproporcional, tão disforme, tão manifestamente iníquo, sejam pessoas normais e decentes com quem eu não tenha senão divergências filosóficas. Esses sujeitos são doentes, são sociopatas perigosos, incapazes de olhar para os discordantes sem antever, com sádica alegria, o cadáver do "inimigo de classe" girando no espeto como um frango no forno da História.
Eis alguns - só alguns - dos objetivos proclamados abertamente pelos líderes e mentores comunistas:
1. Karl Marx: extermínio de classes sociais inteiras e de uns quantos "povos inferiores" (sic).
2. V. I. Lênin: terrorismo sistemático como fórmula de governo.
3. Leon Trotsky: militarização completa do trabalho industrial e agrícola. Supressão da liberdade de escolher emprego.
4. Stálin: "Morte aos pequenos proprietários rurais. Ódio e desprezo aos que os defendem" (sic).
5. Che Guevara: Treinar os militantes para que se tornem "eficientes e frias máquinas de matar" (sic).
Notem bem: não são crueldades impremeditadas, sobrevindas no calor da batalha. São intenções declaradas.
Como é possível que alguém em seu juízo perfeito considere o comunismo um belo ideal humanitário, que um acaso infeliz desviou de seus altos propósitos?
Foi só por um desejo insano de enganar-se retroativamente a si próprios que muitos comunistas, depois da morte de Stálin, começaram a espremer seus cérebros para explicar como o regime dos seus sonhos pudera "degenerar" em tanta violência e maldade. Não era degenerescência: era a execução racional e bem sucedida de planos traçados com muita antecedência - desde Marx - e levados à prática com a frieza metódica de uma obra de engenharia.
Fidel Castro, Guevara, Pol-Pot, Lênin, Stálin, Trótski, Marx - quem quer que escreva uma só palavra em favor desses monstros é seu semelhante, distinguindo-se deles em tamanho apenas, não em qualidade. Ainda que por covardia ou falta de ocasião não venha a realizar pessoalmente seus desígnios macabros, não esconde sua admiração por quem os realiza. E depois ainda se faz de horrorizado ante quem cometeu crimes incomparavelmente menores, se é que é crime apelar à violência para deter um genocídio anunciado e já em fase avançada de execução.
Publicado no Jornal do Brasil - 28/02/2008
Protestando contra a comparação quantitativa entre a ditadura brasileira e a cubana, que o colunista Reinaldo Azevedo faz na última Veja, Gerald Thomas vocifera seu sacrossanto horror à contagem de cadáveres e em seguida se põe a contá-los por sua vez, acusando os militares brasileiros pela "perda da vida de milhares, digo, milhares de vidas inocentes". Primeiro, não eram inocentes: eram guerrilheiros armados, que só começaram a morrer depois de estourar com bombas dezenas de civis (estes sim, inocentes). Segundo: não foram milhares, foram quatro centenas na mais hiperbólica das hipóteses, jamais submetida a revisão crítica. Para Gerald Thomas, números são um expediente retórico desonesto quando verdadeiros: só os falsos são argumentos honrados.
Sinceramente, já estou velho demais para continuar fingindo que indivíduos capazes de julgar seus semelhantes com um critério tão desproporcional, tão disforme, tão manifestamente iníquo, sejam pessoas normais e decentes com quem eu não tenha senão divergências filosóficas. Esses sujeitos são doentes, são sociopatas perigosos, incapazes de olhar para os discordantes sem antever, com sádica alegria, o cadáver do "inimigo de classe" girando no espeto como um frango no forno da História.
Eis alguns - só alguns - dos objetivos proclamados abertamente pelos líderes e mentores comunistas:
1. Karl Marx: extermínio de classes sociais inteiras e de uns quantos "povos inferiores" (sic).
2. V. I. Lênin: terrorismo sistemático como fórmula de governo.
3. Leon Trotsky: militarização completa do trabalho industrial e agrícola. Supressão da liberdade de escolher emprego.
4. Stálin: "Morte aos pequenos proprietários rurais. Ódio e desprezo aos que os defendem" (sic).
5. Che Guevara: Treinar os militantes para que se tornem "eficientes e frias máquinas de matar" (sic).
Notem bem: não são crueldades impremeditadas, sobrevindas no calor da batalha. São intenções declaradas.
Como é possível que alguém em seu juízo perfeito considere o comunismo um belo ideal humanitário, que um acaso infeliz desviou de seus altos propósitos?
Foi só por um desejo insano de enganar-se retroativamente a si próprios que muitos comunistas, depois da morte de Stálin, começaram a espremer seus cérebros para explicar como o regime dos seus sonhos pudera "degenerar" em tanta violência e maldade. Não era degenerescência: era a execução racional e bem sucedida de planos traçados com muita antecedência - desde Marx - e levados à prática com a frieza metódica de uma obra de engenharia.
Fidel Castro, Guevara, Pol-Pot, Lênin, Stálin, Trótski, Marx - quem quer que escreva uma só palavra em favor desses monstros é seu semelhante, distinguindo-se deles em tamanho apenas, não em qualidade. Ainda que por covardia ou falta de ocasião não venha a realizar pessoalmente seus desígnios macabros, não esconde sua admiração por quem os realiza. E depois ainda se faz de horrorizado ante quem cometeu crimes incomparavelmente menores, se é que é crime apelar à violência para deter um genocídio anunciado e já em fase avançada de execução.
Publicado no Jornal do Brasil - 28/02/2008
Diálogo de alto nível - Lula foi f*d*d* por Evo IMorales
Do portal CLÁUDIO HUMBERTO
O pessoal do Itamaraty teve dificuldades de traduzir trechos do diálogo do presidente Lula, semana passada com Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia). Após reclamar que o cocaleiro chegara atrasado, Lula começou sua intervenção assim, sem a menor cerimônia:
- Você já me f(*) na questão da Petrobrás – eu perdoei, mas não esqueci – e agora quer me sacanear de novo, desviando o gás para a Argentina? (C.T. - o fotógrafo flagrou o momento, percebam na foto que Lula está rindo depois do ato. Portanto, gostou.)
Evo Morales não respondeu, apenas sorriu. Ficou tão encabulado quanto os tradutores cuja missão era facilitar o diálogo bilateral de alto nível.
O pessoal do Itamaraty teve dificuldades de traduzir trechos do diálogo do presidente Lula, semana passada com Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia). Após reclamar que o cocaleiro chegara atrasado, Lula começou sua intervenção assim, sem a menor cerimônia:
- Você já me f(*) na questão da Petrobrás – eu perdoei, mas não esqueci – e agora quer me sacanear de novo, desviando o gás para a Argentina? (C.T. - o fotógrafo flagrou o momento, percebam na foto que Lula está rindo depois do ato. Portanto, gostou.)
Evo Morales não respondeu, apenas sorriu. Ficou tão encabulado quanto os tradutores cuja missão era facilitar o diálogo bilateral de alto nível.
Sarkozy é grosso. E Lula, o que é?
Do portal CLÁUDIO HUMBERTO
Já alcança 1 milhão, 406 mil e 695 hits no YouTube o vídeo em que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, diz “cai fora, seu pobre imbecil” a um agricultor que se negou a cumprimentá-lo numa Feira de Agricultura. A atitude do francês, um “espontâneo” por natureza, provoca intenso debate na França. Sarkozy se desculpou, disse que não foi bem isso o que falou, mas não colou. Já o video de Lula dizendo, às vésperas da primeira eleição, que a cidade gaúcha de Pelotas é “exportadora de viados’, teve míseros 48 mil, 743 espectadores. Não deu em nada. Curioso país, o Brasil. Veja o grosso do Sarkozy e, abaixo, reveja o “brincalhão” Lula, em vídeo que a coluna exibiu em 2002.
Comentário do C.T. - as associações que defendem os homossexuais (compostas ou não por homossexuais), não reclamam disto. Porque será?
Já alcança 1 milhão, 406 mil e 695 hits no YouTube o vídeo em que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, diz “cai fora, seu pobre imbecil” a um agricultor que se negou a cumprimentá-lo numa Feira de Agricultura. A atitude do francês, um “espontâneo” por natureza, provoca intenso debate na França. Sarkozy se desculpou, disse que não foi bem isso o que falou, mas não colou. Já o video de Lula dizendo, às vésperas da primeira eleição, que a cidade gaúcha de Pelotas é “exportadora de viados’, teve míseros 48 mil, 743 espectadores. Não deu em nada. Curioso país, o Brasil. Veja o grosso do Sarkozy e, abaixo, reveja o “brincalhão” Lula, em vídeo que a coluna exibiu em 2002.
Comentário do C.T. - as associações que defendem os homossexuais (compostas ou não por homossexuais), não reclamam disto. Porque será?
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Viajando pelo Brasil
Do portal do DEMOCRATAS
O Estado de S. Paulo - Editorial
Há uma semana, no lançamento de uma obra rodoviária no Espírito Santo, o presidente Lula respondeu aos jornalistas que lhe faziam perguntas sobre a CPI dos Cartões com uma impaciência que beirava a rispidez
Há uma semana, no lançamento de uma obra rodoviária no Espírito Santo, o presidente Lula respondeu aos jornalistas que lhe faziam perguntas sobre a CPI dos Cartões com uma impaciência que beirava a rispidez: ’Eu confesso a vocês que não tenho tempo a perder com CPI. (...) Enquanto as pessoas discutem lá em Brasília, enquanto as pessoas fazem investigação, meu papel vai ser viajar pelo Brasil.’ É o ’papel’ que nunca deixou de desempenhar desde as Caravanas da Cidadania, dos anos 1990 - as quais, a julgar pelo caráter que lhes atribui de descoberta do Brasil, teriam sido um evento de proporções legendárias.
Cinco anos e dois meses de Planalto não mudaram a sua convicção - cujas conveniências políticas e eleitorais são simplesmente óbvias - de que o Brasil não pode ser governado de Brasília. ’Todo mundo sabe que, se a gente quiser mapear e resolver os problemas, a gente tem que viajar esse país’, reiterou dias atrás. Mesmo que os problemas não sejam resolvidos, há de pensar com os seus botões, as viagens são mais divertidas do que as servidões da rotina presidencial, da qual fazem parte, por exemplo, a leitura de textos áridos e as audiências a interlocutores que só querem coisas, sem nada oferecer, como outro dia se queixou, coberto de razão. ’Ficar em Brasília’, resumiu, ’é uma desgraceira só.’
O novo pretexto para a deambulação que o leva esta semana a Quixadá, Fortaleza e Aracaju, no primeiro trecho de uma romaria que só até os primeiros dias de maio o conduzirá a pelo menos 16 cidades, com idas ao exterior, de permeio. Parte das viagens será para lançar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que ele estará proibido de fazer a partir de julho, neste ano de eleições municipais. Mas são precisamente essas eleições que pouparão o presidente das desgraceiras do Planalto, permitindo-lhe subir ao espaço público em que ele é mais ele: os palanques. Diante das limitações que a Lei Eleitoral impõe aos detentores de mandatos executivos, alguém no governo talvez tenha tido um estalo.
No que o vanglorioso Lula já saiu chamando ’o mais extraordinário programa de atendimento de políticas de oportunidades combinadas com políticas sociais que nós já tínhamos preparado no Brasil’ - ufa! -, englobaram-se projetos de 15 Ministérios, somando R$ 11,3 bilhões, dos quais R$ 5,4 bilhões para o Nordeste, numa nova e grandiloqüente rubrica: Territórios de Cidadania. Serão 60, abrangendo 958 municípios e 24 milhões de habitantes, com ênfase nas zonas rurais, para construção de escolas e estradas, redes de água e esgoto, implantação de sistemas de crédito, expansão do acesso à luz elétrica e até mesmo a instalação de cartórios de registro civil. Os recursos já estão assegurados no Orçamento.
Desde logo, porém, alguns aspectos da iniciativa chamaram a atenção das oposições. Primeiro, o fato de ter sido instituída por decreto. No entender dos presidentes do PSDB, senador Sérgio Guerra, e do DEM, deputado Rodrigo Maia - que pediram ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do programa alegadamente inconstitucional -, por ser novo, ele teria de ser criado a partir de projeto de lei ordinária enviado ao Congresso. Em segundo lugar, os oposicionistas estão convencidos de que o programa é ’100% eleitoreiro’, para carrear votos ao PT nas urnas de outubro, daqui a oito meses. ’Não se questiona o investimento, mas a oportunidade do investimento’, explica outro oposicionista, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia.
Uma suspeita adicional envolve a escolha dos municípios que farão parte dos Territórios. ’Queremos saber quais são os critérios adotados para definir as áreas beneficiadas’, cobra o líder do DEM na Câmara, ACM Neto, partindo da premissa de que tudo será feito pelo bem do PT. Indício disso estaria no fato de a execução do programa ter sido entregue ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, dirigido pelo petista Guilherme Cassel. Para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, as críticas são politicamente motivadas. ’É um dos melhores programas no sentido da distribuição da renda’, argumenta. ’É focado e tem papel de resgate dos bolsões de pobreza.’ Ainda assim, o governo precisa demonstrar que os Territórios não foram traçados a fim de ser o caminho mais curto para o êxito eleitoral do PT.
O Estado de S. Paulo - Editorial
Há uma semana, no lançamento de uma obra rodoviária no Espírito Santo, o presidente Lula respondeu aos jornalistas que lhe faziam perguntas sobre a CPI dos Cartões com uma impaciência que beirava a rispidez
Há uma semana, no lançamento de uma obra rodoviária no Espírito Santo, o presidente Lula respondeu aos jornalistas que lhe faziam perguntas sobre a CPI dos Cartões com uma impaciência que beirava a rispidez: ’Eu confesso a vocês que não tenho tempo a perder com CPI. (...) Enquanto as pessoas discutem lá em Brasília, enquanto as pessoas fazem investigação, meu papel vai ser viajar pelo Brasil.’ É o ’papel’ que nunca deixou de desempenhar desde as Caravanas da Cidadania, dos anos 1990 - as quais, a julgar pelo caráter que lhes atribui de descoberta do Brasil, teriam sido um evento de proporções legendárias.
Cinco anos e dois meses de Planalto não mudaram a sua convicção - cujas conveniências políticas e eleitorais são simplesmente óbvias - de que o Brasil não pode ser governado de Brasília. ’Todo mundo sabe que, se a gente quiser mapear e resolver os problemas, a gente tem que viajar esse país’, reiterou dias atrás. Mesmo que os problemas não sejam resolvidos, há de pensar com os seus botões, as viagens são mais divertidas do que as servidões da rotina presidencial, da qual fazem parte, por exemplo, a leitura de textos áridos e as audiências a interlocutores que só querem coisas, sem nada oferecer, como outro dia se queixou, coberto de razão. ’Ficar em Brasília’, resumiu, ’é uma desgraceira só.’
O novo pretexto para a deambulação que o leva esta semana a Quixadá, Fortaleza e Aracaju, no primeiro trecho de uma romaria que só até os primeiros dias de maio o conduzirá a pelo menos 16 cidades, com idas ao exterior, de permeio. Parte das viagens será para lançar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que ele estará proibido de fazer a partir de julho, neste ano de eleições municipais. Mas são precisamente essas eleições que pouparão o presidente das desgraceiras do Planalto, permitindo-lhe subir ao espaço público em que ele é mais ele: os palanques. Diante das limitações que a Lei Eleitoral impõe aos detentores de mandatos executivos, alguém no governo talvez tenha tido um estalo.
No que o vanglorioso Lula já saiu chamando ’o mais extraordinário programa de atendimento de políticas de oportunidades combinadas com políticas sociais que nós já tínhamos preparado no Brasil’ - ufa! -, englobaram-se projetos de 15 Ministérios, somando R$ 11,3 bilhões, dos quais R$ 5,4 bilhões para o Nordeste, numa nova e grandiloqüente rubrica: Territórios de Cidadania. Serão 60, abrangendo 958 municípios e 24 milhões de habitantes, com ênfase nas zonas rurais, para construção de escolas e estradas, redes de água e esgoto, implantação de sistemas de crédito, expansão do acesso à luz elétrica e até mesmo a instalação de cartórios de registro civil. Os recursos já estão assegurados no Orçamento.
Desde logo, porém, alguns aspectos da iniciativa chamaram a atenção das oposições. Primeiro, o fato de ter sido instituída por decreto. No entender dos presidentes do PSDB, senador Sérgio Guerra, e do DEM, deputado Rodrigo Maia - que pediram ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do programa alegadamente inconstitucional -, por ser novo, ele teria de ser criado a partir de projeto de lei ordinária enviado ao Congresso. Em segundo lugar, os oposicionistas estão convencidos de que o programa é ’100% eleitoreiro’, para carrear votos ao PT nas urnas de outubro, daqui a oito meses. ’Não se questiona o investimento, mas a oportunidade do investimento’, explica outro oposicionista, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia.
Uma suspeita adicional envolve a escolha dos municípios que farão parte dos Territórios. ’Queremos saber quais são os critérios adotados para definir as áreas beneficiadas’, cobra o líder do DEM na Câmara, ACM Neto, partindo da premissa de que tudo será feito pelo bem do PT. Indício disso estaria no fato de a execução do programa ter sido entregue ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, dirigido pelo petista Guilherme Cassel. Para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, as críticas são politicamente motivadas. ’É um dos melhores programas no sentido da distribuição da renda’, argumenta. ’É focado e tem papel de resgate dos bolsões de pobreza.’ Ainda assim, o governo precisa demonstrar que os Territórios não foram traçados a fim de ser o caminho mais curto para o êxito eleitoral do PT.
Ingrid Betancourt está "muito doente" nas mãos das Farc
Do portal MSN NOTÍCIAS
Por Fabián Andrés Cambero
CARACAS (Reuters) - A ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, há mais de seis anos sequestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), está "muito doente" e passa por uma situação difícil, disseram reféns libertados pela guerrilha nesta quarta-feira.
O ex-parlamentar Luis Eladio Pérez disse que viu Betancourt, que também tem a nacionalidade francesa, pela última vez há 23 dias e por poucos minutos.
"Ingrid ficou muito mal, está física e moralmente esgotada, temos que fazer uma imensa campanha para libertá-la o mais rápido possível", disse Pérez a jornalistas.
Por Fabián Andrés Cambero
CARACAS (Reuters) - A ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, há mais de seis anos sequestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), está "muito doente" e passa por uma situação difícil, disseram reféns libertados pela guerrilha nesta quarta-feira.
O ex-parlamentar Luis Eladio Pérez disse que viu Betancourt, que também tem a nacionalidade francesa, pela última vez há 23 dias e por poucos minutos.
"Ingrid ficou muito mal, está física e moralmente esgotada, temos que fazer uma imensa campanha para libertá-la o mais rápido possível", disse Pérez a jornalistas.
Pérez acrescentou que a ex-candidata tem problemas físicos e sofre maus-tratos (olhe a ampliação da foto acima, uma corrente a prende como se fosse um animal e LULA ainda acha que as FARC são um grupo "rebelde" apenas) daqueles que a mantém em cativeiro, enquanto permanece presa em condições "subumanas". Os ex-reféns também afirmaram que a política sofre de uma reincidente hepatite B.
A também ex-legisladora Gloria Polanco, também libertada nesta quarta-feira, lamentou a situação vivida por Betancourt. "Como mulher, como mãe, mando uma mensagem para Ingrid Betancourt, que ficou na selva muito doente", disse.
Polanco, Pérez e outros dois ex-parlamentares foram libertados na quarta-feira após anos no cativeiro, em uma decisão unilateral das Farc, em reconhecimento aos gestos humanitários do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e da senadora colombiana Piedad Córdoba.
Chávez recebeu os agora ex-reféns no palácio presidencial e ouviu pedidos para que interceda em favor da ex-candidata à Presidência da Colômbia. O presidente venezuelano mandou uma mensagem sobre a política para o líder das Farc.
"Marulanda, a primeira coisa que vou te pedir do fundo do meu coração é que mude o local onde está Ingrid, que a mude para um comando mais próximo de você...enquanto seguimos tratando e abrindo caminho para sua libertação definitiva. Creio que seja urgente", disse Chávez.
Os reféns libertados nesta quarta pediram que se trabalhe por uma imediata e definitiva libertação de dezenas de pessoas sequestradas, as quais as Farc buscam trocar por cerca de 500 guerrilheiros presos por meio de um acordo humanitário com o governo colombiano.
"Trabalharemos sem descanso para conseguir a liberdade de todos, mas particularmente a de Ingrid Betancourt, que passa neste momento por uma situação extremamente difícil", disse Pérez.
Betancourt foi sequestrada pelas Farc durante sua campanha para a Presidência em fevereiro de 2002.
A França tem demonstrado interesse nas negociações por uma troca humanitária e tem expressado confiança de que a intervenção de Chávez facilite a entrega dos reféns.
O governo colombiano, no entanto, retirou Chávez das negociações de paz, por considerar que ele ultrapassou suas funções, o que provocou tensões diplomáticas entre os dois países.
Pérez também disse que os três norte-americanos mantidos reféns pela guerrilha estão em uma situação complicada e contaminados com doenças tropicais.
Comentário do C.T. - este é o "grupo rebelde ou insurgente" que o PT e todo o FORO DE SÃO PAULO não reconhece como TERRORISTA, TRAFICANTES e SEQUESTRADOR. O FORO DE SÃO PAULO entende que terrorismo é o que faz Álvaro Uribe, Presidente da Colômbia, contra as FARC. LULA e demais particpantes do FSP assinaram documento que diz exatamente isto. O Governo brasileiro, nas mãos do PT, não pode mesmo reconhecer as FARC como terrorista, nem como traficante nem como sequestradores, sabe porque? Se o Brasil fizer isto, o PT A-C-A-B-A pois a Constituição Federal diz que um partido político que esteja associado a organização ilegal está automaticamente EXTINTO.
(Colaborou Luis Jaime Acosta na Colômbia)
A também ex-legisladora Gloria Polanco, também libertada nesta quarta-feira, lamentou a situação vivida por Betancourt. "Como mulher, como mãe, mando uma mensagem para Ingrid Betancourt, que ficou na selva muito doente", disse.
Polanco, Pérez e outros dois ex-parlamentares foram libertados na quarta-feira após anos no cativeiro, em uma decisão unilateral das Farc, em reconhecimento aos gestos humanitários do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e da senadora colombiana Piedad Córdoba.
Chávez recebeu os agora ex-reféns no palácio presidencial e ouviu pedidos para que interceda em favor da ex-candidata à Presidência da Colômbia. O presidente venezuelano mandou uma mensagem sobre a política para o líder das Farc.
"Marulanda, a primeira coisa que vou te pedir do fundo do meu coração é que mude o local onde está Ingrid, que a mude para um comando mais próximo de você...enquanto seguimos tratando e abrindo caminho para sua libertação definitiva. Creio que seja urgente", disse Chávez.
Os reféns libertados nesta quarta pediram que se trabalhe por uma imediata e definitiva libertação de dezenas de pessoas sequestradas, as quais as Farc buscam trocar por cerca de 500 guerrilheiros presos por meio de um acordo humanitário com o governo colombiano.
"Trabalharemos sem descanso para conseguir a liberdade de todos, mas particularmente a de Ingrid Betancourt, que passa neste momento por uma situação extremamente difícil", disse Pérez.
Betancourt foi sequestrada pelas Farc durante sua campanha para a Presidência em fevereiro de 2002.
A França tem demonstrado interesse nas negociações por uma troca humanitária e tem expressado confiança de que a intervenção de Chávez facilite a entrega dos reféns.
O governo colombiano, no entanto, retirou Chávez das negociações de paz, por considerar que ele ultrapassou suas funções, o que provocou tensões diplomáticas entre os dois países.
Pérez também disse que os três norte-americanos mantidos reféns pela guerrilha estão em uma situação complicada e contaminados com doenças tropicais.
Comentário do C.T. - este é o "grupo rebelde ou insurgente" que o PT e todo o FORO DE SÃO PAULO não reconhece como TERRORISTA, TRAFICANTES e SEQUESTRADOR. O FORO DE SÃO PAULO entende que terrorismo é o que faz Álvaro Uribe, Presidente da Colômbia, contra as FARC. LULA e demais particpantes do FSP assinaram documento que diz exatamente isto. O Governo brasileiro, nas mãos do PT, não pode mesmo reconhecer as FARC como terrorista, nem como traficante nem como sequestradores, sabe porque? Se o Brasil fizer isto, o PT A-C-A-B-A pois a Constituição Federal diz que um partido político que esteja associado a organização ilegal está automaticamente EXTINTO.
(Colaborou Luis Jaime Acosta na Colômbia)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Qual a diferença entre Solução e Dissolução?
Resposta de um aluno:
- Colocar um dos políticos da base do Luiz Inácio da Silva num tanque de ácido clorídrico para que dissolva é uma dissolução. COLOCAR TODOS É UMA SOLUÇÃO.
- Colocar um dos políticos da base do Luiz Inácio da Silva num tanque de ácido clorídrico para que dissolva é uma dissolução. COLOCAR TODOS É UMA SOLUÇÃO.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Olavo de Carvalho no Programa Frente a Frente
Fantástica entrevista, quem ainda não viu/ouviu Olavo de Carvalho tem esta oportunidade fenomenal. Em 4 partes.
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
FIDEL E O GOLPE DA REVOLUÇÃO OPERADA POR OUTROS MEIOS
Do blog MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Reinaldo Azevedo, na VEJA em 25 de fevereiro de 2008
A semente do mensalão está na pistola com que Che Guevara executou um guerrilheiro que roubara um pedaço de pão. O dossiê dos aloprados foi planejado em Sierra Maestra. O aparelhamento do estado e a farra dos cartões desfilaram com Fidel Castro em Havana, em 1959. Isso é história de mentalidades, não de nexos pobremente causais. O assalto ao Erário, à ordem legal e à administração do estado seria apenas a revolução operada por outros meios. Os criminosos precisam dessa mitologia para reivindicar seu exclusivismo moral. É coerente que propagandistas do PT como o arquiteto Oscar Niemeyer, o cantor Chico Buarque e Frei Betto sejam também embaixadores (i)morais da ditadura cubana.
Fidel, vê-se, é uma figura marcante na história do Brasil. A justificativa nada improcedente do golpe militar de 1964 foi impedir a "cubanização" do país. Figuras que transitam neste governo têm sua folha corrida ou sua lenda pessoal ligadas à trajetória do "comandante". José Dirceu, por exemplo, ganhou seu caráter e uma de suas caras treinando guerrilha na Cuba revolucionária. Há quem jure que nunca deu um tiro. O sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, que estreou no anticomunismo, aproximou-se do castrismo por razões, acredite!, pragmáticas. Derrotados de 64 forneceram ao dito então "novo sindicalismo" a vértebra política que ele não tinha e lhe emprestaram aquela mitologia da "resistência". Na versão mítica, os derrotados do comunismo que voltaram do exílio tentariam construir o socialismo recorrendo aos instrumentos que a própria "burguesia" lhes forneceria. Padres de passeata aspergiram na mistura um pouco da pervertida água benta anticapitalista, e pronto! Estava criado o PT. Para quê?
As esquerdas, diz um amigo, não têm uma teologia, só uma demonologia. Ainda não definiram as virtudes pelas quais lutam, mas têm claros os valores contra os quais conspiram, e o mais importante de seus alvos é a liberdade. O alemão Karl Marx (1818-1883), pai intelectual dos comunistas, tinha certa atração pelo demônio – o próprio filho o chamava de "diabo"; devia ter lá seus motivos. Em Marx e acólitos, o novo homem se faz da destruição do patrimônio cultural que herdamos, não de uma nova resposta às demandas geradas por essa herança. Por isso o marxismo tentou apagar no "cérebro dos vivos" o "pesadelo das gerações mortas". Eliminar a memória é condição essencial do totalitarismo. As revoluções e golpes comunistas sempre foram exímios na destruição de sistemas, mas incapazes de criar alternativas: caracterizam-se por longos processos de depuração, expurgos, retratações e purgações inquisitoriais. Como diria o cubanófilo Chico Buarque, inventaram o pecado, mas não o perdão.
Num ambiente em que se articulam "teologia", "demonologia" e "esquerdas", uma voz autorizada é a de Frei Betto, o mais pio dos nossos "cubanos", eventualmente ímpio, já que é um religioso. O homem é de uma coragem moral admirável na amizade que mantém com Fidel. Em seu convicto repúdio ao inferno capitalista, jamais se deixou impressionar por execuções sumárias. Como diria Padre Vieira (1608-1697), a coragem moral é de Betto, mas o risco é dos outros. Ele já tem seu veredicto: "Não há nenhum sintoma em Cuba de que o país possa retornar ao capitalismo". Betto esconjura o demônio. Trata-se da reza macabra habitual: justificar ou ignorar crimes, sejam fuzilamentos ou mensalões, em nome de amanhãs sorridentes. É o que tem feito outro renitente apologista do comunismo, Oscar Niemeyer, com o peso dos seus 100 anos – a União Soviética não resistiu mais do que 74... Na carta de renúncia, Fidel citou o arquiteto, afirmando que é preciso "ser conseqüente até o final". Até o fim de quem?
Ocorrem-me, diante de Niemeyer, as palavras do poeta português Antero de Quental (1842-1891) ao responder a um adversário intelectual: "Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Exa. passam diante de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas coisas que saem dele, confesso, não me merecem nem admiração nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança. V. Exa. precisa menos cinqüenta anos de idade, ou então mais cinqüenta de reflexão".
E há Chico Buarque, o terror da propriedade e dos casamentos privados do Leblon. Sim, a nossa Palas Athena da MPB tem até um retrato no Museu da Revolução de Cuba, tal é a admiração que lhe devota o "comandante". O povo prefere Nelson Ned e a novela Escrava Isaura. Entendo: deve identificar o dono da ilha com Leôncio, o bandidão senhor de escravos. "Chico", essa entidade acima da moral e, quiçá, dos bons costumes, faz lirismo voluntário com o sangue involuntário das vítimas de Fidel. Um talentoso idiota moral.
Boa parte da imprensa não fugiu a esse clima de leniência (ou "leninência": não resisti ao trocadilho, perdoe-me) com o "comandante". Sua renúncia assanhou as células do ódio à democracia e à economia de mercado. Sob o pretexto da isenção, atribuíram ao facínora uma herança "ambígua". Num rasgo de covardia intelectual, decretou-se: "Só a história poderá julgá-lo".
Fidel mandou matar em julgamentos sumários 9 479 pessoas. Estima-se que os mortos do regime cheguem a 17 000. Dois milhões de pessoas fugiram do país – 15% dos 13 milhões de cubanos. Isso corresponderia a 27 milhões de brasileiros no exílio. Ele matou 130,76 indiví-duos por 100 000 habitantes; Pinochet, o facínora chileno, "apenas" 24; a ditadura brasileira, "só" 0,3. O comandante é 435,86 vezes mais assassino do que os generais brasileiros, que encheram de metáforas humanistas a conta bancária de Chico Buarque. A história dirá quem foi Fidel? Já disse! Permaneceu 49 anos no poder; no período, passaram pela Casa Branca, lá no "Império" detestado por Niemeyer, dez presidentes!
Cadê a ambigüidade? A mitologia da resistência é uma trapaça ideológica a emprestar a homicidas compulsivos a dignidade de utopistas. Hoje, os nossos "cubanófilos" estão empenhados é em assaltar os cofres. O problema não está nas duas caras que eles têm, mas na moral que eles não têm. E é bom lembrar: os ladrões vulgares não desistiram de solapar a democracia.
Publicado originalmente no site diegocasagrande.com.br
Escrito por Reinaldo Azevedo, na VEJA em 25 de fevereiro de 2008
A semente do mensalão está na pistola com que Che Guevara executou um guerrilheiro que roubara um pedaço de pão. O dossiê dos aloprados foi planejado em Sierra Maestra. O aparelhamento do estado e a farra dos cartões desfilaram com Fidel Castro em Havana, em 1959. Isso é história de mentalidades, não de nexos pobremente causais. O assalto ao Erário, à ordem legal e à administração do estado seria apenas a revolução operada por outros meios. Os criminosos precisam dessa mitologia para reivindicar seu exclusivismo moral. É coerente que propagandistas do PT como o arquiteto Oscar Niemeyer, o cantor Chico Buarque e Frei Betto sejam também embaixadores (i)morais da ditadura cubana.
Fidel, vê-se, é uma figura marcante na história do Brasil. A justificativa nada improcedente do golpe militar de 1964 foi impedir a "cubanização" do país. Figuras que transitam neste governo têm sua folha corrida ou sua lenda pessoal ligadas à trajetória do "comandante". José Dirceu, por exemplo, ganhou seu caráter e uma de suas caras treinando guerrilha na Cuba revolucionária. Há quem jure que nunca deu um tiro. O sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, que estreou no anticomunismo, aproximou-se do castrismo por razões, acredite!, pragmáticas. Derrotados de 64 forneceram ao dito então "novo sindicalismo" a vértebra política que ele não tinha e lhe emprestaram aquela mitologia da "resistência". Na versão mítica, os derrotados do comunismo que voltaram do exílio tentariam construir o socialismo recorrendo aos instrumentos que a própria "burguesia" lhes forneceria. Padres de passeata aspergiram na mistura um pouco da pervertida água benta anticapitalista, e pronto! Estava criado o PT. Para quê?
As esquerdas, diz um amigo, não têm uma teologia, só uma demonologia. Ainda não definiram as virtudes pelas quais lutam, mas têm claros os valores contra os quais conspiram, e o mais importante de seus alvos é a liberdade. O alemão Karl Marx (1818-1883), pai intelectual dos comunistas, tinha certa atração pelo demônio – o próprio filho o chamava de "diabo"; devia ter lá seus motivos. Em Marx e acólitos, o novo homem se faz da destruição do patrimônio cultural que herdamos, não de uma nova resposta às demandas geradas por essa herança. Por isso o marxismo tentou apagar no "cérebro dos vivos" o "pesadelo das gerações mortas". Eliminar a memória é condição essencial do totalitarismo. As revoluções e golpes comunistas sempre foram exímios na destruição de sistemas, mas incapazes de criar alternativas: caracterizam-se por longos processos de depuração, expurgos, retratações e purgações inquisitoriais. Como diria o cubanófilo Chico Buarque, inventaram o pecado, mas não o perdão.
Num ambiente em que se articulam "teologia", "demonologia" e "esquerdas", uma voz autorizada é a de Frei Betto, o mais pio dos nossos "cubanos", eventualmente ímpio, já que é um religioso. O homem é de uma coragem moral admirável na amizade que mantém com Fidel. Em seu convicto repúdio ao inferno capitalista, jamais se deixou impressionar por execuções sumárias. Como diria Padre Vieira (1608-1697), a coragem moral é de Betto, mas o risco é dos outros. Ele já tem seu veredicto: "Não há nenhum sintoma em Cuba de que o país possa retornar ao capitalismo". Betto esconjura o demônio. Trata-se da reza macabra habitual: justificar ou ignorar crimes, sejam fuzilamentos ou mensalões, em nome de amanhãs sorridentes. É o que tem feito outro renitente apologista do comunismo, Oscar Niemeyer, com o peso dos seus 100 anos – a União Soviética não resistiu mais do que 74... Na carta de renúncia, Fidel citou o arquiteto, afirmando que é preciso "ser conseqüente até o final". Até o fim de quem?
Ocorrem-me, diante de Niemeyer, as palavras do poeta português Antero de Quental (1842-1891) ao responder a um adversário intelectual: "Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Exa. passam diante de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas coisas que saem dele, confesso, não me merecem nem admiração nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança. V. Exa. precisa menos cinqüenta anos de idade, ou então mais cinqüenta de reflexão".
E há Chico Buarque, o terror da propriedade e dos casamentos privados do Leblon. Sim, a nossa Palas Athena da MPB tem até um retrato no Museu da Revolução de Cuba, tal é a admiração que lhe devota o "comandante". O povo prefere Nelson Ned e a novela Escrava Isaura. Entendo: deve identificar o dono da ilha com Leôncio, o bandidão senhor de escravos. "Chico", essa entidade acima da moral e, quiçá, dos bons costumes, faz lirismo voluntário com o sangue involuntário das vítimas de Fidel. Um talentoso idiota moral.
Boa parte da imprensa não fugiu a esse clima de leniência (ou "leninência": não resisti ao trocadilho, perdoe-me) com o "comandante". Sua renúncia assanhou as células do ódio à democracia e à economia de mercado. Sob o pretexto da isenção, atribuíram ao facínora uma herança "ambígua". Num rasgo de covardia intelectual, decretou-se: "Só a história poderá julgá-lo".
Fidel mandou matar em julgamentos sumários 9 479 pessoas. Estima-se que os mortos do regime cheguem a 17 000. Dois milhões de pessoas fugiram do país – 15% dos 13 milhões de cubanos. Isso corresponderia a 27 milhões de brasileiros no exílio. Ele matou 130,76 indiví-duos por 100 000 habitantes; Pinochet, o facínora chileno, "apenas" 24; a ditadura brasileira, "só" 0,3. O comandante é 435,86 vezes mais assassino do que os generais brasileiros, que encheram de metáforas humanistas a conta bancária de Chico Buarque. A história dirá quem foi Fidel? Já disse! Permaneceu 49 anos no poder; no período, passaram pela Casa Branca, lá no "Império" detestado por Niemeyer, dez presidentes!
Cadê a ambigüidade? A mitologia da resistência é uma trapaça ideológica a emprestar a homicidas compulsivos a dignidade de utopistas. Hoje, os nossos "cubanófilos" estão empenhados é em assaltar os cofres. O problema não está nas duas caras que eles têm, mas na moral que eles não têm. E é bom lembrar: os ladrões vulgares não desistiram de solapar a democracia.
Publicado originalmente no site diegocasagrande.com.br
Cortinas de fumaça
Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
Os prestidigitadores hábeis sabem como atrair a atenção da platéia para um ponto qualquer que não interessa, enquanto fazem seus truques. Os partidos de esquerda que tomaram o poder em nosso País em 1994 são exímios prestidigitadores: criam constantemente celeumas e polêmicas que interessam à platéia de néscios que é o povo, enquanto praticam seus crimes mais graves e hediondos na surdina. Aliás, nem tanto, as pessoas que desejam se informar olham para o lugar certo. Embora alguns olhem e finjam que não vêem nada! Para não sairmos da área dos espetáculos artísticos, o que se faz é armar um grande circo para desviar a atenção do público dos autênticos problemas que afligem a Nação.
por Heitor De Paola em 23 de fevereiro de 2008
Resumo: Se ficarmos lutando contra o acessório e não contra o fundamental, quando nos dermos conta só poderemos dizer como o bardo: agora é tarde, Inês é morta!
© 2008 MidiaSemMascara.org
Mensalões e mensalinhos; farta distribuição de cargos para notórios corruptos; e agora, os cartões corporativos. Denúncias e mais denúncias constantemente. A população é mantida sob contínuo stress denuncista, a mídia fazendo sua parte. O que tudo isto significa?
Os prestidigitadores hábeis sabem como atrair a atenção da platéia para um ponto qualquer que não interessa, enquanto fazem seus truques. Os partidos de esquerda que tomaram o poder em nosso País em 1994 são exímios prestidigitadores: criam constantemente celeumas e polêmicas que interessam à platéia de néscios que é o povo, enquanto praticam seus crimes mais graves e hediondos na surdina. Aliás, nem tanto, as pessoas que desejam se informar olham para o lugar certo. Embora alguns olhem e finjam que não vêem nada! Para não sairmos da área dos espetáculos artísticos, o que se faz é armar um grande circo para desviar a atenção do público dos autênticos problemas que afligem a Nação.
Durante oito anos o circo foi constantemente armado pelo PT. Desde 2002, obedecendo rigorosamente ao rodízio acordado em Princeton, cabe ao PSDB fazê-lo - e com mais habilidade ainda! O PMDB não é um partido: é um bando de caçadores de cargos públicos e de estatais. O DEM, embora tenha quadros importantes e sérios, parece um amontoado de baratas tontas que tende a se tornar um partideco sem importância, controlado pelos Maias – com o devido perdão de Eça de Queiroz.
A triste novidade da atual crise (atual enquanto escrevo, em meados de fevereiro; quando sair o artigo pode ter outras mais) é o envolvimento de um General do Exército Brasileiro – mesmo que da Reserva - invocando o sigilo dos cartões da Presidência em nome da segurança nacional. Será que vão comprar tanques modernos – me refiro aos de guerra, não aos de lavar roupa - com American Express? Mirages com Visa? Ou submarinos nucleares com MasterCard? Antes fosse, mas sabemos todos que não é, pois para estas coisas de que o Brasil necessita urgentemente é necessário aprovação de várias Comissões e do plenário do Congresso, transparência total, crédito consignado no Orçamento e todos os óbices que são dispensados para as despesas de cabeleireiro das Primeiras Damas, muito mais importantes para a Segurança Nacional, obviamente!
As constantes “descobertas” de focos de corrupção e a criação dos espetáculos circenses das CPI’s de mentirinha – já ficou combinado que as despesas familiares dos Presidentes não serão divulgadas - servem para impedir a população de enxergar os verdadeiros crimes cometidos pelos partidos hegemônicos. Pura balela, pois quando as CPI’s descobrem alguma coisa a Justiça resolve e absolve. Ninguém, ninguém mesmo lá em Brasília, quer diminuir a corrupção – acabar é quimera -, pois todos se locupletam, direta ou indiretamente. A corrupção está ligada diretamente ao gigantismo do Estado onipotente que, aqui no Brasil, foi fundado há 200 anos pela corte fujona de João VI (razão pela qual não vejo nenhuma razão para comemorar, sim para lamentar que não tivessem ido para Goa). O símbolo máximo foi a criação da primeira estatal brasileira, o Banco do Brasil.
Se quisessem de verdade, bastava reduzir o Estado a uns 30% do tamanho atual e desestatizar totalmente a economia. Atenção: desestatizar não é privatizar! Privatizar é o que o FHC fez: privatiza os lucros, mas mantém o controle do Estado via Agências Reguladoras, créditos do BNDES que se torna sócio, e dos fundos de pensão das Estatais. Desestatizar é o que se fez na Alemanha Oriental quando da reunificação: vender o que for vendável, doar o que não tiver compradores e extinguir o que ninguém quiser. Principalmente acabar com o regime de “concessões” dando plenos direitos aos proprietários. Mas isto ninguém quer: e os cabides de empreguismo fácil?
Dizer que os governantes estão interessados pura e simplesmente em roubar é dar armas ao inimigo: é dizer que o maldito dinheiro é a causa de todos os males e que, portanto, o mal está no famigerado regime capitalista. Com isto encobre-se o acelerado avanço do socialismo em nosso País. Chamar nossos governantes de ladrões é, pois, contraproducente, é atirar dentro da própria trincheira! Os países que realmente adotam a economia liberal – apelidada por Marx de capitalismo - são os menos sujeitos à corrupção, a qual quando ocorre não fica impune como entre nós. O sentimento de posse do dinheiro público é apanágio dos socialistas, herdeiros diretos das monarquias, que se sentem perfeitamente justificados em fazê-lo, pois estão “construindo um futuro melhor e mais brilhante para todos os povos”. Durante a cúpula Ibero-Americana de 2006 eu estava em Montevideo, no hotel Balmoral, o mesmo em que estavam hospedados os agentes da DGI, a segurança da delegação cubana. Seus carros eram todos BMW zero km, certamente alugados com cartões corporativos. Ao final do conclave, retirados os ternos e já em gozo de férias, eles chegavam com imensas bolsas contendo toda a sorte de gadgets produzidos pelas decadentes indústrias capitalistas. Um deles estava com mais de 200 celulares! Eu vi, porque ele abriu a bolsa mostrando todo orgulhoso para seus coleguinhas. Suspeito que a forma de pagamento tenha sido também cartões corporativos!
Reafirmo que o alvo da luta de uma verdadeira oposição deve ser o avanço socialista que vem sendo escondido pela cortina de fumaça dos escândalos de Brasília, denunciando:
1 - o Foro de São Paulo, de onde emanam todas as decisões de Brasília, como uma organização comunista criminosa (desculpem o pleonasmo!) fundada pelo atual Presidente e por Fidel Castro;
2 – o criminoso desmantelamento de nossas Forças Armadas e o aviltamento dos soldos militares, planejados pelo Diálogo Interamericano e pela Comissão Trilateral, dos quais faz parte FHC, para as transformarem em meras milícias regionais;
3 – a ameaça à soberania nacional na entrega da Amazônia a ONG’s principalmente européias;
4 - o PT, por associação ilícita e formação de quadrilha com os narcotraficantes das FARC, companheiros no Foro de São Paulo, que são os responsáveis pela morte por drogas de milhares de jovens brasileiros, além de estarem dando instrução militar aos bandidos das favelas cariocas;
5 - a verdadeira razão de nosso ensino ter caído tão baixo na escala mundial: o método criminoso de Paulo Freire. Se nas avaliações houvesse questões sobre comunismo nossos estudantes seriam imbatíveis, idem se fosse sobre “educação sexual”, principalmente no quesito das aberrações;
6 - o MST e organizações urbanas afins, os “povos indígenas organizados” e os quilombolas como organizações guerrilheiras e terroristas que visam extirpar a propriedade privada de nosso País e representam ameaça à nossa soberania;
7 - a participação dos dois últimos governos (FHC e Lula) no adestramento destas mesmas forças irregulares, piores do que as Ligas Camponesas;
8 - conquistar as ruas, única propriedade privada que será mantida: a do PT, aprendendo com o bravo povo venezuelano como é que se faz oposição de verdade.
Se ficarmos lutando contra o acessório e não contra o fundamental, quando nos dermos conta só poderemos dizer como o bardo: agora é tarde, Inês é morta!
Artigo originalmente escrito para o Jornal Inconfidência, de Belo Horizonte http://www.grupoinconfidencia.com.br/
O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP).
Conheça o VERDADEIRO e ÚNICO PT
Do site da REVISTA ÉPOCA
Alguns trechos da longa entrevista de César Benjamin, fundador do PT e coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989:
...Em seguida houve uma troca de gestos entre ele (Zé Dirceu) e alguns delegados do ABC (paulista). Este grupo se levantou e partiu para cima de mim para interromper pela força o meu pronunciamento.
ÉPOCA – Na porrada? Quem eram?
Benjamin – Eram umas 20, 30 pessoas. Vieram para me dar porrada. Meus amigos levantaram, foi uma confusão. A convenção (que aconteceu no Espírito Santo) foi interrompida. Lembro que se juntou a este grupo o (Antônio) Pitanga, do Rio, marido da Benedita (da Silva, ex-ministra), mas era um grupo de Santo André. Olha Santo André aparecendo aí...
... ÉPOCA – Enquanto você levava porrada, o Lula fazia o quê?
Benjamin - Ele estava lá, mas não participou evidentemente desta tropa de choque. Também não impediu. Eu me desliguei do partido porque ficou claro que havia um aval do Lula e do Zé Dirceu para que esta prática se difundisse dentro do PT. O Lula vem sustentando a tese de que foi traído, que não sabia de nada. Isso poderia ser verossímil se nós estivéssemos diante de um caso isolado. Eventualmente um chefe de governo pode ser surpreendido por uma decisão intempestiva, errada, de um subordinado. O que está aparecendo agora não é isso. Meu testemunho é muito claro sobre isso. O que aconteceu foi a aplicação no âmbito do governo federal de práticas que existem há 15 anos dentro do PT e da CUT - sempre dentro do círculo mais íntimo do Lula...
...ÉPOCA – Você acha que este processo gerou o cadáver do Celso Daniel (prefeito de Santo André assassinado em 2002)?
Benjamin - Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico...
Íntegra aqui.
Alguns trechos da longa entrevista de César Benjamin, fundador do PT e coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989:
...Em seguida houve uma troca de gestos entre ele (Zé Dirceu) e alguns delegados do ABC (paulista). Este grupo se levantou e partiu para cima de mim para interromper pela força o meu pronunciamento.
ÉPOCA – Na porrada? Quem eram?
Benjamin – Eram umas 20, 30 pessoas. Vieram para me dar porrada. Meus amigos levantaram, foi uma confusão. A convenção (que aconteceu no Espírito Santo) foi interrompida. Lembro que se juntou a este grupo o (Antônio) Pitanga, do Rio, marido da Benedita (da Silva, ex-ministra), mas era um grupo de Santo André. Olha Santo André aparecendo aí...
... ÉPOCA – Enquanto você levava porrada, o Lula fazia o quê?
Benjamin - Ele estava lá, mas não participou evidentemente desta tropa de choque. Também não impediu. Eu me desliguei do partido porque ficou claro que havia um aval do Lula e do Zé Dirceu para que esta prática se difundisse dentro do PT. O Lula vem sustentando a tese de que foi traído, que não sabia de nada. Isso poderia ser verossímil se nós estivéssemos diante de um caso isolado. Eventualmente um chefe de governo pode ser surpreendido por uma decisão intempestiva, errada, de um subordinado. O que está aparecendo agora não é isso. Meu testemunho é muito claro sobre isso. O que aconteceu foi a aplicação no âmbito do governo federal de práticas que existem há 15 anos dentro do PT e da CUT - sempre dentro do círculo mais íntimo do Lula...
...ÉPOCA – Você acha que este processo gerou o cadáver do Celso Daniel (prefeito de Santo André assassinado em 2002)?
Benjamin - Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico...
Íntegra aqui.
O triunfo da razão cínica - fundador do PT mostra a cara do partido-seita
Da revista CAROS AMIGOS
Por César Benjamin
César Benjamin é um dos fundadores do PT e foi coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989 (apenas um ano antes da fundação do FORO DE SÃO PAULO) e aqui expõe o que é e sempre foi realmente o PT, que ele só foi ver depois de perder a ilusão com seu "chefe".
A crise do PT é a mais profunda crise da esquerda brasileira. para o bem e para o mal, foi o PT a vanguarda política da nossa esquerda nos últimos vinte anos.
O Partido dos Trabalhadores está morrendo. Nele não resta mais nenhum espírito transformador, nenhuma autenticidade, nenhum impulso vital. Não tem princípios a defender. Não tem mais referências sobre coisa alguma, pois suas posições históricas – sobre a previdência, os transgênicos, a política econômica, o FMI ou qualquer outro assunto – estão sempre prontas a ser sacrificadas no balcão em que se fazem as negociações do momento.
O PT não tem, nem pretende mais ter, projeto de sociedade. Tem apenas projeto de poder. Essa volúpia desenfreada, sem ideal, cria o ambiente propício ao cinismo e à corrupção crescentes, a que estamos assistindo, pois a melhor maneira de se manter em cima é copiar os poderosos e se aliar a eles. Hoje, o militante de que o PT precisa, o que é valorizado pela direção, é o carreirista obcecado pelo sucesso rápido e a trajetória meteórica, disposto a dizer amém, pronto a desmentir amanhã, por qualquer pretexto, aquilo que defendia até hoje.
Os que construíram o partido e não se corromperam nele não têm mais lugar. Tornaram-se um estorvo. São enxovalhados. Estão sendo substituídos por filiados pela Internet e por gente arrebanhada pelos esquemas políticos tradicionais. Esquemas caros, como se sabe, pois esvaziados da militância voluntária que impulsionou o partido quando ele era jovem. Para financiar essa operação e esse novo modo de ser, é cada vez mais tênue, no andar de cima, a separação entre política e negócios. Candidatos a deputado, até ontem meros assalariados, falam abertamente em levantar 10 ou 20 milhões de reais para suas campanhas, sabe-se lá de que forma. Candidatos a cargos mais altos aventuram-se em todos os tabuleiros. São as regras do jogo. Não há mais pudor. Todos caminham nus pelos salões.
Valores esquecidos
O PT tornou-se uma via de ascensão individual para a afluência material e o poder. Multiplicam-se as pessoas que se tornam subitamente importantes e que se sentem, assim, sem ter história nem biografia, sem ter passado nem futuro. Pobres de espírito, sempre ocupados nas articulações do momento – para a próxima convenção, a próxima nomeação ou a próxima eleição –, não lêem um livro, não se dedicam a conhecer bem assunto nenhum, não são solidários às dificuldades do povo brasileiro, não pretendem ser fiéis a uma idéia de nação. Suas lealdades se esgotam nos limites do grupo de interesse a que estão vinculados. Valores como humildade, perseverança e ideal estão definitivamente fora de moda. Tudo agora é cálculo. Liberado para florescer, o oportunismo tem pressa. Tempo é poder. Tempo é dinheiro.
A crise do PT é a mais profunda crise da esquerda brasileira. Para o bem e para o mal, foi o PT a vanguarda política da nossa esquerda nos últimos vinte anos, e dentro dele foi vanguarda a Articulação. Além de perseguir com coerência uma estratégia política e controlar com competência os principais aparatos de poder, ela propunha a toda a esquerda uma forma de luta estratégica, que, uma vez vitoriosa, seria capaz de abrir um período novo de ação política em nosso país: a eleição de Lula à presidência. Participávamos de múltiplas iniciativas militantes no cotidiano, e a cada quatro anos renovávamos nossa esperança em uma possibilidade especial, a de colocar Lula lá.
Durou menos de um ano a transição de um auge a uma crise. Hoje, a Articulação tem um poder que a esquerda nunca teve, mas não é vanguarda de mais nada, nem para o bem nem para o mal. É, simplesmente, outra coisa: um grupo que ocupa posições de mando em um Estado corrompido e conservador, forte para premiar e punir, fraco para transformar. Adaptado a ele, usa essas posições para negociar tudo com todos. Falar de um “governo em disputa” era um erro há nove meses. Hoje é apenas cumplicidade com o charlatanismo.
A cooptação do PT pelo sistema de poder é a mais vergonhosa de todas, pois vem desassociada de qualquer ganho real para a base social que ele deveria representar. Ao contrário, ele aceitou ser o algoz dessa base: a contar do início do governo Lula, teremos 1 milhão de novos desempregados em fevereiro de 2004, e os rendimentos do trabalho estão em queda livre. A previdência pública foi desmontada, e anuncia-se para breve o acerto de contas com a legislação trabalhista. Comparativamente a isso, a socialdemocracia européia teve uma trajetória brilhante.
Nenhum de nós pede que Lula faça uma revolução. Nenhum desconhece o cenário, nacional e internacional, que nos cerca. Pedimos apenas decência, espírito republicano e compromisso com um capitalismo regulado. Basta isso para que sejamos chamados de radicais, num país em que política e indecência sempre foram mais ou menos a mesma coisa, em que o Estado sempre foi um espaço de negociatas e em que, em vez de capitalismo, prevalece a bandalha. Insistimos nessas três coisas, porque por menos do que elas a própria atividade política já não vale a pena. Por menos, é melhor ir para casa.
O que nos afasta do PT não são posições adotadas nessa ou naquela questão. São valores e princípios. É esse ilimitado pragmatismo de quem, uma vez no poder, não pode correr risco nenhum, nem mesmo o risco de dizer a verdade. No lugar da verdade, marketing, dissimulação e engodo, uma enorme operação de deseducação política do povo brasileiro. No lugar de uma ação coletiva, de baixo para cima, um líder que desmobiliza e que, como todo medíocre, começa a se considerar semideus. No lugar de um projeto, espertezas, um discurso para cada interlocutor. No lugar de diálogo, ameaças, chantagens, nomeações, demissões. No lugar da luta de idéias, movimentos sempre nas sombras. É o triunfo da razão cínica.
Herança duradoura
O chefe disso chama-se Luís Inácio Lula da Silva. Sua principal herança, para a esquerda brasileira, não será formada a partir de acertos e erros aqui e acolá, naturais na trajetória de qualquer pessoa. Sua herança mais duradoura será construída pela sistemática sinalização de valores negativos, que ele ajudou a difundir amplamente nos últimos anos. Isso é que é imperdoável. Arrogante com os “de baixo” e subserviente aos “de cima”, desqualifica-se, pois o que se espera de um líder popular é exatamente o contrário: que seja humilde com os de baixo e firme com os de cima. Aos pobres, “seus filhos”, pede infinita paciência, enquanto atende com presteza aos reclamos dos ricos, os financiadores de campanhas. Desemprega 1 milhão de brasileiros e anuncia-se como aquele que resgata a auto-estima do Brasil. Considera-se corajoso porque tira direitos de enfermeiras, professores e barnabés, conduz serviços essenciais ao colapso, enquanto se dispõe a pagar pontualmente mais de 150 bilhões de reais em juros aos rentistas só neste ano. É o novo líder dos trezentos picaretas que denunciava. Logo lhes entregará mais ministérios.
Seu governo passará, mas sua liderança deixará na esquerda um extenso e duradouro legado: milhares de pessoas despreparadas e sem valores, que aprenderam no PT que fazer política é gerenciar interesses. Esses ficarão ainda por muito tempo, na forma de uma geração de gente perdida, que nunca lutou e foi derrotada. É isso que dói.
* Após reler o artigo, sem tempo para corrigir, César Benjamin pediu desculpas. Abaixo o referido texto:
Peço desculpas
por César Benjamin
A revista Caros Amigos que está nas bancas neste mês traz um artigo meu, intitulado "O triunfo da razão cínica"*, que, sob muitos aspectos, é equivocado e injusto. Dei-me conta disso ao relê-lo com calma no dia seguinte, mas uma infeliz sucessão de circunstâncias tornou impossível que eu corrigisse a tempo o meu erro. Deixem-me, primeiro, contá-las, para depois refletir rapidamente sobre as dimensões mais profundas do episódio.
Atrasei meu artigo do mês, por acúmulo de trabalho, de modo que a revista permaneceu com uma página aberta, à minha espera, tendo como prazo-limite as primeiras horas da manhã de uma segunda-feira. Só consegui redigir o texto no domingo à noite, emocionado e impactado pelo contato que tive, pouco antes, com militantes históricos do PT. Compartilhei com eles o clima de forte amargura com os rumos de uma instituição à qual todos entregamos, generosamente, muitos anos de vida. Como afirmo no artigo, não se trata de discordar dessa ou daquela posição, mas de constatar um processo que aponta para a falência da própria luta de idéias. Em diversas áreas, filiações em massa, despolitizadas, de origem desconhecida, estão tornando inviável qualquer expectativa de um debate honesto, numa tentativa - que provavelmente será bem-sucedida - de congelar o controle do partido nas mãos de grupos que têm mais recursos e menos escrúpulos em adotar esse padrão de comportamento. Para muitos militantes, constatar isso não é apenas uma questão de política abstrata. Vem associado a sentimentos pessoais bastante dolorosos.
Redigi meu artigo de uma só vez, sem muita reflexão e ponderação, contando relê-lo no dia seguinte. Saí, porém, atrasado. Enviei essa primeira versão sem a necessária revisão, que só fui fazer na hora do almoço, quando percebi o equívoco. Telefonei para a redação, para fazer correções, mas era tarde: a revista estava na gráfica. A responsabilidade, evidentemente, é toda minha.
Esta é a seqüência que, como disse acima, forma a história factual do episódio. É claro que ela não basta. Desde então, tenho procurado a raiz do meu erro, tentando deixar aflorar o maior conteúdo de verdade que eu possa conseguir perceber.
O artigo é fundamentalmente errado por, pelo menos, quatro razões. Primeiro, é raivoso, quando deveria ser apenas firme e claro. Segundo, é maniqueísta, com uma rígida divisão entre o bem e o mal que nunca corresponde ao que a vida é. Terceiro, homogeneiza realidades que são heterogêneas e nivela por baixo, deixando de enxergar diferenças importantes. Quarto, não ajuda a construir.
A única coisa boa que consigo extrair desse conjunto de erros, cometido de uma só vez, é que ele me levou a refletir com mais abertura e sinceridade sobre minhas próprias limitações. Vejo-as agora amplificadas.
Nosso país vive uma crise de grandes dimensões. Sua face mais evidente é a crise social, mas sua face mais profunda é o que poderíamos chamar de crise de destino. Ambas estão se acelerando visivelmente, no rumo de algum tipo de ruptura que terá de ocorrer, não se sabe quando nem em que direção. Sob certos aspectos, estamos em uma espécie de guerra civil não declarada.
Isso não é jogo de palavras. Democracia, liberdade e cidadania já são meras abstrações para boa parte do nosso povo, que apenas tenta sobreviver. Grupos sociais numerosos vivem em estado de anomia, sem regras, sem segurança de direitos básicos e sem perspectivas. Quem apura o ouvido percebe que há um desespero abafado se alastrando entre as pessoas. Minha angústia em relação ao PT e ao governo Lula diz respeito à pequenez com que ambos se comportam diante da catástrofe. O ruído surdo, que ela produz, talvez não chegue a Brasília.
O Brasil - e, dentro dele, a esquerda brasileira - pagarão muito caro por
isso. Justamente porque estamos caminhando para situações-limite, cabe mais do que nunca um esforço crítico. Ele precisa ser claro, firme e duro, porém sempre repleto de compreensão, pedagogia e disposição para o diálogo com todas as pessoas honestas, desejosas de marcharem juntas para salvar o país.
Muitas delas permanecem no PT.
À revista que generosamente tem acolhido os meus textos, aos seus leitores e a todos os que, com justa razão, possam ter se sentido agredidos com o meu artigo deste mês, eu peço sinceras desculpas.
Por César Benjamin
César Benjamin é um dos fundadores do PT e foi coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989 (apenas um ano antes da fundação do FORO DE SÃO PAULO) e aqui expõe o que é e sempre foi realmente o PT, que ele só foi ver depois de perder a ilusão com seu "chefe".
A crise do PT é a mais profunda crise da esquerda brasileira. para o bem e para o mal, foi o PT a vanguarda política da nossa esquerda nos últimos vinte anos.
O Partido dos Trabalhadores está morrendo. Nele não resta mais nenhum espírito transformador, nenhuma autenticidade, nenhum impulso vital. Não tem princípios a defender. Não tem mais referências sobre coisa alguma, pois suas posições históricas – sobre a previdência, os transgênicos, a política econômica, o FMI ou qualquer outro assunto – estão sempre prontas a ser sacrificadas no balcão em que se fazem as negociações do momento.
O PT não tem, nem pretende mais ter, projeto de sociedade. Tem apenas projeto de poder. Essa volúpia desenfreada, sem ideal, cria o ambiente propício ao cinismo e à corrupção crescentes, a que estamos assistindo, pois a melhor maneira de se manter em cima é copiar os poderosos e se aliar a eles. Hoje, o militante de que o PT precisa, o que é valorizado pela direção, é o carreirista obcecado pelo sucesso rápido e a trajetória meteórica, disposto a dizer amém, pronto a desmentir amanhã, por qualquer pretexto, aquilo que defendia até hoje.
Os que construíram o partido e não se corromperam nele não têm mais lugar. Tornaram-se um estorvo. São enxovalhados. Estão sendo substituídos por filiados pela Internet e por gente arrebanhada pelos esquemas políticos tradicionais. Esquemas caros, como se sabe, pois esvaziados da militância voluntária que impulsionou o partido quando ele era jovem. Para financiar essa operação e esse novo modo de ser, é cada vez mais tênue, no andar de cima, a separação entre política e negócios. Candidatos a deputado, até ontem meros assalariados, falam abertamente em levantar 10 ou 20 milhões de reais para suas campanhas, sabe-se lá de que forma. Candidatos a cargos mais altos aventuram-se em todos os tabuleiros. São as regras do jogo. Não há mais pudor. Todos caminham nus pelos salões.
Valores esquecidos
O PT tornou-se uma via de ascensão individual para a afluência material e o poder. Multiplicam-se as pessoas que se tornam subitamente importantes e que se sentem, assim, sem ter história nem biografia, sem ter passado nem futuro. Pobres de espírito, sempre ocupados nas articulações do momento – para a próxima convenção, a próxima nomeação ou a próxima eleição –, não lêem um livro, não se dedicam a conhecer bem assunto nenhum, não são solidários às dificuldades do povo brasileiro, não pretendem ser fiéis a uma idéia de nação. Suas lealdades se esgotam nos limites do grupo de interesse a que estão vinculados. Valores como humildade, perseverança e ideal estão definitivamente fora de moda. Tudo agora é cálculo. Liberado para florescer, o oportunismo tem pressa. Tempo é poder. Tempo é dinheiro.
A crise do PT é a mais profunda crise da esquerda brasileira. Para o bem e para o mal, foi o PT a vanguarda política da nossa esquerda nos últimos vinte anos, e dentro dele foi vanguarda a Articulação. Além de perseguir com coerência uma estratégia política e controlar com competência os principais aparatos de poder, ela propunha a toda a esquerda uma forma de luta estratégica, que, uma vez vitoriosa, seria capaz de abrir um período novo de ação política em nosso país: a eleição de Lula à presidência. Participávamos de múltiplas iniciativas militantes no cotidiano, e a cada quatro anos renovávamos nossa esperança em uma possibilidade especial, a de colocar Lula lá.
Durou menos de um ano a transição de um auge a uma crise. Hoje, a Articulação tem um poder que a esquerda nunca teve, mas não é vanguarda de mais nada, nem para o bem nem para o mal. É, simplesmente, outra coisa: um grupo que ocupa posições de mando em um Estado corrompido e conservador, forte para premiar e punir, fraco para transformar. Adaptado a ele, usa essas posições para negociar tudo com todos. Falar de um “governo em disputa” era um erro há nove meses. Hoje é apenas cumplicidade com o charlatanismo.
A cooptação do PT pelo sistema de poder é a mais vergonhosa de todas, pois vem desassociada de qualquer ganho real para a base social que ele deveria representar. Ao contrário, ele aceitou ser o algoz dessa base: a contar do início do governo Lula, teremos 1 milhão de novos desempregados em fevereiro de 2004, e os rendimentos do trabalho estão em queda livre. A previdência pública foi desmontada, e anuncia-se para breve o acerto de contas com a legislação trabalhista. Comparativamente a isso, a socialdemocracia européia teve uma trajetória brilhante.
Nenhum de nós pede que Lula faça uma revolução. Nenhum desconhece o cenário, nacional e internacional, que nos cerca. Pedimos apenas decência, espírito republicano e compromisso com um capitalismo regulado. Basta isso para que sejamos chamados de radicais, num país em que política e indecência sempre foram mais ou menos a mesma coisa, em que o Estado sempre foi um espaço de negociatas e em que, em vez de capitalismo, prevalece a bandalha. Insistimos nessas três coisas, porque por menos do que elas a própria atividade política já não vale a pena. Por menos, é melhor ir para casa.
O que nos afasta do PT não são posições adotadas nessa ou naquela questão. São valores e princípios. É esse ilimitado pragmatismo de quem, uma vez no poder, não pode correr risco nenhum, nem mesmo o risco de dizer a verdade. No lugar da verdade, marketing, dissimulação e engodo, uma enorme operação de deseducação política do povo brasileiro. No lugar de uma ação coletiva, de baixo para cima, um líder que desmobiliza e que, como todo medíocre, começa a se considerar semideus. No lugar de um projeto, espertezas, um discurso para cada interlocutor. No lugar de diálogo, ameaças, chantagens, nomeações, demissões. No lugar da luta de idéias, movimentos sempre nas sombras. É o triunfo da razão cínica.
Herança duradoura
O chefe disso chama-se Luís Inácio Lula da Silva. Sua principal herança, para a esquerda brasileira, não será formada a partir de acertos e erros aqui e acolá, naturais na trajetória de qualquer pessoa. Sua herança mais duradoura será construída pela sistemática sinalização de valores negativos, que ele ajudou a difundir amplamente nos últimos anos. Isso é que é imperdoável. Arrogante com os “de baixo” e subserviente aos “de cima”, desqualifica-se, pois o que se espera de um líder popular é exatamente o contrário: que seja humilde com os de baixo e firme com os de cima. Aos pobres, “seus filhos”, pede infinita paciência, enquanto atende com presteza aos reclamos dos ricos, os financiadores de campanhas. Desemprega 1 milhão de brasileiros e anuncia-se como aquele que resgata a auto-estima do Brasil. Considera-se corajoso porque tira direitos de enfermeiras, professores e barnabés, conduz serviços essenciais ao colapso, enquanto se dispõe a pagar pontualmente mais de 150 bilhões de reais em juros aos rentistas só neste ano. É o novo líder dos trezentos picaretas que denunciava. Logo lhes entregará mais ministérios.
Seu governo passará, mas sua liderança deixará na esquerda um extenso e duradouro legado: milhares de pessoas despreparadas e sem valores, que aprenderam no PT que fazer política é gerenciar interesses. Esses ficarão ainda por muito tempo, na forma de uma geração de gente perdida, que nunca lutou e foi derrotada. É isso que dói.
* Após reler o artigo, sem tempo para corrigir, César Benjamin pediu desculpas. Abaixo o referido texto:
Peço desculpas
por César Benjamin
A revista Caros Amigos que está nas bancas neste mês traz um artigo meu, intitulado "O triunfo da razão cínica"*, que, sob muitos aspectos, é equivocado e injusto. Dei-me conta disso ao relê-lo com calma no dia seguinte, mas uma infeliz sucessão de circunstâncias tornou impossível que eu corrigisse a tempo o meu erro. Deixem-me, primeiro, contá-las, para depois refletir rapidamente sobre as dimensões mais profundas do episódio.
Atrasei meu artigo do mês, por acúmulo de trabalho, de modo que a revista permaneceu com uma página aberta, à minha espera, tendo como prazo-limite as primeiras horas da manhã de uma segunda-feira. Só consegui redigir o texto no domingo à noite, emocionado e impactado pelo contato que tive, pouco antes, com militantes históricos do PT. Compartilhei com eles o clima de forte amargura com os rumos de uma instituição à qual todos entregamos, generosamente, muitos anos de vida. Como afirmo no artigo, não se trata de discordar dessa ou daquela posição, mas de constatar um processo que aponta para a falência da própria luta de idéias. Em diversas áreas, filiações em massa, despolitizadas, de origem desconhecida, estão tornando inviável qualquer expectativa de um debate honesto, numa tentativa - que provavelmente será bem-sucedida - de congelar o controle do partido nas mãos de grupos que têm mais recursos e menos escrúpulos em adotar esse padrão de comportamento. Para muitos militantes, constatar isso não é apenas uma questão de política abstrata. Vem associado a sentimentos pessoais bastante dolorosos.
Redigi meu artigo de uma só vez, sem muita reflexão e ponderação, contando relê-lo no dia seguinte. Saí, porém, atrasado. Enviei essa primeira versão sem a necessária revisão, que só fui fazer na hora do almoço, quando percebi o equívoco. Telefonei para a redação, para fazer correções, mas era tarde: a revista estava na gráfica. A responsabilidade, evidentemente, é toda minha.
Esta é a seqüência que, como disse acima, forma a história factual do episódio. É claro que ela não basta. Desde então, tenho procurado a raiz do meu erro, tentando deixar aflorar o maior conteúdo de verdade que eu possa conseguir perceber.
O artigo é fundamentalmente errado por, pelo menos, quatro razões. Primeiro, é raivoso, quando deveria ser apenas firme e claro. Segundo, é maniqueísta, com uma rígida divisão entre o bem e o mal que nunca corresponde ao que a vida é. Terceiro, homogeneiza realidades que são heterogêneas e nivela por baixo, deixando de enxergar diferenças importantes. Quarto, não ajuda a construir.
A única coisa boa que consigo extrair desse conjunto de erros, cometido de uma só vez, é que ele me levou a refletir com mais abertura e sinceridade sobre minhas próprias limitações. Vejo-as agora amplificadas.
Nosso país vive uma crise de grandes dimensões. Sua face mais evidente é a crise social, mas sua face mais profunda é o que poderíamos chamar de crise de destino. Ambas estão se acelerando visivelmente, no rumo de algum tipo de ruptura que terá de ocorrer, não se sabe quando nem em que direção. Sob certos aspectos, estamos em uma espécie de guerra civil não declarada.
Isso não é jogo de palavras. Democracia, liberdade e cidadania já são meras abstrações para boa parte do nosso povo, que apenas tenta sobreviver. Grupos sociais numerosos vivem em estado de anomia, sem regras, sem segurança de direitos básicos e sem perspectivas. Quem apura o ouvido percebe que há um desespero abafado se alastrando entre as pessoas. Minha angústia em relação ao PT e ao governo Lula diz respeito à pequenez com que ambos se comportam diante da catástrofe. O ruído surdo, que ela produz, talvez não chegue a Brasília.
O Brasil - e, dentro dele, a esquerda brasileira - pagarão muito caro por
isso. Justamente porque estamos caminhando para situações-limite, cabe mais do que nunca um esforço crítico. Ele precisa ser claro, firme e duro, porém sempre repleto de compreensão, pedagogia e disposição para o diálogo com todas as pessoas honestas, desejosas de marcharem juntas para salvar o país.
Muitas delas permanecem no PT.
À revista que generosamente tem acolhido os meus textos, aos seus leitores e a todos os que, com justa razão, possam ter se sentido agredidos com o meu artigo deste mês, eu peço sinceras desculpas.
Íntegra da entrevista de César Benjamin, fundador do PT, sobre os projetos de corrupção do partido
Cavaleiro do Templo fala: abaixo uma entrevista que se complementa com a leitura do post do Olavo de Carvalho chamado "PT, o Partido dos Ricos". O entrevistado, César Benjamin, foi coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989 (apenas um ano antes da fundação do FORO DE SÃO PAULO), portanto não preciso dizer que conhece "o cara" profundamente.
Canal Livre, TV Bandeirantes (31/07/05)
Fundador do PT e coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989, o cientista político César Benjamin foi um dos entrevistados por Roberto Cabrini, Fernando Mitre e Antônio Teles na edição do programa Canal Livre da TV Bandeirantes que foi ao ar no dia 31 de agosto de 2005. César deixou o PT em 1995. Segue o que ele disse:
Roberto Cabrini – O senhor acredita que o presidente Lula termina o seu mandato?
César Benjamin – Eu acredito que termina. Eu acho que não há, nesse momento, na sociedade brasileira nenhum setor minimamente significativo interessado em interromper o seu mandato. O impeachment é, antes de tudo, uma decisão política.
RC – Nós temos um presidente refém da oposição nesse momento?
CB – Eu acho que o Lula é refém de um pouco de tudo. Eu acho que ele é um presidente fraco. Vai terminar o mandato de maneira melancólica.
RC- E se for comprovado que ele sabia de tudo isso?
CB – Certamente a situação se agrava muito e nós teremos uma situação imprevista. A grande elite brasileira teme a possibilidade de que o vice-presidente José de Alencar assuma o governo, altere a política econômica e se credencie a como forte candidato para 2006. A gente prefere o Lula fraco chegando em 2006 a criar esse vazio de poder.
Fernando Mitre – Como o senhor vê a alegação do presidente Lula de que as elites estão tramando contra ele?
CB – Eu acho que o Lula desassociou aquilo que ele faz daquilo que ele diz. Ele é capaz de demitir o Olívio Dutra de manhã e a tarde dizer que jamais aceitará nenhuma pressão das elites, tendo nomeado o indicado de Severino. Ele é capaz de cortar as verbas de todos os ministérios e dizer que nenhum governo faz tanto quanto o dele está fazendo. Eu acho que ele está apelando para os segmentos da opinião pública menos informados e buscando uma identificação mais de base, de classe social de origem. Uma identificação profundamente despolitizada, dirigida aos setores menos informados. Foi a saída que ele encontrou.
RC – Até quando a popularidade do presidente resiste a esse processo?
CB – É difícil afirmar, até porque para isso seria preciso saber bem como funciona a cabeça desses setores da opinião pública que estão mais distantes. Setores mais empobrecidos e menos informados. Eu acho que ele terminará muito mal o governo, até porque ele está fazendo um governo muito ruim. As mudanças que ele fez desassociaram ainda mais seu governo do projeto original do PT
Antônio Teles – O senhor acha que ele tem o controle dos movimentos sociais de tal forma que em uma emergência ele poderia lançar mão desses movimentos para um esforço na rua e pressionar pela permanência e se fortalecer?
CB – Não acredito. A relação do Lula com os movimentos sociais vem piorando e está no seu ponto mais baixo. É muito fácil armar cenários, mas os movimentos sociais fizeram um esforço de ir a Lula propor uma alternativa e a posição que eu percebo hoje é de grande frustração.
AT – Por exemplo, o MST não participa.
CB – Há um distanciamento crescente e cada vez mais explícito, até porque o projeto de reforma agrária está parado.
FM – O senhor foi o primeiro a se declarar frustrado com o PT em 1990. Qual o motivo?
CB – Isso remete a uma questão importante, relacionada com que está acontecendo hoje: a longevidade desses esquemas que estão aparecendo nesse momento. O que está aparecendo agora não é fruto de uma atitude individual intempestiva de alguns. É uma prática sistêmica que tem pelo menos 15 anos no âmbito do PT, da CUT e da esquerda em geral. Nesse ponto, a responsabilidade do presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu é enorme (Nota do C.T. - é como o Olavo sempre disse: o que está acontecendo não começou agora...)
RC – Como o país vai sair desse processo?
CB- Talvez um país um pouco mais dilacerado. Eu temo muito porque temos processos de natureza sociológica. É um país urbanizado e empobrecido, que tinha até aqui uma espécie de reserva política e moral. Ele gastou essa reserva.
AT – Mas o senhor não acabou de contar como foi seu processo de desilusão...
CB – Isso que está aparecendo agora é o desdobramento de uma série de práticas que começaram na gestão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) no início dos anos 90, quando o senhor Delúbio Soares foi nomeado representante da CUT na gestão do FAT. Até onde eu sei, começaram ali práticas de financiamento muito heterodoxas. Isso se desdobra na campanha de 94.
AT – Na época, lançou-se mão do FAT?
CB – Sim. Começa um tipo de prática que vai dar a esse grupo uma arma nova na luta interna da esquerda.
RC – Na época, quem tinha conhecimento disso?
CB- O grupo mais íntimo de Lula. O Lula nunca foi um quadro orgânico. Ele sempre teve seus esquemas pessoais na vida interna do PT que culminou na formação do Instituto da Cidadania, anos depois. Um esquema paralelo que seus amigos mais íntimos freqüentavam. Esse esquema pessoal do Lula começou a gerenciar quantidades crescentes de recursos e isso foi um fator decisivo para que o grupo político do Lula pudesse obter a hegemonia dentro do PT e da CUT. No início dos anos 90, a disputa interna do PT era muito equilibrada. Eles chegaram a perder uma convenção em 1993 e introduziram uma arma nova nessa disputa interna. Quando você está numa disputa interna e introduz uma arma nova, você tem grande vantagem. Essa arma foi o poder do dinheiro.
RC – O senhor chama isso de deslumbramento do poder ou de os fins justificam os meios?
CB – No início havia fins. Havia projeto político de controlar o PT, de controlar a CUT, mas eu acho que com o tempo esse grupo foi dissolvido por sua própria prática.
FM – Parece que houve uma desilusão muito grande do senhor em 89, ainda no final da campanha eleitoral...
CB – No fim de 1989 eu tive meu sinal amarelo na relação pessoal com o Lula. Ele me disse que nos dias seguintes ao famoso debate da rede Globo ele tinha se reunido com a direção da Globo e tinha derrubado vários litros de whisky. Eu achei que foi uma atitude extremamente antiética. Eu achei que uma pessoa que se prestava a esse papel tinha um problema de caráter.
FM – O que ele alegou?
CB – Ele alegou que não ia brigar com a Globo, que precisava ficar bem com a emissora. Depois eu participei da coordenação da campanha de 1994 na direção do PT. Houve nessa campanha um segundo fato que foi para mim a gota d'água: o levantamento de recursos paralelos, como diz Delúbio Soares, recursos não contabilizados, sem que isso tivesse sido discutido na direção. Eu não sabia, a direção não sabia. Só o grupo de amigos do Lula participava desse tipo de decisão. Eu me lembro de ingenuamente propor várias vezes na coordenação da campanha que nós abríssemos ao público o nosso sistema de financiamento e pedíssemos que os adversários fizessem o mesmo por uma questão de transparência de campanha. O próprio Lula foi quem me falou que não faríamos isso, sem explicar por quê. Depois ficou claro que havia um financiamento via bancos, empreiteiros, que nunca havia sido discutido na direção do partido. Não era aceitável que uma fração da direção do partido montasse mecanismos paralelos. Não obtive nenhuma reação da direção do PT. Havia um encontro nacional do partido em 1995. Levei essa questão a 800 delegados do partido e usei a expressão "isso é o ovo da serpente" – se não cortar imediatamente, isso vai destruir o partido.
RB – Então o senhor não se surpreendeu com que aconteceu?
CB – Não. Esse é, inclusive, um esquema que se desdobra em várias frentes. É possível ver as impressões digitais desse esquema em Santo André, no caso Celso Daniel. Estamos diante de um grupo que estava montando dentro do governo Lula o que talvez pudesse vir a ser o maior esquema de corrupção já conhecido. Se pegarmos os fios e juntarmos, teremos um conjunto de entidades, instituições e empresas públicas e privadas que é assustador. Aparece no Banco do Brasil, na Petrobrás, nas verbas de publicidade, nos fundos de pensão. Esse esquema tem complexidade e permanência no tempo. Ele estava inovando. Houve um tempo que as empreiteiras eram as grandes vilãs, mas como o governo não faz obras, passou a ser a publicidade.
FM – O senhor concorda com o roteiro de denúncias de Roberto Jefferson?
CB – Eu não conheço o Roberto Jefferson, mas acho que é uma questão muito grave. Acho que o Lula tem uma responsabilidade histórica por ter introduzido um tipo de prática que a esquerda brasileira não conhecia e que corroeu por dentro seus valores.
RC – Esse país dilacerado que o senhor antevê será um país mais democrático?
CB – Não sei o final. Nós estamos em vôo cego.
Canal Livre, TV Bandeirantes (31/07/05)
Fundador do PT e coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989, o cientista político César Benjamin foi um dos entrevistados por Roberto Cabrini, Fernando Mitre e Antônio Teles na edição do programa Canal Livre da TV Bandeirantes que foi ao ar no dia 31 de agosto de 2005. César deixou o PT em 1995. Segue o que ele disse:
Roberto Cabrini – O senhor acredita que o presidente Lula termina o seu mandato?
César Benjamin – Eu acredito que termina. Eu acho que não há, nesse momento, na sociedade brasileira nenhum setor minimamente significativo interessado em interromper o seu mandato. O impeachment é, antes de tudo, uma decisão política.
RC – Nós temos um presidente refém da oposição nesse momento?
CB – Eu acho que o Lula é refém de um pouco de tudo. Eu acho que ele é um presidente fraco. Vai terminar o mandato de maneira melancólica.
RC- E se for comprovado que ele sabia de tudo isso?
CB – Certamente a situação se agrava muito e nós teremos uma situação imprevista. A grande elite brasileira teme a possibilidade de que o vice-presidente José de Alencar assuma o governo, altere a política econômica e se credencie a como forte candidato para 2006. A gente prefere o Lula fraco chegando em 2006 a criar esse vazio de poder.
Fernando Mitre – Como o senhor vê a alegação do presidente Lula de que as elites estão tramando contra ele?
CB – Eu acho que o Lula desassociou aquilo que ele faz daquilo que ele diz. Ele é capaz de demitir o Olívio Dutra de manhã e a tarde dizer que jamais aceitará nenhuma pressão das elites, tendo nomeado o indicado de Severino. Ele é capaz de cortar as verbas de todos os ministérios e dizer que nenhum governo faz tanto quanto o dele está fazendo. Eu acho que ele está apelando para os segmentos da opinião pública menos informados e buscando uma identificação mais de base, de classe social de origem. Uma identificação profundamente despolitizada, dirigida aos setores menos informados. Foi a saída que ele encontrou.
RC – Até quando a popularidade do presidente resiste a esse processo?
CB – É difícil afirmar, até porque para isso seria preciso saber bem como funciona a cabeça desses setores da opinião pública que estão mais distantes. Setores mais empobrecidos e menos informados. Eu acho que ele terminará muito mal o governo, até porque ele está fazendo um governo muito ruim. As mudanças que ele fez desassociaram ainda mais seu governo do projeto original do PT
Antônio Teles – O senhor acha que ele tem o controle dos movimentos sociais de tal forma que em uma emergência ele poderia lançar mão desses movimentos para um esforço na rua e pressionar pela permanência e se fortalecer?
CB – Não acredito. A relação do Lula com os movimentos sociais vem piorando e está no seu ponto mais baixo. É muito fácil armar cenários, mas os movimentos sociais fizeram um esforço de ir a Lula propor uma alternativa e a posição que eu percebo hoje é de grande frustração.
AT – Por exemplo, o MST não participa.
CB – Há um distanciamento crescente e cada vez mais explícito, até porque o projeto de reforma agrária está parado.
FM – O senhor foi o primeiro a se declarar frustrado com o PT em 1990. Qual o motivo?
CB – Isso remete a uma questão importante, relacionada com que está acontecendo hoje: a longevidade desses esquemas que estão aparecendo nesse momento. O que está aparecendo agora não é fruto de uma atitude individual intempestiva de alguns. É uma prática sistêmica que tem pelo menos 15 anos no âmbito do PT, da CUT e da esquerda em geral. Nesse ponto, a responsabilidade do presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu é enorme (Nota do C.T. - é como o Olavo sempre disse: o que está acontecendo não começou agora...)
RC – Como o país vai sair desse processo?
CB- Talvez um país um pouco mais dilacerado. Eu temo muito porque temos processos de natureza sociológica. É um país urbanizado e empobrecido, que tinha até aqui uma espécie de reserva política e moral. Ele gastou essa reserva.
AT – Mas o senhor não acabou de contar como foi seu processo de desilusão...
CB – Isso que está aparecendo agora é o desdobramento de uma série de práticas que começaram na gestão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) no início dos anos 90, quando o senhor Delúbio Soares foi nomeado representante da CUT na gestão do FAT. Até onde eu sei, começaram ali práticas de financiamento muito heterodoxas. Isso se desdobra na campanha de 94.
AT – Na época, lançou-se mão do FAT?
CB – Sim. Começa um tipo de prática que vai dar a esse grupo uma arma nova na luta interna da esquerda.
RC – Na época, quem tinha conhecimento disso?
CB- O grupo mais íntimo de Lula. O Lula nunca foi um quadro orgânico. Ele sempre teve seus esquemas pessoais na vida interna do PT que culminou na formação do Instituto da Cidadania, anos depois. Um esquema paralelo que seus amigos mais íntimos freqüentavam. Esse esquema pessoal do Lula começou a gerenciar quantidades crescentes de recursos e isso foi um fator decisivo para que o grupo político do Lula pudesse obter a hegemonia dentro do PT e da CUT. No início dos anos 90, a disputa interna do PT era muito equilibrada. Eles chegaram a perder uma convenção em 1993 e introduziram uma arma nova nessa disputa interna. Quando você está numa disputa interna e introduz uma arma nova, você tem grande vantagem. Essa arma foi o poder do dinheiro.
RC – O senhor chama isso de deslumbramento do poder ou de os fins justificam os meios?
CB – No início havia fins. Havia projeto político de controlar o PT, de controlar a CUT, mas eu acho que com o tempo esse grupo foi dissolvido por sua própria prática.
FM – Parece que houve uma desilusão muito grande do senhor em 89, ainda no final da campanha eleitoral...
CB – No fim de 1989 eu tive meu sinal amarelo na relação pessoal com o Lula. Ele me disse que nos dias seguintes ao famoso debate da rede Globo ele tinha se reunido com a direção da Globo e tinha derrubado vários litros de whisky. Eu achei que foi uma atitude extremamente antiética. Eu achei que uma pessoa que se prestava a esse papel tinha um problema de caráter.
FM – O que ele alegou?
CB – Ele alegou que não ia brigar com a Globo, que precisava ficar bem com a emissora. Depois eu participei da coordenação da campanha de 1994 na direção do PT. Houve nessa campanha um segundo fato que foi para mim a gota d'água: o levantamento de recursos paralelos, como diz Delúbio Soares, recursos não contabilizados, sem que isso tivesse sido discutido na direção. Eu não sabia, a direção não sabia. Só o grupo de amigos do Lula participava desse tipo de decisão. Eu me lembro de ingenuamente propor várias vezes na coordenação da campanha que nós abríssemos ao público o nosso sistema de financiamento e pedíssemos que os adversários fizessem o mesmo por uma questão de transparência de campanha. O próprio Lula foi quem me falou que não faríamos isso, sem explicar por quê. Depois ficou claro que havia um financiamento via bancos, empreiteiros, que nunca havia sido discutido na direção do partido. Não era aceitável que uma fração da direção do partido montasse mecanismos paralelos. Não obtive nenhuma reação da direção do PT. Havia um encontro nacional do partido em 1995. Levei essa questão a 800 delegados do partido e usei a expressão "isso é o ovo da serpente" – se não cortar imediatamente, isso vai destruir o partido.
RB – Então o senhor não se surpreendeu com que aconteceu?
CB – Não. Esse é, inclusive, um esquema que se desdobra em várias frentes. É possível ver as impressões digitais desse esquema em Santo André, no caso Celso Daniel. Estamos diante de um grupo que estava montando dentro do governo Lula o que talvez pudesse vir a ser o maior esquema de corrupção já conhecido. Se pegarmos os fios e juntarmos, teremos um conjunto de entidades, instituições e empresas públicas e privadas que é assustador. Aparece no Banco do Brasil, na Petrobrás, nas verbas de publicidade, nos fundos de pensão. Esse esquema tem complexidade e permanência no tempo. Ele estava inovando. Houve um tempo que as empreiteiras eram as grandes vilãs, mas como o governo não faz obras, passou a ser a publicidade.
FM – O senhor concorda com o roteiro de denúncias de Roberto Jefferson?
CB – Eu não conheço o Roberto Jefferson, mas acho que é uma questão muito grave. Acho que o Lula tem uma responsabilidade histórica por ter introduzido um tipo de prática que a esquerda brasileira não conhecia e que corroeu por dentro seus valores.
RC – Esse país dilacerado que o senhor antevê será um país mais democrático?
CB – Não sei o final. Nós estamos em vôo cego.
PT, o partido dos ricos
Do portal OLAVO DE CARVALHO
Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 21 de janeiro de 2008
O PT não é um partido ladrão porque abandonou seus altos ideais e se corrompeu ao contato com a maldita direita. Para que a direita o corrompesse seria preciso que ela fosse mais corrupta do que ele, e é só comparar a lista de escândalos dos governos respectivos para ver que o próprio P. C. Farias teria muito a aprender com os Dirceus e Berzoinis. O PT é um partido ladrão porque é um partido revolucionário, filiado a uma tradição de amoralismo maquiavélico que pelo menos desde a Revolução Francesa, com intensidade crescente desde a Primeira Internacional de 1864 e mais ainda desde a fundação do Partido Socialdemocrata de Lênin, sempre achou que era de seu direito, e até da sua obrigação, financiar a si próprio por meio de assaltos, de seqüestros, de extorsões, de desvio de dinheiro público, bem como de uma infinidade de negócios capitalistas legais e ilegais, cujo volume total faria inveja a seus mais reacionários inimigos burgueses.
Estudem a vida de Lênin e confirmarão o que estou dizendo. O volume do capital que o financiava, sem contar a ajuda de governos estrangeiros, era tal que, se aplicado em atividades produtivas, teria feito dele uma espécie de J. P. Morgan – com o detalhe significativo de que as contribuições de J. P. Morgan engrossavam aquele capital junto com o dinheiro dos assaltos comandados por Stálin. Revoluções custam caro. O revolucionário Parvus, que enriqueceu com mil e um negócios na Turquia, já ensinava em 1914: “A melhor maneira de derrubar o capitalismo é nós mesmos nos tornarmos capitalistas.” Não foi o Lulinha quem descobriu essa fórmula. Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht riram dela e acabaram derrotados. Lênin, o vitorioso, ouviu-a com reverência e gratidão da boca de seu gerente financeiro na Suíça, Jacob Hanecki, a quem depois da Revolução premiaria com o cargo de Comissário do Povo para as Finanças. Leiam Lenin in Zurich , de Alexander Solzhenitsyn (London, Farrar, Straus & Giroux, 1975). A revolução socialista consiste na simples transfiguração de uma elite ativista proprietária de boa parte do capital em senhora absoluta de todo o capital. Sempre foi assim, e com a esquerda nacional não é diferente. O mensalão não foi um pecado temporão cometido por almas santas no último minuto antes da ascensão aos céus. Foi a execução lenta e metódica de planos traçados desde o começo da década de 90 -- contemporâneos à criação do Foro de São Paulo --, já denunciados então por César Benjamin, algo como uma versão “los macaquitos” de Karl Liebknecht, à qual, como a este último, a História e o distinto público deixaram falando sozinha.
Tomem, por exemplo, a forma mais simples e bruta do capital – a posse da terra – e façam a conta de tudo o que a militância organizada, com o auxílio deste governo e dos anteriores, vem amealhando ao longo dos últimos anos. Somem a extensão das propriedades do MST com as reservas indígenas, com os quilombos (ou ditos tais) em vias de desapropriação, com os imóveis estatais e privados já transferidos a ONGs ativistas, com as áreas sob domínio das Farc diretamente ou através de seus prepostos locais – e verão que nunca houve, neste país, um patrimônio imobiliário comparável. Nem incluo aí o patrimônio financeiro – as verbas estatais que jorram sobre as organizações esquerdistas, as participações acionárias em mil e uma empresas, as contribuições internacionais impossíveis de calcular e, last not least , os lucros do narcotráfico. Os ricos não serão destruídos pelos pobres. Serão destruídos pelos mais ricos.
No fundo, o cinismo lulista é até mais respeitável do que o moralismo posado de seus críticos de esquerda, postiço até o desespero, macaqueação tardia do mesmo discurso enganoso que levou o PT às supremas glórias eleitorais. O que o antilulismo de esquerda nos promete, na hipótese viabilíssima de sua ascensão ao poder, são prodígios de ladroagem que farão Dirceu e Berzoini parecerem São Cosme e São Damião. No ato mesmo em que explicam a corrupção petista como traição aos ideais revolucionários, os santarrões do PSOL e do PSTU se desmascaram a si próprios com uma eloqüência quase sublime: Quem pode acreditar em patifes que prometem fazer a revolução marxista sem descumprir em nada os ditames da moral burguesa?
Ademais, por que alardeiam suas denúncias na Rede Globo, na Folha , no Estadão – naquela mesma mídia a que chamam reacionária e imperialista – antes de haver sequer tentado discuti-las discretamente no Foro de São Paulo, a instância máxima do esquerdismo continental? Roupa suja se lava em casa, e quando alguém o faz em público antes de haver nem mesmo tocado no assunto em família, é porque está tramando alguma. Imaginem um soi disant dissidente soviético que, nos anos 60, saísse berrando contra o comunismo na Voz da América ou Rádio Europa Livre, ao mesmo tempo que conservasse seu cargo e suas boas relações no Politburo ou na KGB. É exatamente a mesma coisa. Se a esquerda está dividida entre os corruptos e os honestos, a divisão deveria aparecer primeiro nos seus debates internos – só depois ante os inimigos, se chegasse a tanto. O inverso é prova clara de que se trata de pura encenação, de que por trás a família continua unida e coesa, tramando para ludibriar uma vez mais a multidão dos trouxas. Não há cisão na esquerda: há apenas uma natural divisão de trabalho – uns amealham dinheiro e poder à custa de enfeiar a imagem do esquerdismo, outros embelezam a imagem consentindo devotadamente em adiar o recebimento da sua quota de dinheiro e poder. Sempre foi assim. O movimento revolucionário limpa-se na sua própria sujeira, engorda alimentando-se do seu próprio cocô.
O hábito de salvar o prestígio do esquerdismo no ato mesmo de denunciar os seus crimes já está tão arraigado nas rotinas mentais da classe falante, que aparece até mesmo nos lugares que se julgariam, à primeira vista, os mais inusitados. Falando dos reféns em poder da narcoguerrilha colombiana, escreve a Veja desta semana – sim, Veja , nominalmente o spalla da orquestra antipetista:
“A organização que mantém cerca de oitocentas pessoas em seu poder, conhecida pela sigla Farc, não é formada por guerrilheiros marxistas , como repete a denominação usual (grifo meu). Nem Marx endossaria as barbáries cometidas pelas Farc, que se originaram numa querra civil ocorrida na Colômbia e depois tiveram inspiração esquerdista, mas há muito tempo degeneraram em uma espécie de seita de fanáticos que vive à custa do tráfico de cocaína.”
Desde logo, é falso que Marx não endossaria essas violências e outras piores, de vez que contemplava como exigência normal e desejável do processo revolucionário a extinção sumária de povos inteiros. Em segundo lugar, o narcotráfico das Farc é mixaria perto do que foi feito na China por Mao Dzedong, a quem ninguém jamais acusou de ser infiel às tradições marxistas. Em terceiro lugar, o comércio latino-americano de drogas foi na sua parte mais substantiva uma criação da KGB, que se empenhou nisso desde os anos 50 (v. o depoimento do general tcheco Jan Sejna – um participante direto da operação – em Christopher Story , Red Cocaine. The Drugging of America and the West , London, Edward Harle, 2nd. Ed., 1999). Devemos crer que o governo soviético, Mao Dzedong e o próprio Marx não representam o autêntico espírito do marxismo, cujo único porta-voz autorizado é o redator de Veja ? Este aliás se trai miseravelmente ao dizer que, de esquerdistas genuínos, os militantes das Farc se trasnformaram numa “seita de fanáticos”. Se dissesse que se transformaram em aproveitadores sem fé nenhuma, talvez enganasse melhor. Mas “fanáticos”? Fanáticos do quê? Do espiritismo? Do vegetarianismo? Da Seicho-No-Iê? Fanáticos jogadores de futebol-de-botão? Fanáticos admiradores da Ana Paula Arósio? Fanáticos, por definição, acreditam em alguma coisa, e em que acreditam os homens das Farc, senão no bom e velho marxismo de sempre? Fanáticos marxistas, sim, é o que são, ontem como hoje. Se não o fossem, não seriam aceitos e celebrados como representantes fidedignos do marxismo no templo mesmo da revolução comunista, o Foro de São Paulo. Ou será que Veja tem mais autoridade do que o Foro de São Paulo para julgar a ortodoxia comunista dos outros?
Mais abusadamente ainda, Marcelo Otávio Dantas, no artigo “Messianismo e o credo petista” (Folha de S. Paulo), querendo contrastar o PT corrupto de hoje com o PT puríssimo de outrora, diz que a mentalidade do partido “converteu-se, assim, em um neosabbatianismo radical, alimentado por uma intelectualidade delirante, especializada em justificar o injustificável”. Como se os traços da heresia de Sabbatai Zevi já não estivessem no próprio sangue do movimento revolucionário desde sempre e como se a marca distintiva do PT não tivesse sido, desde a origem, o culto do pecado redentor assumido até mais explicitamente que o dos outros partidos de esquerda então existentes. Nascido de uma aliança entre os comunistas e a esquerda católica, o PT veio imbuído do projeto gramsciano de subverter a Igreja por dentro, esvaziando-a de seu conteúdo espiritual e fazendo dela o instrumento dócil do que pode haver de mais anticristão no mundo, a revolução comunista. Se isso não é uma forma extrema de heresia messiânica, não sei em que outra classificação possa caber. O discurso untuosamente moralista do PT nunca teve nada de sincero, foi sempre, entre os líderes, uma parasitagem maquiavélica do prestígio da Igreja para fins de propaganda e, na arraia miúda dos militantes, uma forma patológica de auto-engano lisonjeiro. Perto disso, o mensalão é apenas um pecadinho de fim de semana. A corrupção financeira do PT não é senão a exteriorização tardia – e mais vistosa, para a mentalidade dinheirista – da podridão interior sem fim que inspirou a criação do partido-seita.
O PT não é um partido ladrão porque abandonou seus altos ideais e se corrompeu ao contato com a maldita direita. Para que a direita o corrompesse seria preciso que ela fosse mais corrupta do que ele, e é só comparar a lista de escândalos dos governos respectivos para ver que o próprio P. C. Farias teria muito a aprender com os Dirceus e Berzoinis. O PT é um partido ladrão porque é um partido revolucionário, filiado a uma tradição de amoralismo maquiavélico que pelo menos desde a Revolução Francesa, com intensidade crescente desde a Primeira Internacional de 1864 e mais ainda desde a fundação do Partido Socialdemocrata de Lênin, sempre achou que era de seu direito, e até da sua obrigação, financiar a si próprio por meio de assaltos, de seqüestros, de extorsões, de desvio de dinheiro público, bem como de uma infinidade de negócios capitalistas legais e ilegais, cujo volume total faria inveja a seus mais reacionários inimigos burgueses.
Estudem a vida de Lênin e confirmarão o que estou dizendo. O volume do capital que o financiava, sem contar a ajuda de governos estrangeiros, era tal que, se aplicado em atividades produtivas, teria feito dele uma espécie de J. P. Morgan – com o detalhe significativo de que as contribuições de J. P. Morgan engrossavam aquele capital junto com o dinheiro dos assaltos comandados por Stálin. Revoluções custam caro. O revolucionário Parvus, que enriqueceu com mil e um negócios na Turquia, já ensinava em 1914: “A melhor maneira de derrubar o capitalismo é nós mesmos nos tornarmos capitalistas.” Não foi o Lulinha quem descobriu essa fórmula. Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht riram dela e acabaram derrotados. Lênin, o vitorioso, ouviu-a com reverência e gratidão da boca de seu gerente financeiro na Suíça, Jacob Hanecki, a quem depois da Revolução premiaria com o cargo de Comissário do Povo para as Finanças. Leiam Lenin in Zurich , de Alexander Solzhenitsyn (London, Farrar, Straus & Giroux, 1975). A revolução socialista consiste na simples transfiguração de uma elite ativista proprietária de boa parte do capital em senhora absoluta de todo o capital. Sempre foi assim, e com a esquerda nacional não é diferente. O mensalão não foi um pecado temporão cometido por almas santas no último minuto antes da ascensão aos céus. Foi a execução lenta e metódica de planos traçados desde o começo da década de 90 -- contemporâneos à criação do Foro de São Paulo --, já denunciados então por César Benjamin, algo como uma versão “los macaquitos” de Karl Liebknecht, à qual, como a este último, a História e o distinto público deixaram falando sozinha.
Tomem, por exemplo, a forma mais simples e bruta do capital – a posse da terra – e façam a conta de tudo o que a militância organizada, com o auxílio deste governo e dos anteriores, vem amealhando ao longo dos últimos anos. Somem a extensão das propriedades do MST com as reservas indígenas, com os quilombos (ou ditos tais) em vias de desapropriação, com os imóveis estatais e privados já transferidos a ONGs ativistas, com as áreas sob domínio das Farc diretamente ou através de seus prepostos locais – e verão que nunca houve, neste país, um patrimônio imobiliário comparável. Nem incluo aí o patrimônio financeiro – as verbas estatais que jorram sobre as organizações esquerdistas, as participações acionárias em mil e uma empresas, as contribuições internacionais impossíveis de calcular e, last not least , os lucros do narcotráfico. Os ricos não serão destruídos pelos pobres. Serão destruídos pelos mais ricos.
No fundo, o cinismo lulista é até mais respeitável do que o moralismo posado de seus críticos de esquerda, postiço até o desespero, macaqueação tardia do mesmo discurso enganoso que levou o PT às supremas glórias eleitorais. O que o antilulismo de esquerda nos promete, na hipótese viabilíssima de sua ascensão ao poder, são prodígios de ladroagem que farão Dirceu e Berzoini parecerem São Cosme e São Damião. No ato mesmo em que explicam a corrupção petista como traição aos ideais revolucionários, os santarrões do PSOL e do PSTU se desmascaram a si próprios com uma eloqüência quase sublime: Quem pode acreditar em patifes que prometem fazer a revolução marxista sem descumprir em nada os ditames da moral burguesa?
Ademais, por que alardeiam suas denúncias na Rede Globo, na Folha , no Estadão – naquela mesma mídia a que chamam reacionária e imperialista – antes de haver sequer tentado discuti-las discretamente no Foro de São Paulo, a instância máxima do esquerdismo continental? Roupa suja se lava em casa, e quando alguém o faz em público antes de haver nem mesmo tocado no assunto em família, é porque está tramando alguma. Imaginem um soi disant dissidente soviético que, nos anos 60, saísse berrando contra o comunismo na Voz da América ou Rádio Europa Livre, ao mesmo tempo que conservasse seu cargo e suas boas relações no Politburo ou na KGB. É exatamente a mesma coisa. Se a esquerda está dividida entre os corruptos e os honestos, a divisão deveria aparecer primeiro nos seus debates internos – só depois ante os inimigos, se chegasse a tanto. O inverso é prova clara de que se trata de pura encenação, de que por trás a família continua unida e coesa, tramando para ludibriar uma vez mais a multidão dos trouxas. Não há cisão na esquerda: há apenas uma natural divisão de trabalho – uns amealham dinheiro e poder à custa de enfeiar a imagem do esquerdismo, outros embelezam a imagem consentindo devotadamente em adiar o recebimento da sua quota de dinheiro e poder. Sempre foi assim. O movimento revolucionário limpa-se na sua própria sujeira, engorda alimentando-se do seu próprio cocô.
O hábito de salvar o prestígio do esquerdismo no ato mesmo de denunciar os seus crimes já está tão arraigado nas rotinas mentais da classe falante, que aparece até mesmo nos lugares que se julgariam, à primeira vista, os mais inusitados. Falando dos reféns em poder da narcoguerrilha colombiana, escreve a Veja desta semana – sim, Veja , nominalmente o spalla da orquestra antipetista:
“A organização que mantém cerca de oitocentas pessoas em seu poder, conhecida pela sigla Farc, não é formada por guerrilheiros marxistas , como repete a denominação usual (grifo meu). Nem Marx endossaria as barbáries cometidas pelas Farc, que se originaram numa querra civil ocorrida na Colômbia e depois tiveram inspiração esquerdista, mas há muito tempo degeneraram em uma espécie de seita de fanáticos que vive à custa do tráfico de cocaína.”
Desde logo, é falso que Marx não endossaria essas violências e outras piores, de vez que contemplava como exigência normal e desejável do processo revolucionário a extinção sumária de povos inteiros. Em segundo lugar, o narcotráfico das Farc é mixaria perto do que foi feito na China por Mao Dzedong, a quem ninguém jamais acusou de ser infiel às tradições marxistas. Em terceiro lugar, o comércio latino-americano de drogas foi na sua parte mais substantiva uma criação da KGB, que se empenhou nisso desde os anos 50 (v. o depoimento do general tcheco Jan Sejna – um participante direto da operação – em Christopher Story , Red Cocaine. The Drugging of America and the West , London, Edward Harle, 2nd. Ed., 1999). Devemos crer que o governo soviético, Mao Dzedong e o próprio Marx não representam o autêntico espírito do marxismo, cujo único porta-voz autorizado é o redator de Veja ? Este aliás se trai miseravelmente ao dizer que, de esquerdistas genuínos, os militantes das Farc se trasnformaram numa “seita de fanáticos”. Se dissesse que se transformaram em aproveitadores sem fé nenhuma, talvez enganasse melhor. Mas “fanáticos”? Fanáticos do quê? Do espiritismo? Do vegetarianismo? Da Seicho-No-Iê? Fanáticos jogadores de futebol-de-botão? Fanáticos admiradores da Ana Paula Arósio? Fanáticos, por definição, acreditam em alguma coisa, e em que acreditam os homens das Farc, senão no bom e velho marxismo de sempre? Fanáticos marxistas, sim, é o que são, ontem como hoje. Se não o fossem, não seriam aceitos e celebrados como representantes fidedignos do marxismo no templo mesmo da revolução comunista, o Foro de São Paulo. Ou será que Veja tem mais autoridade do que o Foro de São Paulo para julgar a ortodoxia comunista dos outros?
Mais abusadamente ainda, Marcelo Otávio Dantas, no artigo “Messianismo e o credo petista” (Folha de S. Paulo), querendo contrastar o PT corrupto de hoje com o PT puríssimo de outrora, diz que a mentalidade do partido “converteu-se, assim, em um neosabbatianismo radical, alimentado por uma intelectualidade delirante, especializada em justificar o injustificável”. Como se os traços da heresia de Sabbatai Zevi já não estivessem no próprio sangue do movimento revolucionário desde sempre e como se a marca distintiva do PT não tivesse sido, desde a origem, o culto do pecado redentor assumido até mais explicitamente que o dos outros partidos de esquerda então existentes. Nascido de uma aliança entre os comunistas e a esquerda católica, o PT veio imbuído do projeto gramsciano de subverter a Igreja por dentro, esvaziando-a de seu conteúdo espiritual e fazendo dela o instrumento dócil do que pode haver de mais anticristão no mundo, a revolução comunista. Se isso não é uma forma extrema de heresia messiânica, não sei em que outra classificação possa caber. O discurso untuosamente moralista do PT nunca teve nada de sincero, foi sempre, entre os líderes, uma parasitagem maquiavélica do prestígio da Igreja para fins de propaganda e, na arraia miúda dos militantes, uma forma patológica de auto-engano lisonjeiro. Perto disso, o mensalão é apenas um pecadinho de fim de semana. A corrupção financeira do PT não é senão a exteriorização tardia – e mais vistosa, para a mentalidade dinheirista – da podridão interior sem fim que inspirou a criação do partido-seita.
O futuro da direita
Do portal OLAVO DE CARVALHO
Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 21 de fevereiro de 2008
A Playboy deste mês publica uma entrevista reveladora com alguns líderes emergentes do chamado “liberalismo” brasileiro, filhos de velhos caciques regionais falecidos, aposentados ou desativados. Reveladora, digo eu, porque ilustra com clareza didática algumas obviedades que tenho publicado nesta coluna, mas que os bem-pensantes insistem em não querer admitir, como outrora se recusavam a admitir a existência do Foro de São Paulo.
A mais flagrante delas é que não existe direita politicamente relevante no Brasil. Os entrevistados não só rejeitam a denominação de direitistas – o que já é bastante significativo, tendo em vista o orgulho com que os esquerdistas se assumem como tais --, mas subscrevem no fim das contas todo o programa sociocultural da esquerda, com a única diferença de que desejariam realizá-lo pelo livre mercado em vez da ação estatal direta.
Que isso constitua mesmo uma diferença, é altamente duvidoso. Do ponto de vista econômico, a disputa entre liberais e socialistas no mundo vai-se tornando cada vez mais adjetiva: nenhum político é louco o bastante para advogar em público a supressão do Estado previdenciário, nem idiota o suficiente para continuar acreditando na eliminação total da propriedade privada. A guerra entre os sistemas tornou-se uma tênue oscilação para lá e para cá de um confortável meio-termo. A direita quer o capitalismo sob a proteção do governo-babá, a esquerda quer o socialismo vitaminado pela força do livre mercado. É a tese de Paul Edward Gottfried em After Liberalism : Mass Democracy in the Managerial State (Princeton University Press, 2001): junto com o socialismo real morreu também o liberalismo ideal. A vitória da “revolução dos gerentes” matou os dois, inaugurando a era da democracia de massas, o que é o mesmo que dizer: o império universal da burocracia.
Com isso, o foco da disputa efetiva transferiu-se para um domínio mais sutil -- e infinitamente mais decisivo para o futuro da humanidade: o sonho do espírito revolucionário já não é o controle estatal da economia, mas o controle estatal da vida privada, da mentalidade popular, dos usos e costumes, da imaginação e dos sentimentos. É promover a ruptura total com as tradições históricas e operar enfim a longamente ambicionada mutação radical da natureza humana. Décadas atrás os melhores cérebros da esquerda – Lukács, Gramsci, os frankfurtianos – já haviam concluído que nesse campo, e não na economia, seria travada a batalha decisiva. Mas a idéia era prematura quando a lançaram. O advento da “democracia de massas” vem dar-lhe uma atualidade explosiva, preparando o terreno para a revolução cultural globalizada.
No novo contexto, o dever máximo ou único de uma direita historicamente consciente é defender os princípios e valores civilizacionais milenares, resistindo à ambição insana de planejadores sociais para os quais a espécie humana não passa de matéria-prima para experimentos que variam entre o irresponsável e o macabro.
Mas muito provavelmente essa resistência será em breve criminalizada como extremismo de direita, e, se não lutar como um exército de leões, desaparecerá do cenário político decente. Só sobrará lugar para a “direita bossa nova”, como a chama a Playboy – a direita que cede tudo em troca de um pouco de capitalismo.
A economia de mercado deve, sim, ser defendida, porque só nela os princípios e valores hoje ameaçados podem subsistir. Mas abdicar deles em troca da economia de mercado pura e simples, fazendo dela a única finalidade em vez de um meio entre outros, é servir duplamente ao esquerdismo, entregando-lhe de mão-beijada o que ele mais almeja conquistar e ainda criando uma camuflagem “capitalista” para dar aparência inofensiva à mais temível mutação revolucionária de todos os tempos.
Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 21 de fevereiro de 2008
A Playboy deste mês publica uma entrevista reveladora com alguns líderes emergentes do chamado “liberalismo” brasileiro, filhos de velhos caciques regionais falecidos, aposentados ou desativados. Reveladora, digo eu, porque ilustra com clareza didática algumas obviedades que tenho publicado nesta coluna, mas que os bem-pensantes insistem em não querer admitir, como outrora se recusavam a admitir a existência do Foro de São Paulo.
A mais flagrante delas é que não existe direita politicamente relevante no Brasil. Os entrevistados não só rejeitam a denominação de direitistas – o que já é bastante significativo, tendo em vista o orgulho com que os esquerdistas se assumem como tais --, mas subscrevem no fim das contas todo o programa sociocultural da esquerda, com a única diferença de que desejariam realizá-lo pelo livre mercado em vez da ação estatal direta.
Que isso constitua mesmo uma diferença, é altamente duvidoso. Do ponto de vista econômico, a disputa entre liberais e socialistas no mundo vai-se tornando cada vez mais adjetiva: nenhum político é louco o bastante para advogar em público a supressão do Estado previdenciário, nem idiota o suficiente para continuar acreditando na eliminação total da propriedade privada. A guerra entre os sistemas tornou-se uma tênue oscilação para lá e para cá de um confortável meio-termo. A direita quer o capitalismo sob a proteção do governo-babá, a esquerda quer o socialismo vitaminado pela força do livre mercado. É a tese de Paul Edward Gottfried em After Liberalism : Mass Democracy in the Managerial State (Princeton University Press, 2001): junto com o socialismo real morreu também o liberalismo ideal. A vitória da “revolução dos gerentes” matou os dois, inaugurando a era da democracia de massas, o que é o mesmo que dizer: o império universal da burocracia.
Com isso, o foco da disputa efetiva transferiu-se para um domínio mais sutil -- e infinitamente mais decisivo para o futuro da humanidade: o sonho do espírito revolucionário já não é o controle estatal da economia, mas o controle estatal da vida privada, da mentalidade popular, dos usos e costumes, da imaginação e dos sentimentos. É promover a ruptura total com as tradições históricas e operar enfim a longamente ambicionada mutação radical da natureza humana. Décadas atrás os melhores cérebros da esquerda – Lukács, Gramsci, os frankfurtianos – já haviam concluído que nesse campo, e não na economia, seria travada a batalha decisiva. Mas a idéia era prematura quando a lançaram. O advento da “democracia de massas” vem dar-lhe uma atualidade explosiva, preparando o terreno para a revolução cultural globalizada.
No novo contexto, o dever máximo ou único de uma direita historicamente consciente é defender os princípios e valores civilizacionais milenares, resistindo à ambição insana de planejadores sociais para os quais a espécie humana não passa de matéria-prima para experimentos que variam entre o irresponsável e o macabro.
Mas muito provavelmente essa resistência será em breve criminalizada como extremismo de direita, e, se não lutar como um exército de leões, desaparecerá do cenário político decente. Só sobrará lugar para a “direita bossa nova”, como a chama a Playboy – a direita que cede tudo em troca de um pouco de capitalismo.
A economia de mercado deve, sim, ser defendida, porque só nela os princípios e valores hoje ameaçados podem subsistir. Mas abdicar deles em troca da economia de mercado pura e simples, fazendo dela a única finalidade em vez de um meio entre outros, é servir duplamente ao esquerdismo, entregando-lhe de mão-beijada o que ele mais almeja conquistar e ainda criando uma camuflagem “capitalista” para dar aparência inofensiva à mais temível mutação revolucionária de todos os tempos.
A fórmula da pobreza
Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Olavo de Carvalho em 25 de fevereiro de 2008
Em 2003, o Brasil ocupava o 58º lugar no índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation. Em 2008, está em 101º lugar. A relação direta entre liberdade econômica e prosperidade é a coisa mais evidente do mundo. Se alguém tem dúvidas, basta conferir os primeiros e os últimos dez colocados da lista da Heritage. De um lado, Hong Kong, Cingapura, Irlanda, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Canadá, Chile, Suíça e Reino Unido. Na outra ponta, Coréia do Norte, Cuba, Zimbábue, Líbia, Burma, Turcomenistão, Irã, Belarus, Bangladesh e Venezuela. E estamos muito mais perto destes do que daqueles, pois a escala vai de 1 a 157 e temos a honra temível de estar no último terço da lista. Acima de nós, ficam ainda o Japão, a Áustria, a Dinamarca, a Alemanha, a Holanda, Taiwan e a Espanha. Abaixo, a Bolívia, Angola, o Vietnã, a Nigéria e Ruanda.
Só agora entendo a famosa "opção preferencial pela pobreza", slogan do falecido Dom Helder Câmara que se tornou o emblema mundial da bondade esquerdista: ela não significa ajudar os pobres – significa, simplesmente, ficar pobre.
O Índice da Heritage mostra com clareza máxima: a gestão Lula está estrangulando o capitalismo brasileiro, ao mesmo tempo que aposta nele para financiar seus programas sociais e garantir a boa imagem do governo entre os investidores internacionais.
Enquanto isso, ainda há nos círculos liberais quem jure que a opção socialista do partido governante é só jogo de cena para acalmar os "radicais", que no fundo Lula aderiu de coração à economia de mercado.
É claro que nem Lula nem ninguém no PT é socialista ao ponto de acreditar na supressão completa da propriedade privada dos meios de produção. Há muito tempo a esquerda mundial já desistiu dessa idéia, uma das mais idiotas que já passaram por uma cabeça humana.
O que a esquerda quer agora é o controle indireto da economia, através de impostos e regulações restritivas, e mesmo assim só o suficiente para garantir o principal: o domínio sobre a mentalidade pública, a ditadura da engenharia psicológica. Mas o governo brasileiro já ultrapassou esse mínimo. Em contrapartida, é notável a prudência, a circunspecção com que vai impondo lentamente, suavemente, quase imperceptivelmente, os controles culturais que lhe interessam.
Na verdade, ele nem precisa se expor muito nessa área: os partidos ditos "de oposição" passam adiante dele, impondo por sua própria iniciativa os regulamentos politicamente corretos que a moda esquerdista exige.
Exemplo deprimente: antes mesmo da ascensão do PT ao poder, quando na esfera federal as políticas "anti-homofóbicas" eram ainda uma vaga sugestão, o governador de São Paulo, sr. Geraldo Alckmin, apressou-se em assinar a lei estadual nº 10.948, de 2001, que pune "toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero". Essa lei acaba de ser aplicada contra o cidadão Juliano da Silva, da cidade de Pontal, por ter chamado de "veado" um homossexual com quem discutia. A lei nada estatui contra chamar disso quem não seja homossexual, ficando claro portanto que o insulto só será punido se tiver pelo menos um fundo de veracidade.
Antes de chamar alguém de "veado", portanto, certifique-se de que ele não o é. Legislações politicamente corretas transformam a Justiça numa palhaçada só para atender à prepotência de grupos ativistas.
Os partidos de esquerda que as propõem sabem perfeitamente que o único objetivo delas é desmantelar o sistema desde dentro, criar a atmosfera de caos e anarquia necessária para que a conquista integral do poder por uma das facções – com exclusão de todas as outras – passe despercebida, que é exatamente o que está acontecendo.
A oposição "liberal" cai no engodo e acaba servindo ela própria de canal para a implementação dessas políticas, seja porque é tola o bastante para levar a sério os pretextos morais que as adornam, seja porque acredita que o politicamente correto é rentável em termos de votos. No primeiro caso, é vítima de ingenuidade moral, mas no segundo incorre numa estupidez política que dificilmente se poderia perdoar em indivíduos que têm alguma experiência em eleições.
No Brasil, gayzismo, abortismo e coisas do gênero não dão voto a ninguém. Podem garantir algum aplauso da mídia, mas quem disse que a mídia é tão influente quanto gosta de imaginar que é? Contra a tagarelice geral dos que se julgam donos da opinião pública, todas as pesquisas mostram as preferências acentuadamente conservadoras do povo brasileiro, que graças a um brutal erro de avaliação dos partidos "de direita", fica excluído da representação política.
Os votos da maioria silenciosa estão à espera do candidato que tenha a coragem de falar em nome dela. Os políticos que deveriam fazê-lo preferem no entanto fazer-se de bons meninos ante o beautiful people esquerdista, em troca de nada mais que garantias mínimas para o livre mercado (v. http://cavaleirodotemplo.blogspot.com/2008/02/o-futuro-da-direita.html). E é claro que, quanto mais eles cedem no terreno moral e cultural, mais mínimas essas garantias se tornam. O livre mercado jamais é causa sui : ele depende de condições culturais, morais e psicológicas que, uma vez anuladas em prol do politicamente correto, dão a um governo de esquerda todos os meios de colocar o capitalismo de joelhos sem que os próprios capitalistas ousem reclamar ou mesmo perceber o que está acontecendo.
Hegemonia cultural é, no fim das contas, domínio sobre as consciências, especialmente as dos adversários. A presteza subserviente com que políticos soi disant liberais aderem ao programa cultural da esquerda ilustra o sucesso que vem tendo no Brasil a estratégia gramsciana da "revolução passiva", definida como uma oposição dialética na qual "somente a tese desenvolve todas as suas possibilidades de luta, até capturar os supostos representantes da antítese" (Cadernos do Cárcere, vol. 5, p. 318).
O desempenho furiosamente regulamentador do governo Lula na lista da Heritage mostra algo que todo mundo já deveria saber: quando você abdica de tudo em troca do livre mercado, acaba perdendo até o livre mercado.
Olavo de Carvalho é ensaísta e professor de Filosofia
Publicado originalmente no Diário do Comércio
Escrito por Olavo de Carvalho em 25 de fevereiro de 2008
Em 2003, o Brasil ocupava o 58º lugar no índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation. Em 2008, está em 101º lugar. A relação direta entre liberdade econômica e prosperidade é a coisa mais evidente do mundo. Se alguém tem dúvidas, basta conferir os primeiros e os últimos dez colocados da lista da Heritage. De um lado, Hong Kong, Cingapura, Irlanda, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Canadá, Chile, Suíça e Reino Unido. Na outra ponta, Coréia do Norte, Cuba, Zimbábue, Líbia, Burma, Turcomenistão, Irã, Belarus, Bangladesh e Venezuela. E estamos muito mais perto destes do que daqueles, pois a escala vai de 1 a 157 e temos a honra temível de estar no último terço da lista. Acima de nós, ficam ainda o Japão, a Áustria, a Dinamarca, a Alemanha, a Holanda, Taiwan e a Espanha. Abaixo, a Bolívia, Angola, o Vietnã, a Nigéria e Ruanda.
Só agora entendo a famosa "opção preferencial pela pobreza", slogan do falecido Dom Helder Câmara que se tornou o emblema mundial da bondade esquerdista: ela não significa ajudar os pobres – significa, simplesmente, ficar pobre.
O Índice da Heritage mostra com clareza máxima: a gestão Lula está estrangulando o capitalismo brasileiro, ao mesmo tempo que aposta nele para financiar seus programas sociais e garantir a boa imagem do governo entre os investidores internacionais.
Enquanto isso, ainda há nos círculos liberais quem jure que a opção socialista do partido governante é só jogo de cena para acalmar os "radicais", que no fundo Lula aderiu de coração à economia de mercado.
É claro que nem Lula nem ninguém no PT é socialista ao ponto de acreditar na supressão completa da propriedade privada dos meios de produção. Há muito tempo a esquerda mundial já desistiu dessa idéia, uma das mais idiotas que já passaram por uma cabeça humana.
O que a esquerda quer agora é o controle indireto da economia, através de impostos e regulações restritivas, e mesmo assim só o suficiente para garantir o principal: o domínio sobre a mentalidade pública, a ditadura da engenharia psicológica. Mas o governo brasileiro já ultrapassou esse mínimo. Em contrapartida, é notável a prudência, a circunspecção com que vai impondo lentamente, suavemente, quase imperceptivelmente, os controles culturais que lhe interessam.
Na verdade, ele nem precisa se expor muito nessa área: os partidos ditos "de oposição" passam adiante dele, impondo por sua própria iniciativa os regulamentos politicamente corretos que a moda esquerdista exige.
Exemplo deprimente: antes mesmo da ascensão do PT ao poder, quando na esfera federal as políticas "anti-homofóbicas" eram ainda uma vaga sugestão, o governador de São Paulo, sr. Geraldo Alckmin, apressou-se em assinar a lei estadual nº 10.948, de 2001, que pune "toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero". Essa lei acaba de ser aplicada contra o cidadão Juliano da Silva, da cidade de Pontal, por ter chamado de "veado" um homossexual com quem discutia. A lei nada estatui contra chamar disso quem não seja homossexual, ficando claro portanto que o insulto só será punido se tiver pelo menos um fundo de veracidade.
Antes de chamar alguém de "veado", portanto, certifique-se de que ele não o é. Legislações politicamente corretas transformam a Justiça numa palhaçada só para atender à prepotência de grupos ativistas.
Os partidos de esquerda que as propõem sabem perfeitamente que o único objetivo delas é desmantelar o sistema desde dentro, criar a atmosfera de caos e anarquia necessária para que a conquista integral do poder por uma das facções – com exclusão de todas as outras – passe despercebida, que é exatamente o que está acontecendo.
A oposição "liberal" cai no engodo e acaba servindo ela própria de canal para a implementação dessas políticas, seja porque é tola o bastante para levar a sério os pretextos morais que as adornam, seja porque acredita que o politicamente correto é rentável em termos de votos. No primeiro caso, é vítima de ingenuidade moral, mas no segundo incorre numa estupidez política que dificilmente se poderia perdoar em indivíduos que têm alguma experiência em eleições.
No Brasil, gayzismo, abortismo e coisas do gênero não dão voto a ninguém. Podem garantir algum aplauso da mídia, mas quem disse que a mídia é tão influente quanto gosta de imaginar que é? Contra a tagarelice geral dos que se julgam donos da opinião pública, todas as pesquisas mostram as preferências acentuadamente conservadoras do povo brasileiro, que graças a um brutal erro de avaliação dos partidos "de direita", fica excluído da representação política.
Os votos da maioria silenciosa estão à espera do candidato que tenha a coragem de falar em nome dela. Os políticos que deveriam fazê-lo preferem no entanto fazer-se de bons meninos ante o beautiful people esquerdista, em troca de nada mais que garantias mínimas para o livre mercado (v. http://cavaleirodotemplo.blogspot.com/2008/02/o-futuro-da-direita.html). E é claro que, quanto mais eles cedem no terreno moral e cultural, mais mínimas essas garantias se tornam. O livre mercado jamais é causa sui : ele depende de condições culturais, morais e psicológicas que, uma vez anuladas em prol do politicamente correto, dão a um governo de esquerda todos os meios de colocar o capitalismo de joelhos sem que os próprios capitalistas ousem reclamar ou mesmo perceber o que está acontecendo.
Hegemonia cultural é, no fim das contas, domínio sobre as consciências, especialmente as dos adversários. A presteza subserviente com que políticos soi disant liberais aderem ao programa cultural da esquerda ilustra o sucesso que vem tendo no Brasil a estratégia gramsciana da "revolução passiva", definida como uma oposição dialética na qual "somente a tese desenvolve todas as suas possibilidades de luta, até capturar os supostos representantes da antítese" (Cadernos do Cárcere, vol. 5, p. 318).
O desempenho furiosamente regulamentador do governo Lula na lista da Heritage mostra algo que todo mundo já deveria saber: quando você abdica de tudo em troca do livre mercado, acaba perdendo até o livre mercado.
Olavo de Carvalho é ensaísta e professor de Filosofia
Publicado originalmente no Diário do Comércio